Óleo de alecrim: 12 benefícios e como fazer em casa

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

O óleo de alecrim é rico em compostos que atuam na melhora da pele, pois auxilia na prevenção e cicatrização da acne, previne o envelhecimento precoce e ainda estimula o crescimento do cabelo.

Mas não são apenas vantagens externas que ele traz. Quando consumido, seja diluído em água ou misturado aos alimentos, o óleo protege e amplia a memória e outras funções cerebrais e alivia os sintomas de gripes e resfriados. Incrível, não é?

O óleo de alecrim acalma, aliviando os sintomas da ansiedade e do estresse (Foto: Freepik)

O melhor de tudo é que ele é bem fácil de ser encontrado e pode até mesmo ser feito em casa utilizando poucos ingredientes. Conheça a seguir os benefícios e usos desse óleo e como prepará-lo em casa.

12 benefícios encontrados no óleo de alecrim 

1. Melhora a aparência da pele 

O óleo de alecrim, se aplicado na pele, ajuda a melhorar a aparência e saúde da região por causa de uma série de motivos. 

O primeiro é que ele trata a acne. Ele pode ser usado para amenizar a aparência das espinhas, por ser um potente anti-inflamatório natural. (1)

Outro ponto que faz deste óleo uma opção natural para cuidar da pele acneica é fato dele acelerar o processo de cicatrização, estimulando a produção das células que compõe o tecido epitelial. Inclusive, essa ação é ótima para prevenir cicatrizes causadas pela acne. (2)

Os compostos encontrados na erva aromática também têm potencial bactericida contra cepas (conjunto) de bactérias que vivem na pele e são responsáveis por causar a acne. 

O óleo ainda é rico em vitamina C (ácido ascórbico), um nutriente que atua como antioxidante. Ou seja, impede a degradação celular, o que é excelente na prevenção das rugas, além de proteger contra os raios solares. 

Essa vitamina também exerce um papel importante na produção do colágeno, um tipo de proteína que promove a firmeza e elasticidade da pele. 

Por fim, sua fórmula oleosa forma uma espécie de película protetora sobre a pele, que impede que a umidade das camadas mais superficiais evaporem. Mantendo assim a hidratação por muito mais tempo, porém sem deixar a região oleosa, pois tem rápida absorção. (3)

2. Acelera o crescimento dos cabelos e trata a caspa 

O óleo de alecrim também é utilizado para estimular o crescimento dos cabelos. Misturar o óleo ao shampoo ou aplicá-lo massageando o couro cabeludo pode ajudar a resolver a queda excessiva de fios, por promover a circulação do couro cabeludo. (4)

Essa ação é derivada, principalmente, da presença de dois tipos de ácidos orgânicos: o caféico e o rosmarínico. Juntos, eles diminuem a produção de sebo (gordura), desobstruindo os poros, o que também desperta o crescimento e trata a oleosidade do couro cabeludo. (5)

O alecrim ainda é um poderoso antifúngico, por isso consegue tratar a dermatite seborreica, doença que causa descamação da pele e é conhecida pelo nome popular de caspa. (6

3. Promove o alívio de gripes e resfriados 

O óleo também pode ser ingerido, desde que respeitando as quantidades máximas por dia, e se torna uma forma natural de tratamento da gripe e do resfriado comum, já que tem a capacidade de impedir a replicação dos vírus causadores. (7)

Ele relaxa as vias respiratórias, aliviando os problemas como coriza, tosse e facilita a expulsão do muco (catarro) que é produzido a partir de uma resposta inflamatória do organismo frente à invasão dos vírus. (4)

4. Favorece a circulação 

Usar o óleo de alecrim na alimentação também pode incrementar a circulação sanguínea. Os compostos encontrados nele alargam os vasos por onde passa o sangue, o chamado efeito vasodilatador. Devido a isso, o sangue consegue fluir de maneira mais suave. (8

Esse processo pode prevenir problemas como hipertensão e varizes, enfermidades circulatórias bastante comuns. Também tem propriedades antitrombóticas, evitando a formação dos trombos, que impedem a livre circulação do líquido e levar à morte em casos mais graves. (3)

5. Alivia as cólicas 

Usar o óleo de alecrim traz alívio rápido para as cólicas, tanto intestinais quanto menstruais, por reduzir os espasmos musculares responsáveis pelas dores. 

