Zimbro: o que é e seus benefícios para saúde

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

O zimbro é uma planta medicinal que produz pequenas frutas de cor escura, semelhante a uvas, que são usadas no preparo de sucos ou chás. As sementes dessas frutas, quando secas, tornam-se um tempero saboroso e bastante aromático.

Desses frutos ainda pode ser extraído um óleo essencial, conhecido como óleo de zimbro, que funciona como um potente diurético e tônico digestivo.

Mas não é apenas isso, o extrato dessa planta ainda é usado como calmante, para aliviar os sintomas da artrite e também no tratamento de infecções respiratórias.

Colher com frutos de zimbro

O zimbro se parece muito com a uva, só que com sabor amargo (Foto: depositphotos)

Para explicar sobre todos esses benefícios, o Remédio Caseiro convidou o naturopata especialista em fitoterapia, acupuntura e iridologia, Danilo Ramon, que também irá indicar como consumir e quais os cuidados necessários com a erva. Confira!

O que exatamente é o zimbro?

De acordo com o especialista em fitoterapia, Danilo Ramon, o zimbro é uma planta com frutos parecidos com uva e de cor bem escura. Esses frutos são pequenos, carnosos e possuem um sabor amargo.

Chamado cientificamente de Juniperus communis, esse arbusto também é conhecido por nomes como junípero, zimbrão ou genebra e é mais comum de ser encontrado em países frios do continente europeu.

Um artigo publicado no Journal of Ecology (1) descreve o junípero como uma pequena árvore arbustiva, que pode atingir entre 11 e 17 metros de altura e tem a casca de um tom de marrom avermelhado bem escuro. Já as folhas são pequenas, finas e compridas, como as dos pinheiros.

Quais os benefícios dele para a saúde?

Trata e alivia os sintomas da artrite

“O zimbro é antirreumático e, por eliminar ácido úrico, traz benefícios a outros problemas que atingem as articulações”, disse o profissional sobre as bagas, que também são adstringentes e depurativas.

Ou seja, ajudam a limpar o sangue de toxinas relacionadas com problemas inflamatórios nas articulações, como é o caso do já mencionado ácido úrico.

Além disso, uma pesquisa de 2017, publicada na revista científica Biomedicine & Pharmacotherapy, defendeu o potencial da frutinha no tratamento da artrite por causa da sua composição rica em diversos compostos com propriedades anti-inflamatórias. Como os flavonoides, terpenos e alguns tipos de óleos essenciais. Em laboratório, essas substâncias reduziram os sintomas das chamadas doenças reumáticas, principalmente da artrite, doença inflamatória que atinge as articulações. (2)

Uma outra pesquisa, feita na Universidade de Jadavpur, na Índia, comprovou que o junípero ainda serve para aliviar as dores causadas pelas inflamações, agindo de maneira semelhante à aspirina no organismo. (3)

Estimula a digestão

Sabe aquela sensação de estômago pesado após um almoço de domingo? Pois é, consumir as bagas de zimbro pode ajudar a eliminar o desconforto, já que agem como  tônico digestivo.

De acordo com um artigo elaborado por pesquisadores da Universidade de Bingol, na Turquia, o junípero não apenas estimula a produção de ácido gástrico, como também estimula o apetite. Essa reação é desencadeada por algumas substâncias fitoquímicas presentes na planta, as mesmas que dão o sabor amargo da fruta. (4)

O especialista em fitoterapia, Danilo Ramon, apontou a ação digestiva como a responsável por proporcionar o combate ao mau hálito, já que elimina o que estava fermentando no estômago, e outros problemas digestivos. O consumo do zimbro também promove melhora no sistema excretor, reduzindo problemas como a constipação.

Acaba com a retenção de líquidos

Ainda segundo o especialista, outro benefício dessa erva é o de reduzir a retenção de líquidos no corpo, pois as frutinhas atuam como diurético natural.

Esse benefício foi verificado em uma pesquisa publicada em 1998, na revista Phytotherapy Research, que descobriu que os óleos essenciais da planta conseguem aumentar o volume de urina produzido pelos rins.

O resultado é o maior descarte de toxinas e do excesso de substâncias, como o sódio, que é um fator causador de hipertensão arterial. (5) “A erva age não apenas melhorando inchaços, mas também a circulação”, atestou o fitoterapeuta. Essa ação favorece o controle da pressão arterial.

Reduz o estresse

Consumir as bagas também ajuda a aliviar o estresse e ansiedade. É o que garante Danilo: “o fruto é sedativo, o que permite abrandar problemas relacionados ao emocional”, além de melhorar a qualidade do sono.

Isso está relacionado com os óleos essenciais encontrados no zimbro. Segundo uma pesquisa feita na Universidade de Belgrado, na Sérvia, as frutas são ricas em compostos como o mirceno e o limoneno, ambos bastante conhecidos por seu efeito sedativo. (6)

Ajuda a tratar infecções respiratórias

Por fim, as frutas do junípero são úteis no tratamento de vários tipos de infecções, principalmente as que atingem o trato respiratório.

