Pau ferro: quais os benefícios desta planta?

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O pau ferro (Libidibia ferrea) é uma árvore brasileira utilizada como planta medicinal para tratar problemas respiratórios, controlar a diabetes e também para promover o alívio dos sintomas de doenças inflamatórias.

O método tradicional, e mais comum, de uso é preparando um chá com lascas da casca da árvore. Essa infusão pode ser consumida até três vezes por dia e não tem efeitos tóxicos.

O pau ferro é muito usado para tratar problemas respiratórios, como gripes e resfriados (Foto: Reprodução | Unicentro/Gerson L. Lopes)

Conheça os principais benefícios dela, como usar e quais os cuidados necessários a seguir.

Principais benefícios do pau ferro

Trata infecções respiratórias 

O chá dessa planta é utilizado pela medicina tradicional para o tratamento de gripes, resfriados, bronquite e tuberculose. A casca do pau ferro possui um poderoso efeito antibacteriano, impedindo a proliferação de bactérias nocivas ao organismo. (1

Ela também é eficaz contra alguns tipos de vírus, por esse motivo também é usada para tratar infecções virais. (2)

Acelera a cicatrização de ferimentos 

O extrato da planta, quando aplicado em ferimentos, inclusive de animais domésticos, apresenta melhora na cicatrização, acelerando o processo, e ainda potencializa o crescimento de pele nova na região. Além de impedir o surgimento de infecções por bactérias. (3)

Controle os níveis de glicose 

O chá de pau ferro auxilia na redução e controle dos níveis de glicose no sangue e pode servir de tratamento complementar para portadores de diabetes mellitus

A casca da árvore possui substâncias que reduzem a quantidade açúcar no sangue. Elas agem diretamente em um tipo de proteína que ajuda a regular a quantidade de glicose que é absorvida pelo fígado e músculos. 

Desse modo, o pau ferro consegue manter a energia das células e impedir que o corpo absorva mais açúcar do que ele realmente precisa para funcionar. (1)  

Protege contra doenças 

A casca da árvore é rica em antioxidantes e em substâncias responsáveis pela defesa da planta contra predadores. (2)

Juntas, essas substâncias conseguem atuar impedindo que os radicais livres, compostos produzidos pela degradação das células e que causam morte celular e vários danos, ajam livremente pelo organismo. 

Elas servem para deixar o corpo protegido contra doenças, porque “sequestram” os radicais livres e impedem que eles saiam causando danos aos tecidos. 

Dessa maneira, eles ajudam na manutenção do corpo e na prevenção de doenças. Em especial as de caráter crônico e degenerativo, como os problemas cardiovasculares, acidentes vasculares-cerebrais e ainda doenças como a hipertensão e diabetes. (4)

Os antioxidantes da casca conseguem inibir a liberação de enzimas causadoras de danos ao fígado, órgão responsável por desintoxicar o corpo, processo que acontece após o contato com substâncias tóxicas.

Isso significa que os efeitos antioxidantes da planta não só ajudam a proteger contra os radicais livres, mas também contra efeitos negativos causados por medicamentos e bactérias. (1)

Alivia as dores 

O chá de pau ferro também é um potente analgésico natural, diminuindo as contrações e, consequentemente, aliviando as dores. (5)

Isso acontece graças a presença de vários tipos de ácidos orgânicos, como os ácidos oleico e linoleico. Eles agem de maneira semelhante a morfina, impedindo que a mensagem de dor seja interpretada pelo cérebro, proporcionando um alívio rápido para vários desconfortos. (6)

Alivia os sintomas dos problemas inflamatórios

Outro uso bem tradicional desse chá é no tratamento da hepatite autoimune, doença conhecida por causar inflamações no fígado.

Algumas substâncias do pau ferro impedem a liberação de compostos inflamatórios no organismo. 

Entenda melhor! A inflamação é um processo natural iniciado pelo próprio organismo como uma forma de se defender de algum invasor (micro-organismo ou composto nocivo), fazendo o corpo reagir alargando os vasos sanguíneos na tentativa de enviar a maior quantidade possível de sangue e anticorpos para o local.

Esse processo causa as dores, queimação e vermelhidão características das inflamações. 

O pau ferro impede que essas substâncias sejam liberadas, porém não impede que o corpo lute contra os invasores, fazendo apenas com que a reação não seja tão agressiva. (7)

Esse mecanismo de inibição dos compostos inflamatórios acontece por causa da presença dos compostos fenólicos. Desse modo, o chá é eficaz no tratamento de inflamações, principalmente as que atingem a pele e o trato respiratório. (8)

Como utilizar o pau ferro?