Além disso, ele também é analgésico e age bloqueando os estímulos de dor que estão sendo enviados para o cérebro. (7)

6. Reduz e controla a glicemia 

Você já ouviu falar que o alecrim “baixa” a glicemia do sangue? Pesquisas associaram isso ao potencial que a erva tem de aumentar o consumo de açúcar pelas células, estimulando assim a queima desse nutriente e a consequente eliminação do organismo. (7) 

O óleo não apenas reduz a glicemia, mas também impede que o excesso de açúcar, que caracteriza o quadro de diabetes mellitus, cause danos à órgãos como rins e fígado, que ficam mais sobrecarregados pelo esforço extra de eliminar as doses elevadas de toxinas. (9

7. Ameniza a enxaqueca

O óleo, quando consumido ou utilizado na aromaterapia, também pode aliviar a enxaqueca e isso ocorre porque ele é rico em compostos que impulsiona as funções cerebrais. (8)

O óleo “incentiva” a liberação da serotonina, um tipo de neurotransmissor responsável por regular o humor e o sono. A deficiência dele está relacionada com um maior risco de sofrer com esse tipo de dor. O composto atua de maneira semelhante a um analgésico. (3)

8. Acaba com o mau hálito 

O óleo de alecrim possui compostos que impedem que as bactérias causadoras da halitose (mau-hálito) consigam se proliferar na boca. (10)

A erva, quando utilizada diluída em água como enxaguante bucal, tem o potencial de eliminar micro-organismos e a placa, principais causas da periodontite, um tipo de infecção que ataca a gengiva e tem entre os seus sintomas o mau hálito e pode até mesmo levar à perda dos dentes. (11)

9. Melhora a memória 

O óleo consegue estimular as atividades e conexões cerebrais, em razão da erva inibir a liberação de uma enzima conhecida como acetylcholinesterase. 

Essa substância, de nome bem complicado, é responsável por degradar o neurotransmissor acetilcolina, que é o responsável por enviar os impulsos nervosos e informações. 

Com uma maior quantidade de acetilcolina a comunicação entre as diferentes partes do cérebro fica mais rápida, promovendo uma maior facilidade de guardar e acessar as memórias de acontecimentos do dia a dia. 

Para aumentar ainda mais efeito sobre a memória, o alecrim também amplia o estado de atenção, o que restabelece o processo de reter novas informações. (3)

10. Alivia a ansiedade   

Por aumentar a produção do “hormônio do prazer”, o alecrim ajuda a relaxar, sendo de grande auxílio no controle da ansiedade e do estresse. Seu efeito é bem semelhante ao da fluoxetina, um antidepressivo sintético. (7)

11. Diminui os inchaços causados pela retenção de líquidos 

Os inchaços causados pela retenção de líquidos, comum de aparecer no período pré-menstrual por conta da alteração hormonal, podem ser reduzidos com a adição do óleo de alecrim na sua alimentação, por ser um ótimo diurético natural

Ou seja, ele impulsiona os rins à produzirem uma maior quantidade de urina, que elimina não apenas os líquidos que estão em excesso no organismo, mas também toxinas que pioram o problema com o inchaço. (7)

12. Mantém os insetos longe

O óleo de alecrim afasta insetos e mosquitos, até mesmo o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.  

O efeito repelente se dá devido a presença do alfa-terpineno, uma substância que tem um aroma desagradável e é tóxica para vários tipos de insetos. Por isso ao sentirem o cheiro eles não se aproximam. (3

Como preparar o óleo de alecrim em casa? 

O óleo de alecrim pode ser usado em massagens, como tempero de saladas e em chás (Foto: Freepik)

O óleo de alecrim pode ser preparado em casa sem ter a necessidade de aparatos complicados. 

Você precisa apenas de:

  • 3 ramos de alecrim seco (o alecrim fresco pode estragar facilmente e possui um tempo de vida útil menor).
  • 2 xícaras de algum óleo vegetal extra-virgem.

Coloque os dois ingredientes em um pote de vidro esterilizado e com tampa e guarde em um local quente e que não fique em contato direto com a luz do sol por, pelo menos, duas semanas. Depois disso, retire os ramos e o óleo estará pronto para ser usado. 

É possível encontrar o óleo essencial puro à venda em lojas de essências e produtos fitoterápicos. 

Como usar? 

Uma das maiores vantagens desse tipo de óleo é que ele é bem versátil e cada um dos benefícios é melhor aproveitado com uma forma de uso específica. Confira a seguir!

Para queda de cabelo e caspa: misture algumas gotas do óleo essencial no seu shampoo de uso diário. Ou use diluído em água, para massagear o couro cabeludo. 

Para a pele: use a versão caseira ou o óleo essencial diluído para massagear a região suavemente. 

Na aromaterapia e como repelente: o óleo pode ser usado em vaporizações, banhos ou em difusores de ambientes. 

