Neste artigo você vai poder conferir se o ômega 3 é capaz de combater os sintomas da asma e quais benefícios esse nutriente oferece para o organismo. Veja também a melhor forma para consumi-lo. Acompanhe!
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que atinge muitas pessoas. Segundo a pneumologista Heloísa Bazzarelli, a asma tem natureza alérgico-inflamatória e caráter familiar. “É uma condição de hiper-reatividade brônquica, onde os mesmos reagem de maneira exagerada frente a alguns estímulos, reduzindo seu calibre”, explica.
Chiado no peito, tosse com secreção viscosa branca e falta de ar são os principais sintomas da doença. Heloísa diz que é importante lembrar que nos casos de asma leve, ela pode se manifestar apenas por uma tosse seca, principalmente, no outono-inverno.
Apesar de ainda não existir a cura definitiva para esse problema, é possível controlar as crises e levar uma vida normal, desde que o paciente receba o tratamento adequado. Além disso, estudos recentes apontaram que o ômega-3 pode ajudar a combater os sintomas da asma. Mas será que ele é realmente eficiente?
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Combatendo a asma com ômega 3
Estudos recentes realizados por cientistas norte-americanos evidenciaram uma excelente resposta anti-inflamatória do ômega-3.
“Ele age reduzindo os níveis de IGE, anticorpo relacionado aos processos inflamatórios e alérgicos, diminuindo a causa da obstrução brônquica. É uma excelente proposta coadjuvante de tratamento, já que a medicação atual controla a doença mas não a cura”, afirma a pneumologista Heloísa Bazzarelli.
No Brasil, o Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz também tem feito pesquisas sobre o assunto. Em busca de novas alternativas de controle e prevenção para pacientes com asma, os pesquisadores estudaram os efeitos protetores do ômega-3 em camundongos.
Nos animais alimentados com ômega 3, a crise alérgica impulsionada nos experimentos foi minimizada em 60% em comparação ao outro grupo, onde foram usadas rações normais. Eles verificaram ainda que houve redução da produção de muco, do infiltrado inflamatório e da contração dos brônquios.
O ômega-3 e seus benefícios
O ômega-3 é um conjunto de ácidos graxos poli-insaturados, ou seja, é um tipo de gordura benéfica para a saúde, mas que não é produzida pelo nosso organismo. Por isso, ele deve estar presente através da alimentação e da suplementação. Essa substância proporciona muitos benefícios, principalmente para dois órgãos de extrema importância em nosso corpo, o coração e o cérebro, ajudando a prevenir doenças cardiovasculares, hipertensão e até câncer.
De acordo com a nutricionista Daniela Mendes Tobaja, a função do ômega-3 no organismo é muito ampla. “Ele auxilia na formação da membrana celular, na regulação hormonal e no desenvolvimento e funcionamento do cérebro e da retina. Também é fundamental durante o desenvolvimento do feto e da criança, que são fases de crescimento cerebral, sendo de extrema importância para gestantes e lactantes”.
Além desses benefícios, também podemos citar outros como:
- Melhoria de processos inflamatórios como: artrite, tendinite, gastrite, colite, sinusite, rinite, celulite, etc
- Redução dos níveis de triglicérides, que são associado a coágulos nas artérias e aumentam o risco de doenças cardiovasculares
- Prevenção da doença de Alzheimer e Parkinson
- Prevenção da depressão e tratamento de ansiedade
- Tratamento da obesidade: por melhorar os processos inflamatórios, bem como controle hormonal, celular, de humor, entre outros
- Auxiliar no tratamento do HIV
- Melhoria da memória e aprendizagem, ou seja, da capacidade cognitiva
- Contribuição com o tratamento da osteoporose, auxiliando a absorção de cálcio
- Auxiliar no controle do índice glicêmico
Como consumir o ômega-3?
A nutricionista Daniela Tobaja diz que as principais fontes de ômega-3 são os peixes de águas salgadas e profundas, como o salmão, a sardinha e o atum. Porém, o ideal é que eles sejam preparados assados, cozidos ou grelhados, pois a fritura deteriora parte do ômega-3 disponível na carne. Outras fontes são: a semente ou óleo de linhaça, chia, nozes, verduras escuras, azeites e alguns óleos.
Entretanto, Daniela diz que a melhor forma de equilibrar a dosagem certa de ômega-3 no organismo é através de suplementos, onde as dosagens são concentradas em cápsulas.
“A maioria dos óleos tradicionais, bem como produtos industrializados com adição de ômega-3, também contém ômega-6, que quando consumido em excesso aumenta o risco de doenças inflamatórias. Como a alimentação da maioria dos brasileiros é rica em ômega-6, a proporção ideal entre ômega-3 e ômega-6 dificilmente é atingida sem suplementação”, explica a profissional.
Por esse motivo, os suplementos de ômega-3 têm sido cada vez mais utilizados, já que, assim, suas proporções ideais são facilmente alcançadas. “Porém, alguns cuidados devem ser tomados na hora de escolher o produto com a melhor qualidade, como a presença de mercúrio, de vitamina E, entre outros fatores. Para melhores informações quanto a necessidade da suplementação, sua escolha e a dosagem certa, consulte sempre o seu nutricionista. Só ele poderá fazer a prescrição correta de acordo com as necessidades de cada pessoa”, orienta Daniela.
Outros tratamentos eficazes para asma
Embora não tenha cura, a asma pode ser controlada com medicamentos de uso local e contínuo, como as famosas ‘bombinhas’, que agregam, em sua fórmula, fármacos broncodilatadores e anti-inflamatórios, como o corticoide.
“A medicação mais utilizada atualmente são os corticoides inalatórios, associados ou não a broncodilatadores. Mas lembre-se que cada caso é um caso e o tratamento deve ser individualizado, conforme a caracterização da doença, que pode ser asma leve, moderada, grave, intermitente ou perene, etc”, reforça a médica pneumologista Heloísa Bazzarelli.
Cuidados para amenizar o sintomas da asma
Ainda de acordo com Heloísa, o controle do ambiente onde vive o asmático, a prática de atividades físicas e uma alimentação saudável contribuem para uma melhor resposta ao tratamento. Mas, infelizmente ainda não existe nada efetivo que possa mudar o aparecimento ou não da doença.
“Sabe-se que o tabagismo, o consumo de alimentos processados, o ambiente insalubre e a exposição constante a alérgenos dos mais variados tipos podem desencadear os primeiros episódios de asma. Crianças nascidas de parto normal também tem menos tendência a desenvolver doenças respiratórias de caráter alérgico”, aponta a pneumologista.
*Informações sobre as especialistas entrevistadas
Dra. Heloisa Bazzarelli
Médica especializada em Pneumologia CRM 44153-SP
Pós-graduação em Homeopatia.
Daniela Mendes Tobaja
Nutricionista Esportiva, Funcional e Fitoterápica. CRN3 27602