Salsa: 9 benefícios e como usar

A salsa, também chamada de salsinha, é uma erva aromática bem comum nas cozinhas de todo o Brasil e que apresenta um grande potencial terapêutico.

Seu consumo é associado à prevenção de várias doenças, a exemplo da infecção urinária, anemia e problemas no fígado. A salsinha também pode ajudar no tratamento da prisão de ventre e do mau hálito.

Ramo de salsa
O consumo da salsa combate a infecção urinária, a hipertensão e o mau hálito (Foto: depositphotos)

A engenheira de alimentos e professora de gastronomia, Jacqueline Baraúna, afirma que a erva, além de super nutritiva, pode ser usada no início e final de pratos salgados, para preparar uma infusão e até um suco bastante saudável!

9 benefícios da salsa 

A salsa é considerada um alimento super nutritivo. Ela é fonte de vitaminas A, C, E, K e do complexo B, como destaca a engenheira de alimentos, Jacqueline.

Também é riquíssima em minerais como cálcio, magnésio, potássio, enxofre, fósforo e sódio, bem como algumas proteínas e aminoácidos essenciais para a saúde. 

Nas folhas desta erva aromática é encontrado um óleo essencial, que dá o aroma e sabor característicos da espécie.  

1. Trata a infecção urinária

A salsinha é um forte componente diurético. Ou seja, age aumentando o volume de urina ao estimular o funcionamento renal, como esclarece a profissional, e é justamente essa característica que faz dela uma grande aliada no tratamento de infecções urinárias. 

Com uma maior produção de urina, o organismo consegue expulsar mais rapidamente as bactérias que estão causando a infecção, acelerando a recuperação. 

Devido ao potencial diurético, o condimento é um aliado no combate a hipertensão arterial, uma vez que aumenta a excreção de sódio.

2. Beneficia a saúde intestinal 

Já ouviu falar que comer salsa é bom para prisão de ventre? Pois saiba que isso é verdade, já que a erva aromática tem um leve efeito laxativo, além de ser espasmolítica, o que serve para aliviar as cólicas intestinais. (1

Jacqueline destacou que a salsa ainda possui o chamado efeito carminativo, que previne e auxilia na eliminação dos incômodos gases. 

3. Melhora a digestão 

Comeu algo que não caiu bem e agora está se sentindo estufado? Uma xícara do chá ou um copo do suco de salsa alivia o desconforto. 

Os compostos fitoquímicos encontrados nas folhas da planta “quebram a tensão superficial dos gases para se integrarem com os sólidos e líquidos”, enfatizou Jacqueline Baraúna. 

Como consequência disso, o consumo regular da salsinha ajuda a impedir o problema da indigestão e ainda é capaz de melhorar a taxa de absorção de alguns nutrientes, como as proteínas e as fibras, pois facilitam o manejo delas pelo corpo. (2

4. Fortalece a imunidade 

Comer a salsinha também pode proteger contra doenças, porque o condimento é considerado um agente imunomodulador natural. 

Isso quer dizer que ela aumenta a produção das células de defesa, os anticorpos, “pois é rica em antioxidantes e a sua ação anti-inflamatória favorece a eliminação de toxinas acumuladas no organismo” que podem deixar o corpo mais suscetível à agentes infecciosos, como destaca Jacqueline. 

Essa ação sobre o sistema imune também está ligada à presença das vitaminas A, C, do complexo B e K, que são usadas pelo corpo na produção das células que fazem parte do sistema imunológico, além de serem capazes de melhorar a resposta do mesmo em caso de ataques. (3)

5. Protege o fígado 

As folhas da salsa também são ricas em substâncias com potencial hepatoprotetor, isso é, de proteger o fígado, conforme explica Jacqueline.

Isso faz com que elas protejam o órgão contra danos causados pela degradação (oxidação) celular e até pela ação de substâncias tóxicas, como medicamentos e álcool. (4)

6. Previne a retenção de líquidos

Sabe aquele efeito diurético da salsinha? Ele traz junto o benefício de prevenir o inchaço causado pela retenção de líquidos, segundo Jacqueline. Isso acontece porque os rins conseguem filtrar e eliminar mais água, que ficaria acumulada onde não devia, e o sódio, mineral que contribui para a retenção. 

Inclusive, é em parte devido a essa propriedade que o suco de salsa com limão é relacionado com a perda de peso, quando na verdade o que ocorre é que ele ajuda a desinchar, o que dá a impressão de emagrecimento. (2

7. Previne a anemia 

Outro potencial terapêutico da salsa, de acordo com a profissional, é o de “ajudar na prevenção da anemia, por ser rica em ferro”. (2)

Só para exemplificar, cada 100 gramas da erva contém 4,2 miligramas desse mineral, que é utilizado na produção das células responsáveis por transportar o oxigênio. 

8. Protege o sistema nervoso 

A engenheira de alimentos destacou mais um benefício do consumo da salsa, que é o de “auxiliar na saúde do sistema nervoso por conta da vitamina B2”, explicou. 

Esse nutriente é aproveitado para a produção de um tipo de proteção para as fibras nervosas, fazendo com que ela seja essencial para o envio das conexões com as informações para o restante do corpo. 

Além do mais, por ser rica em apigenina, a erva aromática aumenta a capacidade cerebral ao aumentar as conexões entre os neurônios.

Isso faz com que a salsa não só seja eficaz na prevenção de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, como também fortalece a memória e a capacidade de aprendizado. (2)

9. Combate o mau hálito 

Por último, a clorofila encontrada na salsa torna a erva em um redutor caseiro do mau hálito (halitose), e a substância ainda ajuda a trazer uma sensação de frescor para a boca. (2)

Mas é preciso alertar que o mau hálito pode ter várias causas e se você começar a sentir o mau odor com muita frequência, mesmo após fazer a higienização correta da boca, é preciso consultar um dentista para verificar qual é o melhor tratamento. 

