5 benefícios da planta Catinga-de-Mulata

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A catinga-de-mulata (Tanacetum vulgare) é uma erva medicinal usada para combater vermes intestinais, melhorar a digestão, estimular a cicatrização e também como um repelente natural para insetos.

Conhecida em algumas regiões como tanásia, erva-lombrigueira, tasneira ou erva-de-São-Marcos, ela cresce em vários estados do Brasil, sendo inclusive considerada erva daninha em muitos locais.

As folhas da planta são ricas em vários tipos de compostos fitoquímicos como os ácidos orgânicos, taninos, flavonoides e até vitamina C.

Por isso são bastante aromáticas e possuem variadas propriedades medicinais. Conheça a seguir seus principais benefícios e dicas de como usar a erva.

5 benefícios da catinga-de-mulata

A catinga-de-mulata melhora a digestão, combate vermes intestinais e ainda alivia dores crônicas (Foto: Reprodução | Wikimedia Commons)

1. Estimula a digestão e abre o apetite

Tomar o chá ou a tintura da catinga-de-mulata após uma refeição pesada ajuda a acabar com a indigestão.

Isso acontece porque essa erva é rica em substâncias que dão o sabor amargo para as folhas. (1)

Eles funcionam como um tipo de defesa para a planta, afastando insetos e predadores indesejados.

Mas além de ser um mecanismo de proteção, esses fitoquímicos são capazes de estimular a produção das secreções digestivas.

Um tipo de ácido produzido no estômago que serve justamente para fazer a digestão dos alimentos que você consome e se ele é produzido em maior quantidade, a comida é quebrada e enviada para os intestinos mais rápido. (2)

Ainda por conta desse efeito, tomar a infusão alguns minutos antes das refeições serve também para abrir o apetite, já que a produção dos líquidos digestivos lança uma espécie de aviso de que é necessário ingerir alimentos.

Sabe aquela “água na boca” que você sente ao ver algo gostoso? Acontece algo semelhante.

2. Combate os vermes intestinais

Outro benefício encontrado nas folhas da planta é o combate aos parasitas intestinais, problema bastante comum em regiões sem saneamento básico e que pode trazer consequências graves para a saúde.

Ela é possui um tipo de óleo essencial moderadamente tóxico chamado tujona, um líquido transparente e com aroma bem parecido com o da hortelã.

Mesmo apresentando essa proteção tóxica, se consumida em pequenas quantidades, não apresenta efeitos negativos em humanos.

Porém consegue matar e eliminar algumas espécies de vermes intestinais adultos, acabando com o ciclo reprodutivo dos mesmos e pondo fim a infestação, daí o nome popular de erva-lombrigueira. (3)

3. Alivia os sintomas do reumatismo

Não é apenas pelo consumo da infusão que a catinga-de-mulata traz benefícios para a saúde.

Os extratos dela podem ser usados em banhos ou cataplasmas e ambos são métodos que ajudam a aliviar os sintomas do reumatismo. (4)

Isso acontece, principalmente, graças aos efeitos anti-inflamatórios da planta, derivados das flavonas, flavonoides e das lactonas sesquiterpênicas.

Todos esse nomes podem parecer bem complicados, mas a ação deles no organismo é bem simples pois basicamente eles impedem que o corpo reaja a alguma provocação.

Entenda melhor! Quando o corpo é provocado, ele aumenta a quantidade de sangue que vai para o local que ele identifica como fonte do problema. Só que junto com esse sangue vai uma grande quantidade de anticorpos e é aí que mora o problema.

Tanto essa grande quantidade de sangue, como de células de defesa, são as causadoras de sintomas como vermelhidão, dores e a queimação vistos nas doenças reumáticas, que são um tipo de inflamação crônica.

Ou seja, não possuem uma cura. Mas ao impedir que todo esse processo ocorra, a catinga-de-mulata traz um alívio para as dores e melhora a qualidade de vida dos portadores dessa doença. (5)

4. Controla a pressão arterial

O chá dessa erva também é útil no controle da pressão alta, um dos problemas cardiovasculares mais comuns e fator de risco para problemas mais sérios, como infarto e até falha renal.

A planta promove o relaxamento e ainda consegue inibir a ação de um hormônio que causa o estreitamento das veias.

Por isso, tomar uma xícara desse chá faz com que o sangue circule melhor, resultando na diminuição e controle da pressão arterial, o que contribui para reduzir os riscos de desenvolver outros problemas cardiovasculares. (6)

5. É um repelente de insetos natural

Por fim, o óleo essencial da catinga-de-mulata é um repelente natural e pode ser usado para ajudar a se ver livre das picadas de mosquitos.