Para consumo: o ideal é diluir algumas gotas do óleo em água e ingerir como uma infusão, no máximo, 3 vezes ao dia, ou usar o óleo para temperar saladas e outros pratos salgados. (4,7)

Existe alguma contraindicação?

Nem tudo são flores e quando se trata do óleo de alecrim é necessário tomar alguns cuidados ao utilizar.

O produto possui algumas contraindicações e a primeira delas é para grávidas, uma vez que o consumo dele pode causar aborto.

Já os diabéticos que fazem tratamento com medicação de uso controlado devem evitar consumir o produto sem orientação de um especialista, visto que ele pode potencializar o efeito hipoglicêmico. 

Por último o óleo também não deve ser usado por um longo período de tempo ou em quantidades acima do recomendado, por causa do risco de causar inflamação no estômago e rins ou irritação na pele. (4)

Referências 

(1) ALTINIER, Gianmario et al. Characterization of Topical Antiinflammatory Compounds in Rosmarinus officinalis L. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.55, p.1718-1723, [2007]. Disponível em: https://doi.org/10.1021/jf062610+. Acesso em: 14 de dezembro de 2019.

(2) PENTEADO, Janaina Gomes; CECY, Adriana Tripia. Alecrim Rosmarinus officinalis L. Labiatae (Lamiaceae): Uma revisão bibliográfica. Disponível em: http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/farmacia/cenarium_02_02.pdf. Acesso em: 14 de dezembro de 2019.

(3) ULBRICHT, Catherine et al. An Evidence-Based Systematic Review of Rosemary (Rosmarinus officinalis) by the Natural Standard Research Collaboration. Journal of Dietary Supplements, v.7. n.4, p.315-413, dezembro de 2010. Disponível em: https://doi.org/10.3109/19390211.2010.525049. Acesso em: 14 de dezembro de 2019.

(4) ROCHA, Francisco Angelo Gurgel da. Plantas medicinais: Um perfil etnofarmacológico. Natal: Editora do IFRN, 2009. 249 p. Disponível em: http://portal.ifrn.edu.br/pesquisa/editora/livros-para-download/plantas-medicinais-um-perfil-etnofarmacologico. Acesso em: 14 de dezembro de 2019. 

(5) LOURITH, Nattaya; KANLAYAVATTANAKUL, Mayuree. Hair loss and herbs for treatment. Journal of Cosmetic Dermatology, v.12, n.3, p.210-222, setembro de 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1111/jocd.12051. Acesso em: 14 de dezembro de 2019. 

(6) MUYIMA, N.Y. Osée; NKATA, Lerato. Inhibition of the Growth of Dermatophyte Fungi and Yeast Associated with Dandruff and Related Scalp Inflammatory Conditions by the Essential Oils of Artemisia Afra, Pteronia Incana, Lavandula Officinalis and Rosmarinus Officinalis. Journal of Essential Oil Bearing Plants, v.8. n.3, p.224-232, [2014]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/0972060X.2005.10643451. Acesso em: 14 de dezembro de 2019. 

(7) EDWARDS, Sarah E. et al. Phytopharmacy: An Evidence‐Based Guide to Herbal Medical Products. Wiley Online Library, fevereiro de 2015. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/book/10.1002/9781118543436. Acesso em: 14 de dezembro de 2019.

(8) BEGUM, Asia et al. An in-depth review on the medicinal flora Rosmarinus officinalis (Lamiaceae). Acta Scienntiarum Polonorum. Technologia Allimentaria, v.12, n.1, p.61-73, [2013]. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24584866. Acesso em: 14 de dezembro de 2019. 

(9) SELMI, Slimen et al. Rosemary (Rosmarinus officinalis) essential oil components exhibitanti-hyperglycemic, anti-hyperlipidemic and antioxidant effects inexperimental diabetes. Pathophysiolgy, [2017]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.pathophys.2017.08.002. Acesso em: 14 de dezembro de 2019.

(10) VELOSO, Dejanildo J. et al. Potential antibacterial and anti-halitosis activity of medicinal plants against oral bacteria. Archives of Oral Biology, [2019]. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.archoralbio.2019.104585. Acesso em: 14 de dezembro de 2019.

(11) SANTOS, Camila Dayze Pereira et al. Efeitos do alecrim (Rosmarinus officinalis) na saúde humana: Uma revisão de literatura. II Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde. Disponível em: https://editorarealize.com.br/revistas/conbracis/trabalhos/TRABALHO_EV071_MD4_SA6_ID956_15052017200656.pdf. Acesso em: 14 de dezembro de 2019.

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.