Pelo encravado: como tirar, causas e formas de evitar

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

O pelo encravado ocorre quando o fio fica preso dentro da camada superficial da pele. Isso é muito comum de acontecer em quem realiza depilação ou se barbeia.

Conhecido como pseudofoliculite, o problema costuma ser causado também pelo atrito causado pelo uso de roupa apertada, e pode evoluir para a foliculite, que ocorre quando a região onde está o pelo fica inflamada e dolorida. 

Mas a boa notícia é que existem maneiras bem simples de evitar e a dermatologista, Sylvia Ypiranga, deu algumas dicas. Confere aí!

O pelo encravado causa inflamação e dor local e, se não tratado, pode deixar cicatrizes (Foto: Freepik)

O que é e o que causa os pelos encravados?

Segundo explicou a dermatologista, os pelos encravados acontecem quando o “pelo não consegue ‘vencer’ a barreira da pele no momento do crescimento, principalmente os de haste enrolada (cacheados e crespos), fazendo com que se enovelem antes de saírem totalmente da pele”. 

O pelo fica dentro da pele, mas continua crescendo, o que pode gerar uma inflamação.  

Ainda de acordo com a profissional, existem várias causas para o problema, que vão desde genética, até o enfraquecimento da ponta do pelo, o que faz com que ele não tenha “força” para romper a resistência da pele. 

Outras causas costumam ser a depilação com grande frequência, “principalmente por métodos depilatórios por arrancamento e fratura (depilação a cera e pinça)”, fala. 

Até mesmo o clima pode influenciar no aparecimento dos pelos encravados, como é o caso do verão, onde a pele tende a ficar mais espessa e desidratada por conta do calor. 

Por último, o atrito causado pelo uso da lâmina de barbear e roupas muito apertadas também contribui para deixar a pele mais grossa e dificulta o crescimento dos pelos.

Por que o problema é comum na virilha?

O motivo pelo qual a pseudofoliculite é mais comum de aparecer na virilha é bem simples: esse é um local os pelos são naturalmente mais grossos e mais abundantes. 

Juntamente com isso está o fato dele sofrer bastante com o atrito de roupas mais apertadas, como a roupa íntima por exemplo, e ser depilado com mais frequência, o que contribui para deixar a pele mais áspera.

Outros locais onde os pelos encravados são bem comuns são as axilas e a barba, especialmente em quem precisa se barbear diariamente. 

Pelo encravado e foliculite: qual a relação?

Um problema que costuma ser bastante confundido com o pelo encravado é a foliculite mas, de acordo com a dermatologista, os dois são coisas diferentes, mesmo que estejam interligados em algumas ocasiões. 

“A foliculite é um processo inflamatório do folículo piloso, que pode ter várias causas”, explica a profissional, que completa informando que uma delas é justamente a não saída do pelo da epiderme (camada mais superficial da pele). 

“A foliculite pode acontecer na sequência [da depilação, pois] na tentativa de eliminar este pelo [que ficou preso] o organismo desenvolve um processo inflamatório”, descreveu Sylvia.

Esse problema também começa “muitas vezes após a manipulação (espremer ou tentar furar) de uma colonização por micro-organismos e infecção”, que causa dor e vermelhidão.

Como tirar corretamente?

A depilação por arrancamento é uma das principais causas do pelo encravado (Foto: Freepik)

Sylvia alerta que ao perceber um pelo encravado o procedimento correto é verificar se não há sinal de inflamação, como dor e vermelhidão no local. Caso não, o ideal é “inicialmente hidratar a pele e fazer esfoliação”, ensina. 

Ainda conforme a especialista, os esfoliantes podem ser os físicos ou os químicos, à base de ureia. Esse processo “ajuda a manter a pele mais fina, sem as células mortas, diminuindo a resistência para o crescimento do pelo”, completa. 

Após isso, a tendência é que a ponta dele consiga romper a região naturalmente. Daí é só puxar com uma pinça e aplicar algum antisséptico no local para prevenir infecções. 

No entanto, nunca se deve espremer ou perfurar a pele na tentativa de extrair o pelo e caso o local esteja apresentando algum acúmulo de pus ou vermelhidão não se deve mexer e sim procurar um dermatologista.

Dicas de como evitar 

Os pelos encravados podem até ser algo comum, porém são bastante incômodos e a boa notícia é que existem maneiras de prevenir o aparecimento deles. De acordo com a dermatologista uma das principais é “evitar métodos depilatórios por arrancamento”. 

Eles enfraquecem a ponta do pelo e podem fazer com que quebrem dentro da pele, o que impede sua saída. Manter a pele bem hidratada e não manipular demais a região é outra dica, uma vez que isso contribui para deixar a camada mais fina.

“Para homens que fazem a barba, o melhor é passar a lâmina sempre no sentido do crescimento do pelo e não em vários sentidos”, ensina.

No mais, evite usar roupas apertadas e de tecidos ásperos e esfolie as regiões mais suscetíveis ao surgimento da pseudofoliculite com frequência. 

Possíveis complicações

Um pelo encravado geralmente não causa consequências mais sérias. Contudo, em casos onde há uma irritação ou proliferação de micro-organismos, o quadro pode levar ao surgimento da foliculite, que é a principal complicação, como fala a profissional.

Essa, quando não tratada corretamente, pode gerar cicatrizes ou manchas na pele. Por isso, fique atento e sempre consulte um profissional especializado. 

*Texto feito com a colaboração da médica dermatologista e assessora do departamento de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologista (SBD), Sylvia Ypiranga (CRM: 89062). 

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.