Chá dente de leão: para que serve e indicações

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

Você já ouviu falar que o chá de dente-de-leão é bom para a saúde? Pois é, essa pequena planta faz parte da medicina tradicional de diversos países e nesse artigo você vai conhecer mais sobre ela e os seus benefícios.

A planta chamada de dente-de-leão (taraxacum officinale) é considerada daninha por muitos. Tamanha é a facilidade com que se dissemina, inclusive através de brincadeiras de crianças, que sopram suas sementes ao vento, espalhando-as e ajudando a planta a germinar.

No nordeste do Brasil é conhecida como “esperança” e recebe, em nosso país, diversos outros nomes, como: taraxaco, alface-de-cão, amargosa, amor-de-homem, etc. Nos Estados Unidos, costumavam usar suas flores para a fabricação de um licor. 

Além de fazer parte da culinária de países da Europa, essa planta muito comum vem sendo costumeiramente utilizada em saladas e sumos. Também possui diversas propriedades benéficas à saúde, sendo usada como chá, há séculos, para várias indicações.

Propriedades do dente-de-leão

O chá de dente-de-leão é muito nutritivo e tem pouco valor calórico. Confira a seguir os nutrientes encontrados nessa planta:

  • é rico em vitaminas
  • rico em minerais
  • proteínas
  • inulina
  • pectina
  • possui mais vitamina A do que a cenoura
  • rico em vitamina C
  • riboflavina
  • possui vitamina B6
  • tiamina
  • minerais (cálcio, potássio, cobre, magnésio e ferro)
  • uma xícara de chá possui a mesma quantidade de cálcio de 1/2 copo de leite.
Chá dente-de-leão
O chá de dente-de-leão é pouco calórico e benéfico para o fígado (Foto: depositphotos)

O dente-de-leão também possui uma alta concentração de flavonoides, substâncias encontradas principalmente nas flores e folhas e que possuem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.

Outras substâncias encontradas em grandes quantidades na erva são os compostos chamados de alcaloides e esteroides. Sendo que estes são responsáveis pela ação de controle da glicose no sangue e como um analgésico natural. (1)

Quantas calorias possui o dente-de-leão?

Aproximadamente 25 calorias é o valor estipulado para 50 gramas de dente-de-leão cru. Quando cozidas, as flores e folhas do dente-de-leão diminuem de tamanho. Dessa maneira, uma xícara é o equivalente a pouco mais de 100 gramas da erva e possui apenas 35 calorias por porção.

A boa notícia é que mesmo após o processo de cozimento a erva mantém as suas propriedades nutricionais e uma pouquíssima quantidade de gordura. (2) E como visto, essa é uma planta extremamente rica em vitaminas e minerais, o que explica o seu uso na culinária de várias regiões.

As folhas apresentam carboidratos e em torno de 8% da fibra alimentar recomendada para um dia. Com isso, ela pode ajudar a regular o intestino e aumentar a sensação de saciedade. Além disso, uma xícara de chá da erva entrega toda a vitamina A e quase metade do recomendado diário de vitamina C.

Outros nutrientes presentes na planta são a vitamina E, K e do complexo B. As folhas do dente-de-leão também são ricas em diversos minerais, como por exemplo o cálcio, representando 10% do valor diário recomendado por nutricionistas. Outros minerais presentes no dente-de-leão são: ferro, manganês, fósforo, potássio, sódio, zinco, cobre, magnésio e selênio. (3)

Saiba o que essa planta faz pela saúde

Esse chá é desintoxicante, sendo apropriado para uma “limpeza” do organismo, especialmente após um período de exageros ou acúmulos. Assim, o fígado é o órgão mais beneficiado pelo dente-de-leão, pois este o ajuda a eliminar as toxinas do sangue e desobstruir os canais biliares.

Esses benefícios ao fígado são um dos principais motivos para a popularidade da planta ao redor do mundo. Isso porque, várias pesquisas confirmaram essa propriedade, especialmente na Alemanha, onde a planta é bastante popular.

O dente-de-leão é também um poderoso diurético, sendo suas folhas as partes indicadas para essa finalidade. Os diuréticos costumam provocar uma perda importante de potássio, mas isso não acontece com o dente-de-leão, uma vez que essa planta tem um alto teor do mineral em questão.

Além dessas, o dente-de-leão possui ainda as seguintes indicações: depurativo para todo o organismo, trata arteriosclerose, astenia, artrose, celulite, cálculos biliares, cistite, cirrose, constipações, colesterol, distúrbios menstruais, diabetes, hepatite, obesidade, gastrite, prisão de ventre (laxante leve), varizes e vesícula.

Fora os benefícios citados, o dente-de-leão também pode ser eficaz no tratamento do escorbuto, do excesso de ácido úrico no corpo e também para problemas de pele, como ressecamento e espinhas, por exemplo. (4)

O chá de dente de leão trata problemas no fígado?

O chá ou o extrato feito com as folhas e raízes do dente-de-leão são considerados remédios eficientes contra problemas do sistema gastrointestinal e do fígado. Um dos fatores considerados responsáveis por isso são os componentes que dão o sabor amargo para a erva.

