Como o óleo de peixe pode ajudar a melhorar sua saúde

O óleo de peixe é uma das fontes mais conhecidas e saudáveis de ômega 3, um ácido graxo rico em benefícios para a saúde. Entre as vantagens do seu consumo regular estão a prevenção de doenças, controle de taxas sanguíneas, alto poder anti-inflamatório e a prevenção do câncer.

É um alimento sem contraindicações, que pode ser consumido por recém-nascidos até pessoas na terceira idade. O salmão e a sardinha são as principais fontes desse alimento natural no Brasil.

Cápsulas de óleo de peixe
O óleo de peixe é rico em ômega 3, nutriente importante para o desenvolvimento cognitivo (Foto: depositphotos)

Abaixo, você encontrará uma lista com explicação sobre cada um dos seus benefícios, como tomar, onde encontrar e quais são os cuidados e efeitos colaterais do seu consumo!

Benefícios do óleo de peixe para a saúde

De acordo com a nutricionista Fernanda Costa, os efeitos positivos das substâncias chamadas ácidos graxos poli-insaturados (como o ômega-3) têm sido amplamente estudados para avaliar os benefícios do óleo de peixe para a saúde. Confira:

Previne doenças crônicas advindas da obesidade

De acordo com a nutricionista, as doenças crônicas não transmissíveis constituem o problema de saúde de maior magnitude no Brasil, correspondendo a 72% das causas de mortes no país. Entre essas doenças crônicas, podemos destacar a hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares etc. (1)

Costa afirma que na obesidade o risco de desenvolver esses problemas aumenta. “As pessoas obesas, em consequência do elevado estoque de gordura corporal, apresentam níveis elevados de marcadores inflamatórios”, explicou.

Desse modo, o óleo de peixe pode ser usado como uma alternativa natural para a prevenção das doenças crônicas na obesidade. Além disso, se o paciente já possui algumas dessas doenças, o óleo também pode ser usado como remédio caseiro auxiliar no seu tratamento.

Mas você pode estar se perguntando: tomar óleo de peixe emagrece? Cientificamente falando, esse alimento não é capaz de fazer emagrecer, mas é um auxiliar do emagrecimento.

Para isso, o óleo deve ser associado a uma alimentação saudável montada por um especialista em nutrição. As atividades físicas podem fazer com que você emagreça ainda mais rápido.

Previne doenças do coração

O ômega 3 encontrado no óleo, também possui alta ação anti-inflamatória, de acordo com a especialista. Isso se deve, em especial, a uma propriedade medicinal conhecida cientificamente como interleucina (IL-10). (1, 2, 3, 4)

Segundo Costa, “a suplementação de ômega 3, em função dos seus efeitos anti-inflamatórios, pode impedir a progressão da lesão aterosclerótica, minimizando assim o risco de doenças cardiovasculares, por exemplo”, ressaltou. (4)

Diminui a taxa de triglicerídeo

A nutricionista ainda destaca que o consumo do ômega 3 encontrado no óleo de peixe é positivo para quem possui alto nível de triglicerídeo no organismo. (1,3)

De acordo com ela, o ômega 3 também exerce consistente efeito hipotrigliceridêmico. “Os ácidos graxos N-3 reduzem as concentrações de TG (triglicerídeos) através da redução na produção endógena de VLDL no corpo”, concluiu Fernanda.

O VLDL é um tipo de colesterol ruim que ajuda no aumento das taxas de triglicerídeos.

Reduz a pressão arterial

Quem tem pressão alta também pode utilizar o óleo de peixe como uma alternativa natural para diminuir esse problema. E os méritos também são do ômega 3. Seu consumo evita a formação de coágulos sanguíneos na parede arterial, o que diminui a pressão sanguínea. (1)

Um estudo realizado na Universidade Federal de Uberlândia constatou que inserir peixe e seus derivados – como o óleo – apresenta resultados satisfatórios sobre os níveis de triglicerídeos, pressão sanguínea, mecanismo de coagulação e ritmo cardíaco.” (3)

Faz bem para crianças e bebês

O consumo do óleo de peixe também faz bem para o desenvolvimento saudável de crianças.

Segundo a nutricionista, “o ômega 3 é responsável pela maior reserva energética corporal para crianças e recém-nascidos, além de ser um fator determinante no desenvolvimento visual e neural, no crescimento e na manutenção da saúde”, afirmou.  

