Fruta do conde ou pinha: conheça os benefícios

A fruta do conde, também conhecida como pinha, é uma fruta muito comum no Brasil, principalmente nos estados do Pará, Piauí, Maranhão, Goiás e Ceará. Rica em nutrientes, ela protege contra o câncer, melhora a flora intestinal e regula as taxas de colesterol.

Seu nome científico é Annona squamosa e é parente da graviola e da atemoia. Muitas pessoas acabam confundindo e achando que todas elas são a mesma fruta. Mas se diferenciam, sobretudo, no sabor e nos benefícios.

A pinha é doce e, por isso, fácil de ser inserida na rotina, podendo ser consumida in natura, nos cafés da manhã ou lanches, ou mesmo na forma de sucos e sobremesas saudáveis. Nesse texto vamos abordar sobre as vantagens que essa fruta traz para o organismo e ensinar algumas receitas com ela.

Principais benefícios da fruta do conde

É anticancerígeno

De acordo com a nutricionista Larissa Mendes, a presença de alcaloides na composição da fruta, são relevantes quando o assunto é o combate ao câncer. “Os alcaloides foram testados para atividades anti-câncer em várias linhas de células e o resultado mostra que o uso da planta na medicina popular é viável”, explica.

Ela ressalta, entretanto, que para obter esse benefício, o consumo da fruta deve ser periódico, através da ingestão da fruta em seu estado natural ou de receitas naturais que utilizam partes do fruto. 

Protege o fígado

Outro benefício confirmado é o uso da fruta contra os efeitos negativos do álcool no fígado. “A pinha tem efeito protetor contra a lesão hepática decorrente do desgaste da mucosa, devido a acidez da bebida alcoólica. Isso se dá, principalmente, graças aos agentes antioxidantes presentes na fruta”, explicou Larissa.  

Evita a constipação 

Por possuir grande quantidade de fibras, a fruta também auxilia na regulação intestinal de quem sofre com prisão de ventre. A nutricionista ressalta que para usufruir deste benefício, é indispensável combinar o consumo da fruta com a ingestão de água diariamente.

Ajuda a combater os radicais livres 

A especialista em nutrição ainda informou que a fruta, por ser abundante em antioxidantes, auxilia no combate de doenças e ajuda a melhorar o sistema imunológico.

Os antioxidantes atuam como uma defesa do organismo contra os radicais livres, moléculas que atacam a saúde das células e aumentam o risco de doenças como câncer, diabetes, hipertensão, Alzheimer, Parkinsonismo, entre outras. E que surgem de várias formas: má alimentação, estresse, sedentarismo ou exposição a elementos tóxicos, como fumaça, cigarro e álcool. (1)

Além disso, são essas moléculas as responsáveis por ocasionar o envelhecimento precoce, prejudicando a aparência da pele e dos cabelos. Sendo assim, ao consumir a pinha, você também estará prevenindo os efeitos antiestéticos da degradação celular, ficando com aspecto saudável por mais tempo.

É uma fruta energética

Os carboidratos presentes na fruta do conde, quando metabolizados, são transformados em energia. É esse combustível que possibilita que o individuo ande, corra, trabalhe. “Por ser energética, essa fruta pode ser combinada com o pré-treino de quem pratica atividades físicas, favorecendo seu desempenho”, salientou Larissa.

Previne doenças nos ossos

Em comparação a outras frutas, a pinha ou fruta do conde possui considerável quantidade de magnésio, sendo relevante para as pessoas que possuem tendência a sofrer de artrite e reumatismo. “O magnésio é um mineral que auxilia na regulação de líquidos no corpo, impedindo a formação de ácidos nas articulações”, explica.

Auxilia na recuperação da fadiga

Sabe quando a fadiga vem, por “n” motivos” e o corpo fica pesado e cansado? A fruta do conde pode ser uma grande aliada nesse caso, principalmente em caso de fadiga provocada por doenças que deixam o paciente indisposto.

A nutricionista explica que, por possuir ótima quantidade de vitaminas do complexo B, a fruta auxilia na recuperação das células e na diminuição da fadiga.

Tabela nutricional

Porção de 100 gramasQuantidade por porção
Valor energético88 Kcal
Proteína1,5 g
Colesterol –
Carboidrato22,4 g
Fibra3,4 g
Cálcio21 mg
Fósforo34 mg
Ferro0,2 mg
Sódio1 mg
Potássio283 mg
Vitamina C35,9 mg
Magnésio31 mg

* Valores diários de referência com base em uma dieta de 2000kcal ou 8400kj. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas. Dados retirados do TACO, edição revisada e ampliada. (2)

Receitas com a fruta do conde

Sorvete

Bolas de sorvete de fruta do conde
(Foto: depositphotos)

Essa fruta pode parecer estranha e pouco apetitosa para muitas pessoas, principalmente crianças. Uma maneira diferente de obter os benefícios da fruta é através do sorvete caseiro feito com a sua polpa. Confira o passo a passo da receita:

Ingredientes

  • Polpa de duas pinhas (sem os caroços)
  • 1 xícara de morangos lavados e sem talos
  • 1 colher (de sopa) de mel 
  • 100 ml de leite de coco.

Como preparar

Primeiro, congele os morangos e a polpa da fruta do conde. Em seguida, coloque no liquidificador ou processador com os demais ingredientes. Bata até que fique tudo homogêneo. Finalize com castanhas trituradas ou amendoim

Suco

Copos com suco de fruta do conde
(Foto: depositphotos)

Ingredientes

  • 4 frutas do conde maduras (200 g da polpa)
  • 1 maçã
  • 2 xícaras de água
  • 2 cubos de gelo.

Como preparar

Descasque a maçã, tire as sementes e corte em pedaços. Passe no liquidificador junto com a polpa da fruta do conde e a água. Sirva com pedras de gelo para ficar mais refrescante. Não precisa adoçar pois a fruta do conde já possui açúcar natural.

Contraindicações

A fruta não possui contraindicações específicas. Nenhuma informação oficial sobre efeitos negativos foi encontrado durante a produção deste artigo.

As pessoas diabéticas devem consumir a fruta sem exageros. Larissa explica que “por conter grande quantidade de carboidratos, em demasia a fruta pode aumentar a glicemia”.

*Artigo feito com a colaboração da nutricionista Larissa dos Santos Mendes (CRN 24798).

Referências

(1) FERREIRA ALA, MATSUBARA LS. Radicais livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. Rev. Assoc. Med. Bras.,  São Paulo, 1997  Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301997000100014. Acesso em: 23 de ago. de 2019.

(2) TACO, Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. 2011. Disponível em: http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf . Acesso em: 31 de outubro de 2019.

Sobre o autor

Jornalista, tem experiência em emissoras de televisão, jornal impresso e revistas. Trabalha também com produção de conteúdo web para diversos segmentos.