Mulungu: veja os benefícios e aprenda a fazer o chá

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

Achou estranho o nome mulungu? Então talvez você conheça essa planta por outros nomes, como canivete, bico de papagaio, corticeira, suína ou até flor-de-coral. Apesar das várias nomenclaturas, estamos falando de apenas uma espécie, a Erythrina mulungu.

Essa planta nativamente brasileira é utilizada há anos para tratar estresse e outros problemas que afetam a saúde do sistema nervoso. Atualmente, ela continua sendo utilizada para estes e outros fins, aparada por instituições como o próprio Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). (1)

Flor de mulungu

O mulungu é uma planta brasileira capaz de combater a ansiedade e a insônia (Foto: depositphotos)

Mas esses não são os únicos benefícios de mulungu, e aqui você vai encontrar todos eles. Além disso, vai aprender a fazer o chá das cascas da planta, saber como usá-la para saúde e conhecer as contraindicações da infusão.

Benefícios do mulungu

O uso dessa planta vai além dos tratamentos físicos. A infusão de mulungu também é muito usada no preparo de banhos e preparos medicinais. Nesses casos, a aplicação é relacionada a crenças religiosas com os propósitos de afastar energias negativas. (2)

Protege o sistema nervoso

A planta trata quadros leves de ansiedade e insônia em adultos. Isso acontece porque as cascas da árvore possuem ação calmante. (1)

Essa erva possui uma ação suavizante na organização anímica. Para quem não sabe, essa organização também é chamada de corpo astral e seu desgaste acarreta em quadros de ansiedade, hiperacidez gástrica e hipertensão arterial. Com o uso do mulungu, o paciente pode auxiliar no tratamento de insônia nervosa, espasmos musculares e hipertonicidade. (2,3)

Esses benefícios já foram comprovados apoiando o uso popular dos extratos da planta como agentes tranquilizantes. (4, 5) Mas esses não são os únicos benefícios ao sistema nervoso, uma vez que a a erva também apresenta efeitos anticonvulsivantes. (6)

Combate inflamações

Um outro efeito positivo dessa planta é o combate às inflamações respiratórias. Em estudo feito na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, foi constatada melhora da inflamação alérgica das vias aéreas a partir do consumo do extrato das flores desse vegetal.

O que confirma o potencial no tratamento de doenças respiratórias, como a asma, porque diminui significativamente a infiltração inflamatória no tecido pulmonar. (7)

Trata dores

Mulungu é uma planta que produz alcaloides, por esse motivo ela acaba relaxando os músculos lisos, agindo como um tipo de depressor (sedativo). Além disso, atua no tratamento de dores com origem reumática e nevrálgica, apresentando um efeito analgésico. (8,9)

Combate bactérias e fungos

Além dos alcaloides, a erva também produz isoflavonoides e flavonoides, entre outras substâncias. Mas essas duas citadas apresentam atividades bactericidas e antifúngicas. Com isso, podemos afirmar que a planta consegue destruir bactérias e fungos que tentam se instalar no corpo, prevenindo assim o surgimento de doenças. (10)

De acordo com algumas pesquisas, o potencial antibacteriano de mulungu inibe bactérias como a Staphylococus aureusBacillus subtilis. Essa primeira, por exemplo, é responsável por causar infecções cutâneas, mas que também pode provocar pneumonia ou infecções ósseas e até cardíacas. (9)

Como fazer o chá da casca do mulungu?

A maneira correta de fazer o chá dessa planta é através do método decocto. Nesse caso, coloca-se de 4 a 6 gramas das cascas de mulungu em 150 ml de água para ferver. O recomendado é beber uma xícara de duas a três vezes ao dia, não ultrapassando mais de três dias seguidos. (1)

Chá de mulungu emagrece?

Não foi encontrada nenhuma relação entre essa bebida e a perda de peso. Além disso, nenhum produto, por mais natural que seja, tem o poder de emagrecimento. Para que esse processo seja feito de forma completa e saudável, é indicado associar várias mudanças de hábitos, como uma dieta equilibrada e a prática de exercícios físicos.

Outra forma de uso

Seu consumo também pode ser feito através de cápsulas que podem ser encomendadas em farmácias de manipulação. A administração pode ser feita de 50 a 200 mg por dia. (8)

Mas, apesar do produto não precisar de receita médica, é indicado procurar um especialista no problema de saúde enfrentado e, com o auxílio dele, entender se essa medicação natural é benéfica ao quadro clínico.

