Remédio para furúnculo: 6 receitas caseiras que funcionam

Sabia que a cebola pode ser usada como um remédio para furúnculo? Pois é, e não apenas ela, como também o mel, a babosa e até mesmo o repolho podem ser opções caseiras para tratar esse tipo de infecção cutânea

O melhor é que além de serem eficazes, as opções de compressas naturais que você verá seguir têm a capacidade de diminuir a inflamação e promover o alívio das dores. 

O furúnculo normalmente é causado pela infecção onde está um pelo encravado (Foto: Freepik)

É necessário, no entanto, destacar que se os sintomas persistirem ou piorarem é importante buscar assistência médica, para que o profissional indique o tratamento mais adequado para cada caso.

6 remédios caseiros para furúnculo 

1. Cebola 

Segundo o fitoterapia Danilo Ramon, o “uso da cebola para tratar furúnculo é muito eficaz” e isso por conta das características fitoquímicas desse vegetal. 

Em primeiro lugar, porque a cebola consegue estimular a circulação sanguínea no local onde está a infecção, o que faz com que o inchaço causado pelo acúmulo de líquidos diminua. Isso também torna mais fácil para o corpo expulsar o pus derivado do processo inflamatório. (1)

Outro ponto da cebola, como destaca Danilo, é que ela é rica em quercetina, um composto com propriedades analgésicas. (2

Para utilizá-la como remédio caseiro o profissional aconselha: “colocar apenas uma rodela de cebola em cima do local indicado (furúnculo).” Feito isso, basta deixar por alguns minutos. 

2. Babosa 

Outro remédio para furúnculo indicado pelo especialista é a baba retirada das folhas da babosa, composto que consegue penetrar na pele e reduz a inflamação e as dores, uma vez que tem potencial analgésico. (3)

A planta também é considerada um antisséptico natural, impedindo a proliferação das bactérias que estão causando a infecção por conter compostos como o lupeol, o enxofre e o ácido salicílico. (4)

Danilo ensina que para fazer a compressa basta “colocar uma folha em uma brasa acesa [ou na boca do fogão], depois de aquecida é só tirar a baba de dentro da babosa e aplicar sobre o furúnculo”. 

3. Repolho 

Outro medicamento super efetivo para tratar os incômodos causados pelos furúnculos é o repolho. Conforme justifica o profissional, o vegetal é um potente antibacteriano, por ser rico em compostos derivados do enxofre. (5)

Além do mais, as folhas dele possuem potencial anti-inflamatório. Como consequência há uma redução do inchaço, das dores e da vermelhidão do local afetado pela infecção. (6)

“Amasse três ou quatro folhas de repolho bem verdes, amassando sem desmanchar as folhas e aplique como compressa sobre o furúnculo”, recomenda o fitoterapeuta. 

Segundo ele, isso “vai fazer com que [o furúnculo] seque, e secando o pus ele acaba cicatrizando mais rapidamente”. 

4. Óleo de mamona (rícino)

O óleo de mamona, ou rícino, também pode ser usado para este fim, visto que é um poderoso agente antisséptico e cicatrizante natural. 

Mas não para por aí, ele também tem o poder de reduzir o processo inflamatório, e consequentemente o acúmulo de pus, e aliviar a dor, agindo como um anestésico local. (7)

“Aplique óleo de semente de mamona, levemente aquecido no local do furúnculo”, aconselha o naturopata e completa dizendo  para “colocar uma folha de mamona por cima e deixar por alguns minutos”, caso encontre na sua região. 

5. Língua-de-vaca 

A língua-de-vaca, planta conhecida em algumas regiões como fumo-do-mato, é mais uma opção remédio para furúnculo que vem da natureza.

O que faz essa erva ser boa para tratar esse tipo de problema de pele são os potenciais antinociceptivo (de aliviar as dores) e o antiedematogênico. Isso é, de diminuir o inchaço local. (8)

A indicação, de acordo com Danilo, é “amassar uma porção de folhas de língua-de-vaca e colocar sobre a região afetada. Com isso, o furúnculo se dilatará, expelindo todo o pus existente”, processo que acelera o processo de cura. 

6. Mel 

O mel é utilizado como remédio natural para tratar feridas e, portanto, não é de se espantar que ele também ajude com o caso dos furúnculos.

O alimento reduz a inflamação, ao mesmo tempo que impede a proliferação das bactérias que estão provocando a infecção e ainda acelera a cicatrização da pele. Ou seja, faz o trabalho completo e o melhor: sem efeitos negativos. (9)

“Misture o mel de abelha com farinha de trigo até obter uma pasta. Depois aplique sobre o furúnculo em forma de compressa”, ensinou o fitoterapeuta sobre a melhor forma de uso para essa compressa caseira. 

O que exatamente é o furúnculo

Você viu algumas dicas de como reduzir os sintomas dos furúnculos com remédios naturais, mas afinal, o que é ele?