Encontrados em maior quantidade nas folhas e raízes, eles ajudam a estimular a digestão e descartar a gordura ingerida. Contudo, em grandes quantidades pode apresentar um efeito laxativo. (5) Além disso, a erva possui efeitos antioxidantes, que diminuem os danos causados ao fígado por alguns tipos de substâncias.

Ele pode ajudar no tratamento do câncer?

Na medicina popular, o chá do dente-de-leão também é usado no tratamento de diversos tipos de câncer. Como por exemplo os que atingem o tecido das mamas, do útero e do fígado.

Devido ao potencial da erva, estudos a respeito da atuação anticancerígena vêm sendo realizados em todo o mundo. As principais descobertas foram a inibição do crescimento de tumores em ratos e ainda a contenção do processo de metástase, processo no qual as células cancerígenas se espalham para outras partes do corpo. (6)

Além disso, os efeitos anti-inflamatórios da planta ajudaram a inibir o processo de necrose em tecidos tumorais. Ou seja, evitou a morte das células em áreas afetadas pelas células cancerígenas. (5)

O chá de dente-de-leão diminuiu o colesterol?

A aterosclerose é doença crônica que provoca o enrijecimento das artérias devido ao acúmulo de placas de gordura.

No entanto, o chá de dente-de-leão vem se mostrando eficiente no combate a essa doença. Isso porque, os seus efeitos antioxidantes da infusão ajudaram a reduzir o colesterol nas artérias de coelhos.

Mas além disso, o dente-de-leão também atua na diminuição de triglicerídeos e ajuda a elevar o nível do HDL no sangue, que é considerado o colesterol bom. (7)

Quais partes da planta são usadas?

Todas as partes do dente-de-leão são aproveitadas. As folhas mais jovens e frescas são ingredientes bastante apreciados em saladas. Já as mais velhas podem ser cozidas e adicionadas ao preparado de outros alimentos.

As flores também vão em saladas, principalmente por conta do seu aspecto viçoso. Outra receita tradicional é o chamado dandelion wine ou vinho de dente-de-leão, fabricado principalmente nos Estados Unidos e parte da Europa.

Já as raízes são frequentemente secas e preparadas da mesma forma que o café, recebendo o nome de café de chicória. As sementes também podem ser consumidas, quando se retira a parte do botão da flor. (4)

Como se pode utilizar a planta dente-de-leão?

  • As folhas podem ser usadas cruas em saladas, cortadas em pedaços pequenos. Prefira as folhas jovens, colhidas logo que comecem a crescer, para que não tenham gosto amargo (o óleo usado pode diluir o sabor amargo das mais desenvolvidas)
  • Em sumos (inicie com uma quantidade pequena) ou cozidas como se fossem espinafres, refogadas com cebolas e temperos. Melhor se forem comidas cruas, porque mantém assim todos os nutrientes. Passe a adicionar dente-de-leão diariamente aos seus preparados culinários e repare nas mudanças positivas no seu nível de energia, vitalidade e bem-estar
  • A planta pode ser usada inteira como diurético, para purificar o sangue, como laxativo, facilitador da digestão e estimulante do apetite. Podendo também ser utilizada em casos de constipação
  • Já da raiz, faz-se óleo de massagem, para tratar reumatismo e também artrite.

Receita do chá de dente-de-leão

Coloque um litro de água e duas colheres (de sopa) da erva para ferver. Assim que iniciar o processo de ebulição, desligue o fogo, tampe o recipiente e espere a infusão ficar pronta após 10 minutos. Depois é só coar e beber. No entanto, a recomendação é não ultrapassar três xícaras por dia.

Existem efeitos colaterais do consumo do chá?

Há séculos o dente-de-leão é considerado uma das plantas mais seguras para o consumo, tanto na medicina como na alimentação. Por isso é bastante apreciado nos mais diversos tipos de alimentos crus e preparações cozidas. (4)

Dessa forma, não é comum o surgimento de efeitos colaterais, exceto em indivíduos alérgicos à erva. Isso porque, ela pode causar reações alérgicas através do contato com as folhas ou flores.

Outra orientação é para pessoas hipertensas, uma vez que essa infusão possui propriedades diuréticas. Nesse caso, o chá pode acabar potencializando esse efeito e causando uma possível hipotensão. (8)

Onde encontrar o dente-de-leão?

O dente-de-leão cresce com maior frequência em parques, jardins, beira de estradas e lavouras. Principalmente em estados da região sul do Brasil, que possui o clima mais receptivo para esse tipo de planta. (4)

Também pode ser encontrada pronta para o preparo do chá em lojas de produtos naturais, tanto online como físicas. Além de ser comum encontrar dente-de-leão em feiras livres.

Para quem deseja cultivar a erva em casa, as sementes podem ser facilmente encontradas em lojas de jardinagem. O cultivo é simples, uma vez que ela não é uma planta exigente e cresce até mesmo em regiões montanhosas e com geadas constantes. Porém, ela precisa ser posta em um local com luz solar direto e a rega deve ser feita com frequência.