O chá de pau ferro é a forma mais comum de obter os benefícios da planta (Foto: Reprodução | Wikimedia Commons)

A principal indicação de uso do pau ferro é na forma de chá. Ele deve ser feito a partir do cozimento de lascas da casca da árvore e deve ser tomado diariamente pelo período que durar os sintomas do problema para o qual ele será utilizado. Veja como preparar!

Ingredientes 

  • 2 colheres (de sopa) da casca de pau ferro 
  • 1 litro de água filtrada. 

Modo de preparo

Coloque as cascas em uma panela junto com a água, e leve ao fogo. Após levantar fervura, você deve deixar cozinhar por 10 minutos antes de desligar o fogo. 

Após esse processo, tampe e deixe o chá descansando por mais 10 minutos, antes de coar e beber. 

Cuidados e contraindicações

O pau ferro é considerado seguro, pois as pesquisas feitas com ele não identificaram nenhum componente tóxico ao organismo em condições normais. Mesmo quando consumido em grandes quantidades.

No entanto, a planta pode causar problemas durante a gestação. Por esse motivo, antes de fazer o uso dela durante a gravidez ou amamentação, é importante procurar um médico especializado, que irá avaliar se ela pode ser utilizada e qual a dose segura. (8)

O mesmo acontece com quem faz uso de medicamentos de uso controlado. Por fim, mesmo que ela não seja tóxica é importante evitar consumi-la em grandes quantidades, três xícaras do chá diariamente já é o suficiente para absorver suas propriedades.

Onde encontrar?

As cascas do pau ferro podem ser encontradas em feiras de erva de todo o Brasil. Caso não consiga encontrar na sua cidade, você pode comprar as cascas em sites especializados em produtos naturais e fitoterápicos já prontas para uso.

Referências 

(1) COSTA, Leidyana Moraes da; GUILHON-SIMPLICIO, Fernanda; SOUZA, Tatiane Pereira de. Libidibia ferrea (Mart. Ex tul) L. P. Queiroz var. Ferrea: Pharmacological, phytochemical and botanical aspects. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, v.7, n.4, p.48-53, 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/281708732_Libidibia_ferrea_Mart_Ex_tul_L_P_Que
iroz_var_Ferrea_Pharmacological_phytochemical_and_botanical_aspects. Acesso em: 22 de agosto de 2019.

(2) FERREIRA, Magda Rhayanny Assunção; SOARES, Luiz Alberto Lira. Libidibia Ferrea (Max. et Tul.) L. P. Queiroz: A review of the biological activities and phytochemical composition. Journal of Medicinal Plants Research, v.9. n.5, p.140-150, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.5897/JMPR2014.5706. Acesso em: 22 de agosto de 2019.

(3) KOBAYASHI, Yuri Teiichi da Silva et al. Avaliação fitoquímica e potencial cicatrizante  do extrato etanólico dos frutos de Jucá (Libidibia ferrea) em ratos Wistar. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science,v.52, n.1, p.34-40, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.v52i1p34-40. Acesso em: 22 de agosto de 2019.

(4) GRAF, Brigitte A. et al. Flavonols, flavones, flavanones, and human health: epidemiological evidence. Journal of Medicinal Food, v.8, n.3, p.281-290, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1089/jmf.2005.8.281. Acesso em: 22 de agosto de 2019.

(5) FREITAS, A. C. C. et al. Biological Activities of Libidibia (Caesalpinia) ferrea var. parvifolia (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz Pod Preparations. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1155/2012/514134. Acesso em: 22 de agosto de 2019.

(6) SAWADA, Luís Armando et al. Libidibia ferrea Mature Seeds Promote Antinociceptive Effect by Peripheral and Central Pathway: Possible Involvement of Opioid and Cholinergic Receptors. BioMed Research International, 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1155/2014/508725. Acesso em: 22 de agosto de 2019.

(7) DIAS, A. M. A. et al. Wound dressings loaded with an anti-inflammatory jucá (Libidibia ferrea) extract using supercritical carbon dioxide technology. Journal of Supercritical Fluids, v.74, p.34-45, 2013. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.supflu.2012.12.007. Acesso em: 22 de agosto de 2019.

(8) BITTENCOURT, Paulo Senna Taylor. Perfil químico, atividade anti-inflamatória e antioxidante das cascas dos frutos de Libidibia ferrea, 2017. Disponível em: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6092. Acesso em: 22 de agosto de 2019.

(9) PIKLER, Thaisa Borim. Ensaios pré-clínicos da exposição materna à Caesalpinia ferrea, 2015. Disponível em: http://farmacia.uniso.br/producao-discente/dissertacoes/2015/thaisa-pickler.pdf. Acesso em: 22 de agosto de 2019.

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.