Argila verde: benefícios e como usar no rosto e no corpo

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

De todos os produtos da argiloterapia, a argila verde é a mais indicada para fazer uma máscara facial capaz de limpar a pele. Em uma esfoliação com esse ingrediente natural, você dá adeus as temíveis acnes e espinhas.

Mulher com máscara facial de argila verde
A argila verde é usada para tirar a oleosidade da pele e tratar acnes (Foto: depositphotos)

Mas não é só na pele que ela combate a oleosidade, uma vez que sua atuação abrange também os cabelos, acabando com a caspa. Já no corpo, o tratamento pode ser benéfico até mesmo para a celulite.

De acordo com a dermatologista Jackeline Ferreira Mota, a argila verde também é utilizada para amenizar as olheiras e o inchaço nos olhos provenientes de noites mal dormidas. Contudo, mesmo com todos esses benefícios, é preciso saber como usar, pois cada parte do corpo tem suas especificidades.

O que é argila verde e para que serve?

A profissional de dermatologia explica que essa argila possui em sua composição química silício, ferro e alumínio, além de um pH neutro. Isso significa dizer que ela “possui um agente ‘secativo’, que reduz a oleosidade da pele e seca as acnes caso o usuário possua, além, é claro, do efeito desintoxicante, tonificante e adstringente (renovando a pele)”.

Quando aplicada no corpo, ela possui outros benefícios como a redução de medidas, o combate a edemas e a nutrição dos tecidos. Jackeline Ferreira também aconselha a aplicação diretamente na celulite, pois o tratamento consegue combater essas gorduras localizadas.

Outras ações são: “suaviza as cutículas e protege as unhas, retira qualquer dorzinha que você tenha em determinada região, resolve o problema de inchaço nos olhos, irritação e cansaço do sono, e combate a Dermatite Seborreica do couro cabeludo”, conta a dermatologista.

Por fim, mas não menos importante, a argila do tipo verde possui ação cicatrizante. Por isso, além de aliviar a dor, também diminui o processo inflamatório e estimula o colágeno e a elastina. (1)

Como usar?

De uma maneira geral, você deve misturar uma colher (de sopa) de argila e uma ou duas colheres (de sopa) de água, fazendo com que se tornem uma pasta. Com esse conteúdo, você pode adicionar outros ingredientes naturais de acordo com o objetivo do tratamento ou usá-lo assim mesmo.

Mas a dermatologista lembra que existem cuidados para antes e depois da aplicação. “Lave sempre o rosto antes e nunca aplique na região dos olhos, pois a pele é mais delicada. Utilize da pazinha ou colher que sempre acompanha tais máscaras, principalmente quando não é dose única, evitando a contaminação com impurezas para as próximas aplicações”, recomenda.

Depois de aplicado, deixe secar por 15 minutos e lave logo em seguida com água fria e uma esponja facial. Ainda segundo Jackeline Ferreira, é possível que a pele do rosto fique avermelhada, pois a reação está relacionada ao efeito adstringente.

No final, é indicado “aplicar água termal ou água micelar em todo o rosto. Se planeja relaxar e dormir, o hidratante é suficiente. Se na sequência [do tratamento] há um compromisso, aplique um hidratante e um protetor solar, ou um creme já com esta combinação, caso siga para um lugar aberto. Ou uma base de acordo com sua pele antes de providenciar a maquiagem”.

Máscara facial

Para ter um remédio natural contra inflamações acneicas, a esteticista, Lívia Rocha, indica uma receita de máscara facial no e-book chamado “Os segredos das argilas”. Para isso, é preciso substituir a água por um chá com ações fungicidas e bactericidas.

Dilua uma parte de argila para duas partes de chá de alecrim ou de cravo, até formar uma pasta lisa e uniforme. Aplique o conteúdo final na área que se deseja tratar, evitando as pálpebras. Deixe agir de 10 a 30 minutos e retire com água fria e corrente. (2)

Uma outra receitinha, dessa vez para quem quer rejuvenescer a pele, une a argiloterapia com óleos essenciais. Em um recipiente limpo, coloque uma colher (de sopa) cheia de argila verde e água, misture até ficar pastoso. Depois adicione uma gota do óleo essencial de olíbano e uma de palmarosa. Aplique no rosto e deixe por 20 minutos, tirando com água fria. (3)

Tratar olheiras

Como os olhos são regiões mais sensíveis, a dermatologista indica aplicar uma gaze limpa e umidificada com argila, água e chá. A infusão pode ser uma das já citadas anteriormente.

Ferimentos e dores no corpo

A combinação entre a argila branca e verde rende um excelente tratamento para ferimentos e dores. As duas são anti-inflamatórias, mas a primeira é hidratante e a segunda tem ação cicatrizante.

