O pariri (Arrabidaea chica) é uma planta que cresce de norte a sul do Brasil e é bastante conhecida pelas suas aplicações no tratamento da anemia, problemas no fígado e hipertensão.
Essa erva, também conhecida pelos nomes de crajiru, carajuru, cipó-cruz, cipó-pau e coá-piranga, pode ser usada nas versões em pomada ou infusão. O chá de pariri é uma bebida de cor avermelhada e sabor adstringente e que, na maior parte dos casos, não tem contraindicação.
Ficou com vontade de experimentar? Continue a leitura a seguir e veja os benefícios dessa planta, como preparar o chá e a pomada em casa e a forma de usá-los. Confere aí!
Índice
Afinal, para que serve o pariri?
Contra anemia
O chá feito com as folhas do pariri costuma ser usado na medicina popular para tratar a anemia e isso é justificável pela quantidade de ferro assimilável encontrada nele.
O consumo da erva diariamente consegue aumentar a quantidade de hemoglobina, hematimetria, leucometria e micro-hematócrito no sangue. (1)
Portanto, o pariri exerce uma influência positiva mas necessita ser complementado com reposição nutricional e uma reeducação alimentar para normalizar as taxas de ingestão diária de ferro.
Cicatrizar feridas na pele
A erva é rica nos compostos antioxidantes: antocianinas e aglicona carajurina, que demonstraram o potencial de acelerar a cicatrização.
A melhora da aparência das lesões, que atinge a marca de 96% de cura em apenas 10 dias de tratamento, ocorre porque a planta atua de maneira bem semelhante à vitamina C, estimulando a síntese do colágeno, um tipo de proteína que dá elasticidade e firmeza para a pele.
As folhas dessa trepadeira aumentam a multiplicação dos fibroblastos, que são as células que se juntam para formar os tecidos conjuntivos como pele e tendões. (1)
Acabar com a retenção de líquidos
Sabe aqueles dias em que você se sente inchado (a)? Pois saiba que isso pode ser causado pela retenção de líquidos e o chá de pariri pode te ajudar a resolver o problema de maneira totalmente natural e segura, uma vez que ele é um potente diurético.
Os extratos dessa planta conseguem quase que dobrar o volume de urina em apenas seis horas após a administração.
Essa ação é associada, especialmente, à presença de um composto flavonoide chamado luteolina, que aumenta a taxa de filtragem dos rins, elevando o descarte de toxinas que contribuem para o problema do inchaço. (1)
Controlar a pressão arterial
Consumir o chá das folhas de pariri pode auxiliar no controle da pressão arterial, graças a capacidade que a erva tem de bloquear os canais de cálcio e inibir a disponibilidade desse mineral, que provoca contrações nos vasos e eleva a pressão dentro das células. (2)
As propriedades diuréticas, que foram citadas anteriormente, também contribuem para isso, já que auxiliam na eliminação de sais minerais que provocam o aumento da pressão sanguínea, como o sódio, através da urina. (1)
Tratar a candidíase
Beber a infusão ou fazer a aplicação da pomada feita com as folhas do pariri é um tratamento efetivo para infecções fúngicas, como a candidíase, doença que pode atingir a boca ou a região íntima e é causada pelo excesso do fungo Candida albicans no organismo.
Devido à composição rica em substâncias como as quinonas, catequinas, antocianina, flavonoides, ácidos orgânicos e esteróis, a erva é capaz de impedir a proliferação e eliminar várias espécies de fungos patogênicos. (3)
Desintoxicar o fígado
O pariri é perfeito para dar aquela ajudinha para o fígado funcionar melhor, tão necessário após o abuso de comidas gordurosas, medicamentos ou substâncias tóxicas, como o álcool.
Os fitoquímicos da erva protegem as células do fígado de sofrerem danos causados pelas situações citadas acima. Com isso, o órgão consegue funcionar a todo vapor e faz o próprio trabalho de desintoxicação.
O pariri também reduz os níveis de duas enzimas que são liberadas pelo corpo como uma forma de avisar que o fígado está danificado, apresentando efeito protetor. (1)
Formas de uso do pariri
O pariri pode ser utilizado na forma de infusão, tintura, cápsulas ou até mesmo como pomada para uso tópico. Confira como fazer e usar cada um deles a seguir!
Chá
Para fazer o chá você precisa apenas de 1 colher (de chá) de folhas secas da erva e 1 xícara de água quente.
Deixe descansando abafado por 5 minutos, em seguida, coe e tome o chá sem adoçar, por, no máximo, três vezes ao dia.
Dica! Não beba infusões que estejam prontas há mais de 24 horas, pois elas perdem suas propriedades medicinais.
Cápsula e extrato
As cápsulas e o extrato devem ser consumidos da mesma forma que o chá.
Pomada
A pomada é indicada para o tratamento de feridas e candidíase e também pode ser preparada em casa.
Para isso você deve macerar quatro folhas frescas da planta em meio copo de água filtrada. Aplique na área desejada e refaça a receita diariamente. (4)
Cuidados e contraindicações
O pariri não mostrou efeitos tóxicos em laboratório e nem há relatos de reações graves após o uso da mesmo. Pessoas mais sensíveis, no entanto, podem apresentar diarreia com o uso, o que também pode acontecer quando ela é consumida em excesso. (1)
Atenção: Mesmo que não exista contraindicação expressa, as grávidas, lactantes e pessoas que fazem uso de medicamento de uso contínuo devem sempre buscar orientação médica antes de iniciar qualquer tratamento com fitoterápicos.
Onde encontrar o pariri
Ficou com vontade de testar os efeitos terapêuticos do pariri? A erva é bem fácil de ser encontrada à venda em feiras livres e lojas de produtos naturais e fitoterápicos de todo o país.
(1) BEHRENS, Maria Dutra; TELLIS, Carla J. Moragas; CHAGAS, Maria do Socorro. Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verlot (Bignoniaceae). Revista Fitos, v.7, n.4, p.236-244, 2012. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/15126/2/11.pdf. Acesso em: 31 de janeiro de 2020.
(2) CARTAGENES, Maria do Socorro S. et al. Avaliação da atividade anti-hipertensiva do extrato de Arrabidaea chica Verlot em ratos espontaneamente hipertensos. Revista de Ciências da Saúde, v.16, n.2, p.98-105, 2014. Disponível em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rcisaude/article/view/4064. Acesso em: 31 de janeiro de 2020.
(3) BARBOSA, Wagner Luiz Ramos et al. Arrabidaea chica (HBK) Verlot: abordagem fitoquímica, atividades tripanocida e antifúngica. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.4, 2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2008000400008. Acesso em: 31 de janeiro de 2020.
(4) BARROS, Aureni Sebastiana Mendes. Investigação científica tecnológica da atividade medicinal da espécie Arrabidaea chica (pariri). Universidade Federal do Maranhão, 2018. Disponível em: https://monografias.ufma.br/jspui/bitstream/123456789/3224/1/AURENI-BARROS.pdf. Acesso em: 31 de janeiro de 2020.