Um artigo publicado na revista International Scholarly Research Notices, em 2014, atribui isso ao potencial antibacteriano da fruta que, inclusive, foi eficaz contra tipos de bactérias resistentes aos antibióticos convencionais. (7)

Uma outra pesquisa, publicada no Journal of Ethnopharmacology, descobriu que esse potencial se estende para colônias de Mycobacterium tuberculosis, que é a causadora da tuberculose, impedindo o avanço da doença. (8)

Formas de uso

O zimbro não é muito popular no Brasil, mas ele pode ser encontrado em pó. Nesse formato, o extrato deve ser utilizado no preparo da infusão. Danilo Ramon indica que o chá seja consumido por até 3 vezes ao dia.

“A outra forma de uso é por meio de um suco detox, o qual você pode variar entre frutas e hortaliças, como couve, cenoura, abacaxi ou gengibre”, sugeriu o especialista. “Existe ainda as cápsulas, que devem ser consumidas 3 vezes ao dia”, completou. Confira como preparar!

Chá de zimbro

Ingredientes

  • 1 colher (de chá) rasa do pó de bagas de zimbro
  • 1 xícara de água.

Modo de preparo

Acrescente o pó na água quente e deixe descansar por 5 minutos.

Observação: Para fazer o suco, faça uso da mesma medida (de 1 colher de chá). A diferença é que, no caso do suco, não será necessário levar a bebida ao fogo.

Cuidados e contraindicações

“O zimbro é levemente tóxico, por isso deve ser consumido com moderação”, alertou o fitoterapeuta Danilo.

Ele informou que o fruto pode causar uma reação semelhante a alergia. “É uma reação normal e benéfica de defesa do próprio organismo visando eliminar essas toxinas por meio da pele”, esclareceu.

Por causa desse efeito, é imprescindível que o consumo do zimbro seja acompanhado por um especialista.

De acordo com o livro Adverse Effects of Herbal Drugs (Efeitos adversos das drogas herbais – em tradução livre), o chá e as cápsulas da erva não devem ser utilizados por grávidas e lactantes. O junípero possui compostos que podem provocar abortos, e as lactantes podem passar as toxinas da planta para o bebê através do leite materno.

Em excesso, a erva também pode causar alguns problemas para os rins. Portanto, nunca ultrapasse a quantidade indicada para uso ou prolongue o tratamento receitado por algum profissional. (9)

Preços e onde encontrar

Mesmo não sendo tão comum no Brasil, as bagas de zimbro secas ou em pó podem ser encontradas com facilidade em lojas de produtos naturais na internet, com preços a partir de R$10.

Uma outra opção é consumir a fruta em cápsulas, que são vendidas em lojas de suplementos e fitoterápicos e custam em média R$30.

*Texto feito em parceria como o naturopata especialista em acupuntura, fitoterapia e iridologia, Danilo Ramon (CRTH – 1224-BR).

Referências científicas

Referências

(1) THOMAS, P. A. et al. Biological flora of the British Isles: Juniperus communis L. Journal of Ecology, v.95, n.6, p.1404-1440, novembro de 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1365-2745.2007.01308.x. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(2) BAIS, Souravh et al. Modulatory effect of standardised amentoflavone isolated from Juniperus communis L. against Freund’s adjuvant induced arthritis in rats (histopathological and X Ray analysis). Biomedicine & Pharmacotherapy, n.86, p.381-392, [2017]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.biopha.2016.12.027. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(3) BANERJEE, Saswata et al. Evaluation of analgesic activities of methanolic extract of medicinal plant juniperus communis Linn. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, v.4, n.5, p.547-550, [2012]. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/263302466_Evaluation_of_Analgesic_activities_of_methanolic_extract_of_medicinal_plant_Juniperus_communis_Linn. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(4) INCI, Hakan et al. Using juniper berry ( Juniperus communis ) as a supplement in Japanese quail diets. Revista Brasileira de Zootecnia, v.45,n.5,[2016]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1806-92902016000500004. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(5) STANIC, Gordana et al. Time-dependent Diuretic Response in Rats Treated with Juniper Berry Preparations. Phytotherapy Research, v.12, p.494-497, [1998]. Disponível em: https://doi.org/10.1002/(SICI)1099-1573(199811)12:7%3C494::AID-PTR340%3E3.0.CO;2-N. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(6) MILOJEVIC, Svetomir Z.; GLISIC, Sandra B.; SKALA, Dejan U. The batch fractionation of juniperus communis L. essential oil: Experimental study, mathematical simulation and process economy. Chemical Industry & Chemical Engineering Quarterly, v.16, n.2, p.183-191, [2010]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.2298/CICEQ100317026M. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(7) BAIS, Souravh et al. A Phytopharmacological Review on a Medicinal Plant: Juniperus communis. International Scholarly Research Notices, [2014]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1155/2014/634723. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(8) GORDIEN, Andréa Y. et al. Antimycobacterial terpenoids from Juniperus communis L. (Cupressaceae). Journal of Ethnopharmacology, v.126, p.500-505, [2009]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.jep.2009.09.007. Acesso em: 27 de agosto de 2019.

(9) DE SMET, Peter A. G. M. et al. Adverse Effects of Herbal Drugs, v.2. Springer-Verlag: Berlin; Heidelberg. [1993].

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.