O que é o dente-de-leão?

O dente-de-leão é o nome popular de diversas plantas do gênero taraxacum. No entanto, a maioria dessas espécies são ervas selvagens pertencentes à família Asteraceae e são nativas do continente Europeu.

A mais popular e conhecida planta do tipo é a Taraxacum officinale. Acostumada ao clima temperado e ao sub-tropical, a erva pode ser encontrada desde locais com neve e geadas, até próximo a linha do equador.

Dente-de-leão ao vento
Taraxacum officinale é o tipo mais comum dessa planta (Foto: depositphotos)

No Brasil, ela é mais comumente encontrada em estados do sul, onde costuma crescer durante os meses de outono e inverno. Além disso, o dente-de-leão também pode ser chamado de amargosa ou chicória silvestre. A erva era muito usada como alimento durante a idade média e é apreciada até hoje.

No território nacional, o dente-de-leão é considerado uma erva-daninha. Isso porque seu crescimento é rápido e não apresenta exigências para o cultivo. Outra facilidades são as suas sementes que podem ser espalhadas pelo vento e alcançar grandes distâncias. (4)

Quais as características da erva?

O dente-de-leão é uma planta baixa e perene. Também possui uma vida longa, podendo passar dos dois anos de idade. As principais características dela são as folhas dentadas e verdes, que quando jovens são utilizadas em diversos tipos de saladas. (9)

Além disso, ela apresenta um forte sabor amargo. Já as raízes costumam ser firmes, longas e quebradiças, podendo ser secas e moídas ou usadas em decocção. (4)

As flores do dente-de-leão são pequenas, amarelas e sensíveis as variações de luminosidade. Dessa maneira, elas desabrocham nos períodos de sol e fecham durante os meses frios e com pouca luz solar.

Quando secas, as flores se assemelham a pequenas bolas de pelo branco, formadas por centenas de sementes. Quando frescas, as flores também se tornam um ingrediente popular e bastante apreciado em saladas. (9) As folhas e raízes também são utilizadas na fabricação do chá de dente-de-leão.

Referências

1. MIR, M. Amin; SAWHNEY, S.S.; JASSAL, M.M.S. “Qualitative and quantitative analysis of phytochemicals of Taraxacum officinale”, Uttaranchal College of Science and Technology, Uttarakhand Technical University, Dehradun-01 (UK), 2012. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/281362336_Qualitative_and_quantitative_analysis_of_phytochemicals_of_Taraxacum_officinale. Acesso em 3 de dezembro de 2018.
2. SELFNutritionData. “Dandelion greens, cooked, boiled, drained, without salt”. Disponível em: https://nutritiondata.self.com/facts/vegetables-and-vegetable-products/2442/2. Acesso em 3 de dezembro de 2018.
3. SELFNutritionData. “Dandelion greens, raw”. Disponível em: https://nutritiondata.self.com/facts/vegetables-and-vegetable-products/2441/2. Acesso em 3 de dezembro de 2018.
4. RIBEIRO, Marilena; ALBIERO, Adriana L. M.; MILANEZE-GUTIERRE, Maria Auxiliadora. “Taraxacum offcinale Weber (Dente-de-leão) – Uma revisão das propriedades e potencialidades medicinais”, 2004. Disponível em: http://ojs.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/view/20552/10786. Acesso em 3 de dezembro de 2018.
5. SINGH, Amritpal; MALHOTRA, Samir; SUBBAN, Ravi. “Dente de Leão (Taraxacum officinale) – Erva Hepatoprotetora com potencial terapêutico”, 2008. Disponível em: http://www.phcogrev.com/article.asp?issn=0973-7847;year=2008;volume=2;issue=3;spage=163;epage=167;aulast=Singh;type=0. Acesso em 3 de dezembro de 2018.
6. SIGSTEDT, Sophia C. et al. “Evaluation of aqueous extracts of Taraxacum officinale on growth and invasion of breast and prostate cancer cells”, Internatinal Journal of Oncology, 2008. Disponível em: https://www.spandidos-publications.com/ijo/32/5/1085/download. Acesso em 3 de dezembro de 2018.
7. CHOI, Ung-Kyu et al. “Efeitos hipolipidêmicos e antioxidantes da raiz de dente-de-leão (Taraxacum officinale) e da folha em coelhos alimentados com colesterol”, International Journal of Molecular Sciences, 2010. Disponível em: https://www.mdpi.com/1422-0067/11/1/67/html. Acesso em 3 de dezembro de 2018.
8. VEIGA JÚNIOR, Valdir F.; PINTO, Angelo C.; MACIEL, Maria Aparecida M. “Plantas medicinais: cura segura?”, Química Nova, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0100-40422005000300026&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em 3 de dezembro de 2018.
9. KEMPER, Kathi J. “Dandelion (Taraxacum officinalis)”. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/41133463/Dandelion. Acesso em 3 de dezembro de 2018.

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.