Como consumir?

Suco de salsa 

O suco verde com salsa não precisa ser adoçado (Foto: depositphotos)

A salsa pode ser consumida na forma de um suco verde que concentra todo o potencial terapêutico dela em um copo.

Para preparar você precisa apenas colocar ½ xícara de salsinha fresca, o sumo de 1 limão e 1 copo de água de coco em um liquidificador e bater bem. 

Você pode adicionar algumas pedras de gelo, mas não coe, para manter as fibras que podem ajudar no funcionamento intestinal, e nem adicione açúcar ou qualquer outro tipo de adoçante. 

Chá de salsa 

O chá de salsa deve ser tomado, no máximo, três vezes ao dia (Foto: depositphotos)

Outra opção é preparar uma infusão. Para isso coloque 1 colher (de chá) de salsa desidratada ou 3 colheres (de sopa) das folhas frescas em 1 xícara de água fervente e deixe descansar por 10 minutinhos. 

Em seguida basta coar e beber, no máximo, 3 xícaras por dia, sempre sem adoçar. 

Jacqueline alerta que a salsa “pode ter um efeito indutor de parto, por conter um estimulante uterino” e ainda pode diminuir a produção do leite materno. Por esse motivo grávidas e lactantes devem evitar consumir o chá ou o suco.  

Como condimento

O cheiro e sabor da erva podem ser aproveitados como condimento em pratos quentes (Foto: depositphotos)

Por ter um aroma e sabor bem característico, a salsa pode ser usada em saladas, molhos, sopas e até em carnes.

Salsa desidratada: vale a pena usar? 

A resposta para essa pergunta é sim. Se você não encontrar a salsa fresca você pode substitui-la pela versão desidratada na cozinha sem que haja perda de benefícios.

Isso porque a maior diferença entre as duas é o aroma característico da salsinha fresca, mas que não está presente na seca.

A desidratada, no entanto, tem um sabor mais concentrado devido a perda de água e portanto deve ser utilizada em menor quantidade, e ainda tem a vantagem de poder ser armazenada por um período maior de tempo. 

Como escolher e armazenar

As folhas da salsa devem estar com uma cor verde escura e vibrante e não estarem murchas, amassadas ou com pontos escuros.

Para guardá-las você deve descartar as partes amareladas, lavar em água corrente para retirar todas as impurezas e deixar escorrer toda o líquido. Depois de secas, elas podem ser mantidas por até cinco dias na geladeira, desde que armazenadas em sacos ou vasilhas tampadas.

Outra opção de armazenamento é desidratar, colocando as folhas no forno alto por dois minutos, ou congelar, colocando-as em formas de gelo com água. (5)

Como cultivar 

Com todos os benefícios você vai querer colocar a salsa de vez na sua vida, não é mesmo? Então por que não começar a cultivar organicamente aí na sua casa? 

Saiba que é super fácil começar um cultivo e você nem precisa de muito espaço, uma vez que a erva é pequena e se adapta bem a vasos e não é preciso de muito para começar a plantar. 

Você precisa apenas de sementes e um vaso com solo arenoso e adubado com matéria orgânica. Plante as sementes com, pelo menos, 10 centímetros de espaçamento entre elas e deixe em um local com boa incidência de luz solar. 

Como a salsa prefere climas frios, você precisará regar diariamente, porém com cuidado para não encharcar.

A colheita pode ser feita, em média, após 60 dias do plantio e você pode apenas retirar as folhas maiores e deixar a raiz que ela continuará viva e produzindo mais. (6)

*Texto feito com a colaboração da engenheira de alimentos e professora de gastronomia da Faculdade São Judas Tadeu, Jacqueline Monica Pagliuso Venturoso Baraúna. 

Referências

(1) FARZAEI, Mohammad Hosein et al. Parsley: a review of ethnopharmacology, phytochemistry and biological activities.Journal of Traditional Chinese Medicine, v.33, n.6, p.815-826, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0254-6272(14)60018-2. Acesso em: 24 de março de 2020.

(2) AJMERA, Puneeta; KALANI, Sumati; SHARMA, Luxita. Parsley-benefits & side effects on health. International Journal of Physiology, Nutrition and Physical Education, v.4, n.1, p.1236-1242, 2019. Disponível em: http://www.journalofsports.com/archives/2019/vol4/issue1/4-1-308. Acesso em: 24 de março de 2020.

(3) UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Salsa, crua, Petroselinum spp. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA). Disponível em: http://www.tbca.net.br/base-dados/int_composicao_alimentos.php?cod_produto=C0034B. Acesso em: 24 de março de 2020.

(4) AL-HOWIRINY, T.A. et al. Preliminary evaluation of the anti-inflammatory and anti-hepatotoxic activities of ‘Parsley’ Petroselinum crispum in rats. Journal of Natural Remedies, v.3, n.1, p.54-62, 2003. Disponível em: https://pdfs.nutramedix.ec/Parsley%20-%20Anti-Inflammatory%20(rats).pdf. Acesso em: 24 de março de 2020.

(5) LANA, M. M.; TAVARES, S. A. (Ed.). 50 Hortaliças: como comprar, conservar e consumir. 2. ed. rev. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2010. 209 p. Acesso em: 24 de março de 2020. 

(6) EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (Embrapa). Salsa. Almanaque do Campo, Série: Plantas medicinais, condimentares e aromáticas. 2007. Disponível em: http://www.almanaquedocampo.com.br/imagens/files/Salsinha%20folder%20embrapa.pdf. Acesso em: 24 de março de 2020.

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.