Guaco: para que serve e como utilizar

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

O guaco (Mikania glomerata) é uma planta brasileira muito conhecida pelos seus efeitos contra tosses, gripes e diarreia. Além disso, ele ajuda a prevenir doenças como o câncer.

Seu uso medicinal é tão abrangente que a ciência o classifica ainda como um ansiolítico natural e antídoto para picadas de animais venenosos.

Folhas de guaco
O guaco combate doenças respiratórias, como gripes, resfriados, tosses e bronquites (Foto: Reprodução | Marcelo Guerra Santos/ Instituto Mesa)

Conheça os principais efeitos positivos do guaco e qual a forma ideal de consumi-lo. Acompanhe!

Para que serve a planta guaco

Combate doenças respiratórias

O principal benefício dessa planta é que ela é ótima para ajudar no tratamento de doenças respiratórias, como tosses, gripes e resfriados.

A substância cumarina, presente no guaco, faz dele um excelente expectorante e broncodilatador, diminuindo a quantidade de muco no trato respiratório e ajudando a respirar melhor. (1)

A planta ainda traz efeito positivo no tratamento da rouquidão, bronquite e da dor de garganta. Seu uso medicinal é recomendado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) como opção fitoterápica para combater as doenças citadas. (2)

É antidiarreico

O guaco também é uma planta medicinal que combate a diarreia. Seu consumo faz com que haja a diminuição da mobilidade intestinal e, consequentemente, a diminuição de idas ao banheiro. (3)

Elimina micróbios

A atividade antimicrobiana do guaco ajuda na prevenção de doenças ocasionadas por agentes nocivos como bactérias, vírus e fungos, por exemplo. (4)

É um anticoagulante natural

Algumas propriedades do guaco possuem efeito anticoagulante. Essa ação ajuda a prevenir e combater coágulos e os chamados “trombos sanguíneos”. Desse modo, o guaco é indicado para tratar casos de trombose. (4)

Previne o surgimento de úlcera

A cumarina também é responsável por diminuir os riscos do organismo desenvolver úlceras.

Isso acontece porque essa substância, abundante no guaco, reduz a secreção e relaxamento da musculatura do trato digestivo, evitando que haja a ulceração. (5)

Sobretudo, as lesões decorrentes do uso prolongado de anti-inflamatórios, abuso de bebidas alcoólicas e estresse, que são os três principais causadores das úlceras gastroduodenais.

Higieniza a boca e os dentes

A ação antisséptica também está na lista de vantagens do consumo do guaco. O extrato da planta provoca a inibição do crescimento de bactérias e elimina micro-organismos responsáveis pela formação da placa bacteriana e da cárie. (5)

Previne o câncer

Os extratos e os princípios ativos do guaco inibem o crescimento e provocam a morte de diversas linhagens de tumores malignos, causadores de câncer. (5)

Combate a ansiedade

O guaco pode ser usado como um ansiolítico natural, sendo um potente remédio caseiro contra a ansiedade e os seus sintomas. O consumo da planta causa efeito sedativo e a diminuição dos chamados “quadros de ansiedade”. (6)

Inibe a ação de veneno de animais peçonhentos

O guaco é bastante conhecido como um remédio caseiro para picadas de animais peçonhentos como cobras e escorpiões, por exemplo. A planta é capaz de diminuir ou inibir a ação de venenos no corpo humano, além de trazer efeito analgésico e anti-inflamatório. (7, 8, 9)

Ele pode ser usado como uma alternativa preventiva de primeiros socorros, enquanto o paciente aguarda o atendimento médico. 

IMPORTANTE! Não interrompa ou substitua os medicamentos indicados pelo médico. Não se automedique. Qualquer tratamento deve ser indicado e supervisionado por um médico.

Como fazer chá de guaco

O chá de guaco possui sabor um pouco amargo mas deve-se evitar adoçar com açúcar (Foto: depositphotos)

O chá de guaco é uma das maneiras mais comuns de consumir os benefícios medicinais dessa planta.

Ingredientes

  • 2 folhas de guaco
  • 500 ml de água filtrada.

Modo de preparo

Lave as folhas de guaco e pique em pequenos pedaços. Ferva a água, adicione o guaco e desligue o fogo. Deixe a infusão tampada por 10 minutos. Em seguida, coe e beba sem adoçar.