O ômega 3 atua no desenvolvimento neural e cognitivo, o que pode ser de grande ajuda para o aprendizado infantil, principalmente nos primeiros anos de vida. 

É importante na terceira idade

Além de fazer bem para recém-nascidos, os benefícios do ômega 3 se estendem por toda a vida adulta até a terceira idade. É isso mesmo, o consumo dessa substância é essencial para uma velhice saudável.

A nutricionista enfatiza que o nutriente atua com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, colaborando na prevenção e tratamento de doenças, como: perda de memória, Alzheimer e Parkinsonismo.

Previne alguns tipos de câncer

Um estudo brasileiro ainda foi capaz de comprovar o efeito anti-câncer do óleo de peixe, especialmente pela propriedade antioxidante do ômega 3. Entre os tipos de câncer que podem ser prevenidos através do consumo regular desse alimento estão o câncer de mama, próstata e cólon. (3)

Como tomar óleo de peixe?

O óleo de peixe pode ser encontrado de duas formas: o óleo em si (líquido) ou em cápsulas. A segunda forma é a mais comum e fácil de encontrar.

O Ministério da Saúde, juntamente com a Anvisa, indicam que um adulto brasileiro deve consumir entre uma e três gramas de ômega 3 por dia, mas isso depende de cada organismo.

Você pode conferir a quantidade de ômega 3 por grama ou mililitro no rótulo da embalagem do óleo de peixe. Mas para saber qual a quantidade ideal consumir, é importante consultar um especialista em nutrição. (5)

Melhor horário 

Não há um horário definido para o consumo diário do ômega 3. Mas é recomendado um intervalo de, no mínimo, quatro horas entre a ingestão desse composto e a prática de exercício físico para hipertrofia.

Esse é o tempo aproximado que o corpo leva para absorver o nutriente. É importante também não tomar nenhum suplemento físico durante esse intervalo, pois eles podem afetar a absorção do ômega 3. 

Onde encontrar e como consumir 

“O ômega 3 é composto de ácidos saudáveis encontrados em peixes e óleos de peixe. Ele pode ser encontrado tanto em formas naturais (animais marinhos) quanto artificiais (fármacos, remédios e suplementos)”, explica Fernanda Costa.

As principais fontes de ômega 3 encontradas no meio ambiente são de animais marinhos. Apesar disso, é possível encontrá-lo em abundância nas sementes de plantas oleaginosas, principalmente na soja, milho, girassol e nas castanhas

Cuidados, contraindicações e efeitos colaterais

Não há contraindicações gerais para o consumo do óleo de peixe, exceto nos casos de alergia.

Em excesso, podem ocorrer alguns efeitos colaterais. Entre os mais comuns estão: distúrbios gastrintestinais, sangramento gengival e odor de peixe na região da boca.

Além disso, o consumo exagerado pode piorar o perfil glicêmico de diabetes, aumentar o nível sérico de colesterol total em pacientes com hiperlipidemia mista e aumento consistente do LDL. 

*Artigo feito com a colaboração da nutricionista Maria Fernanda Silva Costa (CRN: 21021).

Referências

(1) VAZ, Diana Souza Santos; et al. A importância do ômega 3 para a saúde humana: um estudo de revisão. Revista UNINGÁ Review, v. 20, n. 2, 2018. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20141103_154429.pdf. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(2) CARTOLANO, Flavia de Conti. Efeito do ácido graxo ômega 3 sobre a composição corporal, controle glicêmico e risco cardiovascular de indivíduos adultos e idosos, Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, 2015. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-14122015-123925/publico/FlaviaDeContiCartolanoREVISADA.pdf. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(3) NETO, Aguiar et al. Um breve levantamento bibliográfico sobre os ácidos graxos ômega-3 e suas características, Universidade Federal de Uberlândia, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/23641/3/BreveLevantamentoBibliogr%c3%a1fico.pdf. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(4) SCHERR, Carlos et al. Concentração de ácidos graxos e colesterol de peixes habitualmente consumidos no Brasil. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/2014nahead/pt_0066-782X-abc-20140176.pdf. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(5) ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Informe Técnico, 2014. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/388729/Informe+Técnico+nº+63%2C+de+3+de+outubro+de+2014/be5f23cf-456a-41ba-abfd-6065ac94b076. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

Sobre o autor

Jornalista, tem experiência em emissoras de televisão, jornal impresso e revistas. Trabalha também com produção de conteúdo web para diversos segmentos.