Pois bem, de acordo com a médica dermatologista Patricia Ormiga “o furúnculo é uma infecção do folículo pilossebáceo [estrutura da base do fio cabelo que fica próxima a uma glândula produtora de sebo], causada por bactérias presentes na superfície da pele. 

É preciso esclarecer que esse quadro é algo diferente do pelo encravado. “O pelo encravado pode apenas estar encravado [não ter rompido a epiderme], sem nenhuma infecção. Já o furúnculo apresenta vermelhidão, inchaço e, na maioria das vezes, presença de pus visível”, disse Patrícia. 

O que causa o problema

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) informa que a infecção costuma surgir a partir de uma lesão superficial que permite que as bactérias entrem na pele e comecem a se multiplicar, o que acaba agravando o quadro inicial, mas existem algumas causas podem favorecer o surgimento desse dela. (10)

Por exemplo, “roupas apertadas ou outras formas de atrito sobre a pele podem precipitar esse tipo de infecção”, comunica a dermatologista, que completa falando que “diabéticos, portadores de imunodeficiência, obesos e usuários de drogas injetáveis têm maior chance de desenvolvê-la [a infecção]”. 

Furúnculo é contagioso?

A resposta para essa pergunta é sim, por se tratarem de uma infecção bacteriana os furúnculos são contagiosos. Portanto, a médica alerta que “o contato com as lesões de furúnculo deve ser evitado”. 

No mais, ela aconselha que “o mais importante é procurar o dermatologista sempre que existir uma lesão de pele. Só ele será capaz de fazer o diagnóstico correto e prescrever o tratamento mais adequado.”

Outro alerta é para nunca espremer um furúnculo para retirar o pus, pois isso pode agravar ainda mais o quadro infeccioso e trazer consequências bem graves para a saúde. 

*Artigo feito com a colaboração do naturopata especialista em acupuntura, fitoterapia e iridologia Danilo Ramon (CRTH – 1224 – BR) e da médica dermatologista e assessora do departamento de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologista (SBD), Patrícia Ormiga (CRM: 52748390).

Referências 

(1) KUMAR, K.P. Sampath et al. Allium cepa: A traditional medicinal herb and its health benefits. Journal of Chemical and Pharmaceutical Research, v.2, n.1, p.283-291, 2010. Disponível em: http://www.jocpr.com/articles/allium-cepa-a-traditional-medicinal-herb-and-its-health-benefits.pdf. Acesso em: 3 de março de 2020.

(2) FARJANA, Farah et al. Antinociceptive activity Studies with Methanol Extract of Onion, Garlic and Ginger in Mice. Advances in Natural and Applied Sciencs, v.8, n.8, p.169-174, 2014. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/274640713_Antinociceptive_activity_Studies_with_Methanol_Extract_of_Onion_Garlic_and_Ginger_in_Mice. Acesso em: 3 de março de 2020.

(3) VOGLER, B.K.; ERNST, E. Aloe vera: a systematic review of its clinical effectiveness. British Journal of General Practice, v.49, n.447, p.823-828, 1999. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1313538/. Acesso em: 3 de março de 2020.

(4) SURJUSHE,Amar; VASANI, Resham; SAPLE, D.G. Aloe vera: A short review. Indian Journal of Dermatology, v.53, n.4, p.163-166, 2008. Disponível em: http://www.e-ijd.org/article.asp?issn=0019-5154;year=2008;volume=53;issue=4;spage=163;epage=166;aulast=Surjushe. Acesso em: 3 de março de 2020.

(5) KYUNG, K.H.; FLEMING, H.P. Antimicrobial Activity-of Sulfur Compounds Derived from Cabbage. Journal of Food Protection, v.60, n.1, p.67-71, 1997. Disponível em: https://doi.org/10.4315/0362-028x-60.1.67. Acesso em: 3 de março de 2020.

(6) ROKAYYA, Sami et al. Cabbage (Brassica oleracea L. var. capitata) Phytochemicals with Antioxidant and Anti-inflammatory Potential. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention, v.14, p.6657-6662, 2013. Disponível em: http://dx.doi.org/10.7314/APJCP.2013.14.11.6657. Acesso em: 3 de março de 2020.

(7) JENA, Jitendra; GUPTA, Ashish Kumar. Ricinus communis linn: A phytopharmacological review. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, v.4, n.4, p.25-29, 2012. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/235417877_Ricinus_communis_linn_A_phytopharmacological_review. Acesso em: 3 de março de 2020.

(8) RAMOS, Maria Perpétua Oliveira et al. Antinociceptive and edematogenic activity and chemical constituents of Talinum paniculatum Willd. Journal of Chemical and Pharmaceutical Research, v.2, n.6, p.265-274, 2010. Disponível em: https://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/7355. Acesso em: 3 de março de 2020.

(9) RAO, Pasupuleti Visweswara et al. Biological and therapeutic effects of honey produced by honey bees and stingless bees: a comparative review. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.26, n.5, p.657-664, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.bjp.2016.01.012. Acesso em: 3 de março de 2020.

(10) Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Furúnculo. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/furunculo/40/. Acesso em 3 de março de 2020.

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.