A planta possui sabor amargo, mas é importante que você não adoce o chá, nem mesmo com adoçante. Se quiser melhorar o sabor, opte por algumas gotas de limão ou 1 colher de mel. O açúcar anula alguns benefícios importantes do guaco, por isso deve ser evitado.

Como fazer xarope de guaco

Outra forma conhecida de consumir as propriedades do guaco é através do seu xarope. Ele pode ser comprado pronto em lojas de produtos naturais ou ser feito em casa. Veja como preparar:

Ingredientes

  • 1 litro de água
  • 1 xícara de açúcar (demerara ou mascavo)
  • 10 folhas de guaco
  • Mel (opcional)

Modo de preparo

Ferva a água. Em outra panela, caramelize o açúcar. Quando os grãos estiverem derretidos, adicione o guaco e mexa. Despeje a água quente, mexa e deixe cozinhar até chegar na consistência de xarope.

Não esqueça de retirar as folhas do guaco, ao final.

DICA! Acrescente 2 colheres de mel para reforçar o sabor e benefícios.

Como tomar

O xarope de guaco é ótimo no combate a tosse e a gripe. Tome 2 colheres (de sopa) por dia para obter seus benefícios medicinais.

Cuidados e contraindicações

Durante a produção desse artigo, não foram encontradas contraindicações científicas a respeito do uso do guaco. Vale ressaltar somente que não deve haver exagero em seu consumo. Use com moderação e sempre procure a opinião de um médico especialista.

Referências

(1) ANUNCIAÇÃO, Silvio. Nova técnica potencializa rendimento da cumarina. Jornal da Unicamp: Campinas – SP. 2014. Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/jornal/paginas/ju_603_paginacor_08_web.pdf. Acesso em: 14 de agosto de 2019.

(2) MINISTÉRIO DA SAÚDE. SUS oferece fitoterápicos como alternativa de tratamento. Blog da Saúde. 2012. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/31437-sus-oferece-fitoterapicos-como-alternativa-de-tratamento.html. Acesso em: 14 de agosto de 2019.

(3) SALGADO, Hérida R.N., RONCARI, Ana Flávia F., MOREIRA, Raquel R.D. Antidiarrhoeal effects of Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae) leaf extract in mice. Rev. bras. farmacogn. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-695X2005000300007&script=sci_arttext. Acesso em: 14 de agosto de 2019.

(4) NAPIMOGA, M.H., YATSUDA, R. Scientific evidence for Mikania laevigata and Mikania glomerata as a pharmacological tool. Journal of Pharmacy and Pharmacology. 2010. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1211/jpp.62.07.0001. Acesso em: 14 de agosto de 2019.

(5) THEZOLIN, Ronei. CPQBA demonstra eficiência do guaco contra úlcera e outros males. Jornal da Unicamp. 2002. Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/jornalPDF/184-pag04.pdf. Acesso em: 14 de agosto de 2019.

(6) Santana LC, Brito MR, Oliveira GL, Citó AM, Alves CQ, David JP, David JM, de Freitas RM. Mikania glomerata: Phytochemical, Pharmacological, and Neurochemical Study. Evid Based Complement Alternat Med. 2014. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25202336. Acesso em: 14 de agosto de 2019.

(7) MAIORANO, Victor A. et al. Antiophidian properties of the aqueous extract of Mikania glomerata. Journal of Ethnopharmacology, v. 102, n. 3, p. 364-370, 2005. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874105004150. Acesso em: 14 de agosto de 2019.

(8) STUANI FLORIANO, Rafael et al . Effect of Mikania glomerata (Asteraceae) leaf extract combined with anti-venom serum on experimental Crotalus durissus (Squamata: Viperidae) envenomation in rats.Rev. biol. trop,  San José ,  v. 57, n. 4, p. 929-937, 2009. Disponível em: https://www.scielo.sa.cr/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77442009000400003. Acesso em: 14 de agosto de 2019.

(9) RUPPELT, Bettina M. et al. Pharmacological screening of plants recommended by folk medicine as anti-snake venom: I. Analgesic and anti-inflammatory activities. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 86, p. 203-205, 1991. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0074-02761991000600046&script=sci_arttext&tlng=es. Acesso em: 14 de agosto de 2019.

Sobre o autor

Jornalista, tem experiência em emissoras de televisão, jornal impresso e revistas. Trabalha também com produção de conteúdo web para diversos segmentos.