Contraindicação

As diferentes maneiras de usar o mulungu devem ser evitadas por pessoas com insuficiência cardíaca ou arritmias cardíacas. Além disso, pacientes com hipersensibilidade individual aos componentes das fórmulas, grávidas, lactantes e crianças também devem evitar o uso.

Por fim, uma informação importante: as sementes não devem ser utilizadas por concentrarem maiores quantidades de alcaloides e, portanto, apresentarem maior toxicidade em relação às cascas e folhas. (2)

Afinal, o que é mulungu?

Como vimos, o nome científico dessa planta é Erythrina mulungu, mas existem aproximadamente 110 espécies do gênero Erythrina, das quais 70 são nativas da América. O tipo mulungu é oriundo do Brasil. (10)

Referências

(1) Ministério da Saúde e Anvisa. “Monografia da espécie Erythrina mulungu (mulungu)“. 2013. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/11/Monografia-Erythrina.pdf. Acesso em: 05 de setembro de 2019.

(2) SCLEIER, Rodolfo; QUIRINO, Cristiane Saruragui; RAHME, Samir. “Erythrina mulungu – descrição botânica e indicações clínicas a partir da antroposofia“. Revista Arte Médica Ampliada, Vol. 36 | N. 4 | 2016. Disponível em: http://abmanacional.com.br/wp-content/uploads/2017/06/36-4-Erythrina-mulungu1.pdf. Acesso em: 05 de setembro de 2019.

(3) GARDIN, Nilo E. “Quadrimembração: as quatro organizações que constituem o ser humano de acordo com a antroposofia“. Revista Arte Médica Ampliada, Vol. 35 | N. 3 | 2015. Disponível em: http://abmanacional.com.br/arquivo/0d659a4639cc06c8999b0da8af0a53d26f821c93-35-3-quadrimembracao.pdf. Acesso em: 05 de setembro de 2019.

(4) RIBEIRO, M. D.; et al. “Effect of Erythrina velutina and Erythrina mulungu in rats submitted to animal models of anxiety and depression“. Revista Brasileira de Pesquisa Médica e Biológica. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2006000200013. Acesso em: 05 de setembro de 2019.

(5) JÚNIOR, Otavio Aparecido Flausino. “Efeitos de alcaloides eritrinianos isolados de Erythrina mulungu (Papilionaceae) em camundongos submetidos a modelos animais de ansiedade“. Biological and Pharmaceutical Bulletin, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1248/bpb.30.375. Acesso em: 05 de setembro de 2019.

(6) ROSA, Daiane Santos; et al. “Erisotrina, um alcaloide extraído das flores de Erythrina mulungu Mart. ex Benth: Avaliando seu potencial anticonvulsivo e ansiolítico“. Epilepsy & Behavior, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.yebeh.2012.01.003. Acesso em: 05 de setembro de 2019.

(7) AMORIM, J.; et al. “The ethanolic extract from Erythrina mulungu Benth. flowers attenuates allergic airway inflammation and hyperresponsiveness in a murine model of asthma“. Journal of Ethnopharmacology, 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30102994. Acesso em: 05 de setembro de 2019.

(8) Via Farma. “Mulungu“. Disponível em: https://www.dermomanipulacoes.com.br/assets/uploads/Mulungu.pdf. Acesso em: 05 de setembro de 2019.

(9) Revista Fitos. “Erythrina sp. Fabaceae (Leguminosae, Faboideae)“, Vol. 7 – nº 03, 2012. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/15130/2/2.pdf. Acesso em: 05 de setembro de 2019.

(10) VIRTUOSO, Suzane. “Estudo fitoquímico e biológico das cascas de Erythirna velutina Willd – Fabaceae (Leguminosae – papilionoideae)“. Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, 2005. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/1931/COMPLETA_FINAL.pdf;jsessionid=F68E314007FB56175E196B01451E0C3A?sequence=1. Acesso em: 05 de setembro de 2019.

Sobre o autor

Formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, tem experiência em rádio e escreve para o Remédio Caseiro desde 2015. Registro Profissional MTB-PE: 6750.