Se lembra quando falamos que a planta tem alguns mecanismos de defesa? Pois é, os compostos voláteis, entre eles a tujona, são parte disso e agem afastando os insetos, principalmente mosquitos, devido ao aroma forte que as folhas liberam.

Como o cheiro do óleo essencial forma uma espécie de barreira protetora, ele pode ser aplicado direto na pele, em pequenas quantidades, ou colocado nas roupas das pessoas mais sensíveis aos compostos, com a mesma eficácia. (7)

Como usar a catinga-de-mulata

O chá da catinga-de-mulata não deve ser tomado mais de três vezes no dia (Foto: Freepik)

Ela pode ser usada de várias maneiras diferentes. Nas forma de compressas, que podem ser feitas com o chá ou tintura e aplicadas nas articulações, no caso de problemas reumáticos.

Como chá, que deve ser tomado com bastante cuidado e por períodos curtos de tempo devido aos efeitos tóxicos da tujona.

Nos dois casos o modo de preparo é bem simples: basta acrescentar 2 colheres (de sopa) das folhas em um litro de água fervente e deixar abafado por cerca de 10 minutos. (4)

Feito isso basta usar em banhos, compressas ou beber o chá aos poucos e sem adoçar.

Cuidados e contraindicações

Mesmo tendo todos esses benefícios, é preciso tomar bastante cuidado antes de iniciar algum tratamento com a catinga-de-mulata.

Os efeitos tóxicos da tujona consegue matar um adulto com uma dose que varia entre 15 e 30 gramas do composto.

Em doses menores ela pode causar intoxicação, que pode ter sintomas leves ou graves. Entre os principais sinais estão: cansaço, tremores, dificuldade para respirar, maior necessidade de urinar e diminuição das reações motoras.

No entanto, o consumo de até três xícaras por dia é seguro, pois não apresenta efeitos colaterais.

Já as mulheres grávidas estão totalmente proibidas de tomar, pois a erva é um potente abortivo. As que estejam amamentando ou crianças pequenas, também estão nessa lista, já que a planta pode causar reações alérgicas nas crianças. (8)

Importante! Nunca dê início a qualquer tratamento, mesmo com remédios naturais, por conta própria e não tome nunca uma quantidade maior do que a recomendada por dia. Consulte um especialista.

Referências 

(1) STEVOVIC, Svetlana et al. Environmental adaptability of tansy (Tanacetum vulgare L.). African Journal of Biotechnology, v.8, n.22, p.6290-6294, 2009. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5897/AJB09.1267. Acesso em: 28 de setembro de 2019.

(2) DINIZ, Rui Cépil; SILVA, Sonia Hutul. Protocolo de fitoterapia. Autarquia Municipal de Saúde, Londrina, Paraná: 2006, 99 p.

(3) GODINHO, Loyana Silva et al. Anthelmintic Activity of Crude Extract and Essential Oil of Tanacetum vulgare (Asteraceae) against Adult Worms of Schistosoma mansoni. The Scientific World Journal, 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1155/2014/460342. Acesso em: 28 de setembro de 2019.

(4) Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense: produção didático-pedagógica, 2010. Disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1335. Acesso em: 28 de setembro de 2019.

(5) SCHINELLA, Guillermo R. et al. Anti-inflammatory Effects of South American Tanacetum vulgare. The Journal of Pharmacy and Pharmacology, v.50, n.9, p.1069-1074, 1998. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.2042-7158.1998.tb06924.x. Acesso em: 28 de setembro de 2019.

(6) LAHLOU, Sanaa et al. Vascular effects of Tanacetum vulgare L. leaf extract: In vitro pharmacological study. Journal of Ethnopharmacology, v.120, p.98-102, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jep.2008.07.041. Acesso em: 28 de setembro de 2019.

(7) PALSSON, Katinka et al. Tick Repellent Substances in the Essential Oil of Tanacetum vulgare. Journal of Medical Entomology, v.45, n.1, p.88-93, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1603/0022-2585(2008)45[88:TRSITE]2.0.CO;2. Acesso em: 28 de setembro de 2019.

(8) LAHLOU, Sanaa; ISRAILI, Zafar H.; LYOUSSI, Badiâa. Acute and chronic toxicity of a lyophilised aqueous extract of Tanacetum vulgare leaves in rodents. Journal of Ethnopharmacology, v.117, p.221-227, 2008. Disponível em: sci-hub.tw/10.1016/j.jep.2008.01.024. Acesso em: 28 de setembro de 2019.

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.