Cipó mil homens: benefícios e como fazer o chá

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Cipó mil homens é o nome popular para várias plantas medicinais que pertencem ao gênero botânico Aristolochia. Algumas delas nativas e bem comuns no Brasil e também conhecidas por jarrinha, papo-de-peru e cassaú. 

O chá dessa planta tem a capacidade de melhorar a digestão e reduzir as cólicas menstruais. Ele ainda é eficaz no tratamento da tosse e na redução dos sintomas e no tratamento de infecções causadas pelo vírus da herpes. 

No entanto, essa planta medicinal não pode ser usada por qualquer pessoa e nem por longos períodos de tempo, devido aos efeitos tóxicos dela para o fígado e rins.

Principais benefícios do cipó mil homens

O cipó mil homens consegue aliviar a má digestão, a tosse e amenizar a febre (Foto: Reprodução | Wikimedia Commons)

Alivia a má digestão 

Um dos principais benefícios dessa planta é de ser um potente e natural tônico digestivo por estimular a produção do ácido gástrico, responsável pela digestão dos alimentos.

Desse modo, a infusão é capaz de estimular e acelerar o processo de digestão, sendo uma ótima pedida após comer demais. (1)

Promove o alívio das cólicas 

Quem sofre mensalmente com cólicas menstruais sabe como são desconfortáveis. A boa notícia é que o chá de cipó mil homens consegue amenizar essas dores.

A planta é rica em compostos que reduzem os espasmos musculares, causadores das cólicas, proporcionando alívio rápido das dores causadas pela menstruação ou gases intestinais. (1

Reduz a febre 

O cipó mil homens reduz a febre por ser composto de substâncias com ação anti-pirética, ou seja, que reduzem a temperatura corporal ao enviar para o cérebro algumas informações de que ele precisa reduzir a produção de calor pelo organismo. (2)

Ainda por ter ação bactericida e fungicida, ele consegue combater micro-organismos invasores, que são as principais causas das doenças infecciosas que desencadeiam a febre. (3

Trata a tosse 

A infusão da erva também é capaz de proporcionar um alívio rápido para a tosse, por reduzir os espasmos musculares e por ser broncodilatadora.

Isso significa que ela alarga as vias respiratórios, tornando o processo de expulsar as substâncias irritantes bem mais fácil. 

Para ser antibacteriano, inibe a proliferação de várias bactérias que atacam o trato respiratório, principalmente as causadoras de bronquite. (1)

É eficaz no tratamento da herpes 

Sabe aquelas feridinhas que aparecem na boca quando você está com baixa imunidade e são causadas pelo vírus da herpes? Pois o chá do cipó mil homens serve como ajuda para tratar esse problema.

O extrato das folhas da planta impede a replicação do vírus da herpes simples. Ou seja, o extrato evita que esses micro-organismos se espalhem e comecem a se multiplicar.

Por isso, é considerado um remédio natural que pode ajudar no tratamento e controle da doença e, consequentemente, na diminuição dos sintomas negativos dela. (3)

Como fazer o chá de cipó mil homens?

Ingredientes 

  • 1 litro de água filtrada 
  • 2 colheres (de sopa) de cipó mil homens. 

Modo de preparo

Basta levar a erva com a água ao fogo e, após levantar fervura, deixar cozinhar por cerca de 10 minutos. Depois disso, tampe a panela e deixe descansando por mais 5 minutos. Coe e beba uma xícara por dia.

Cuidados e contraindicações

O cipó mil homens não pode ser usado por todo mundo. Em primeiro lugar, grávidas devem ficar longe da planta pois ela pode provocar aborto ou malformações do feto.

Ela apresenta ainda um efeito nefrotóxico, ou seja, pode causar a morte das células renais. Portanto, não deve ser usada por longos períodos de tempo ou por pessoas que já tenham algum histórico de problema nos rins. (4

A toxicidade é derivada de uma substância conhecida como ácido aristolóquico, que não é filtrado corretamente pelos rins. Em grandes quantidades e por muito tempo de consumo, esse chá pode causar falência renal e até aumentar os riscos de desenvolver câncer de rim. (5)

Ele só deve ser usado com acompanhamento de um especialista e nunca por períodos de tempo superiores a 30 dias, e sem ultrapassar a quantidade indicada.

Referências 

(1) HEINRICH, Michael et al. Local uses of Aristolochia species and content of nephrotoxic aristolochic acid 1 and 2—A global assessment based on bibliographic sources. Journal of Ethnopharmacology, v.125, p.108-144, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jep.2009.05.028. Acesso em: 25 de agosto de 2019. 

(2) DEY, Abhijit; DE, Jitendra Nath. Aristolochia indica L.: A review. Asian Journal of Plant Sciences, v.10. n.2, p.108-116, 2011. Disponível em: http://dx.doi.org/10.3923/ajps.2011.108.116. Acesso em: 25 de agosto de 2019.

(3) OLIVEIRA, Simone Q. et al. Chemical Constituents and Pharmacology properties of Aristolochia triangularis: a south brazilian highly-consumed botanical with multiple bioactivities. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v.91, n.3, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0001-3765201920180621. Acesso em: 25 de agosto de 2019. 

(4) KUO, Ping-Chung; LI, Yue-Chiun; WU, Tian-Shung. Chemical Constituents and Pharmacology of the Aristolochia (馬兜鈴 mădōu ling) species.Journal of Traditional and Complementary Medicine, v.2, n.4, p.249-266, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S2225-4110(16)30111-0. Acesso em: 25 de agosto de 2019. 

(5) DEBELLE, Frédéric D.; VANHERWEGHEM, Jean-Louis; NORTIER, Joëlle L. Aristolochic acid nephropathy: A worldwide problem. Kidney International, v.74, n.2, p.158-169, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1038/ki.2008.129. Acesso em: 25 de agosto de 2019.

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.