Para usufruir desses benefícios, basta misturar uma colher (de sopa) de cada um dos tipos de argila e adicionar água aos poucos até se formar uma pasta homogênea e lisa. Aplique a mistura nas áreas afetadas e deixe secar. Depois é só lavar com água corrente. (4)

Contra celulite

Prepare a argila como ensinado no início desse tópico, apenas com água. Em seguida, acrescente duas gotas do óleo essencial de gerânio que também atua contra celulite. Depois é só aplicar uma grossa camada na região que se deseja tratar. Assim que secar, retire com água fria. (3,5)

No cabelo

Apenas a argila verde com água é suficiente para limpar o couro cabeludo, mas é importante frisar que esse tratamento deve ser feito apenas na raiz e não deve ser aplicado no comprimento do fio.

Curiosidades sobre argila verde

Separamos cinco das principais dúvidas a respeito do tratamento a base de argila. Acompanhe as respostas!

1. Onde encontrar?

O tipo verde é um dos mais utilizados, por isso também costuma ser um pouco mais caro que os demais. Farmácias, supermercados, feiras livres e lojas especializadas em produtos naturais são os pontos de venda desse mineral.

2. Esse produto tem validade?

Assim como qualquer produto, a argila também tem validade, podendo durar de 1 até 3 anos. Por essa razão, verifique sempre as informações contidas na embalagem.

3. Quantas vezes por semana deve passar argila verde no rosto?

“Pode realizar duas ou três vezes na semana, mas não em dias subsequentes, deixe um intervalo entre cada aplicação”, recomenda a dermatologista Jackeline Ferreira.

4. Existe contraindicação e/ou efeito colateral?

O tratamento é contraindicado para pessoas que possuem quadros agudos de acne, devendo ter orientação médica para o uso. Já com relação aos efeitos colaterais, há uma probabilidade mínima de ocorrer, só em casos onde há o uso abusivo desse produto. (6)

5. Quais são as diferenças entre essa e as demais argilas?

Como vimos, a argila verde é indicada para diminuir a oleosidade da pele, controlando o surgimento de acnes. Além disso, pode reduzir medidas, tratar caspas e dermatite seborreica. Também pode ser aplicada no tratamento contra celulites e para tratar dores e ferimentos. Já os demais tipos possuem benefícios diferentes que foram destacados pela profissional de dermatologia. Confira:

  • Amarela: uso terapêutico e relaxante
  • Vermelha: aumenta a hidratação (umidade da pele) e elimina contaminantes e pesticidas
  • Branca: muito usada em tratamentos estéticos
  • Rosa: ótima para peles sensíveis
  • Bege: regula a produção sebácea da pele sem desidratar
  • Preta: rejuvenesce a pele com sua ação energizante provocada pelos metais, trazendo bem-estar.

*Artigo feito com a colaboração da dermatologista e nutróloga, Jackeline Ferreira Mota (CRM 80.714).

Referências

(1) LEITE, Cláudia Melo. “Argila verde e seu poder de cicatrização no pós-operatório de abdominoplastia”. Faculdade do Centro Oeste Pinelli Henriques (FACOPH/BIO), 2016. Disponível em: https://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/199/5-Argila_verde_e_seu_poder_de_cicatrizaYYo_no_pYs-operatYrio_de_Abdominoplastia.pdf. Acesso em: 04 de novembro de 2019.

(2) ROCHA, Lívia. “Os segredos das argilas”. Disponível em: http://3db10a4.contato.site/segredosdasargilas. Acesso em: 04 de novembro de 2019.

(3) Phytoterápica. “Catálogo inverno 2018”. Disponível em: https://escritorio.phytoterapica.com.br/Catalogo/Catalogo_Inverno_2018.pdf. Acesso em: 04 de novembro de 2019.

(4) GUISONI, Taise Della Giustina; RIBEIRO, Ivete Maria. “Benefícios da argila em procedimentos estéticos”. Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Disponível em: https://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/5603/Artigo%20Taise%20%20Argila-%2012-08-18.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 04 de novembro de 2019.

(5) CORRÊA, Bruna Martins; SCHOTTEN, Lara Alves; MACHADO, Marcela. “Aromaterapia na saúde e na belaza: desenvolvimento de um manual prático”. Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Disponível em: http://siaibib01.univali.br/pdf/Bruna%20Martins%20Correa%20e%20Lara%20Alves%20Schotten.pdf. Acesso em: 04 de novembro de 2019.

(6) BOING, Patricia Catarina; CARVALHO, Daniella Koch. “O uso da argila nos tratamentos estéticos: uma revisão integrativa”. Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Disponível em: https://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/5494/O%20USO%20DA%20ARGILA%20NOS%20TRATAMENTOS%20ESTETICOS-%20UMA%20REVIS%C3%83O%20INTEGRATIVA.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 04 de novembro de 2019.

Sobre o autor

Formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, tem experiência em rádio e escreve para o Remédio Caseiro desde 2015. Registro Profissional MTB-PE: 6750.