Alimentos que promovem o crescimento da candida

De modo geral, a Candida albicans está presente em pequeno número e de forma harmoniosa no trato digestivo e área vaginal, sendo chamada de comensal, sem causar sintomas.

O crescimento excessivo da candida pode evoluir para a candidíase crônica (Foto: freepik)

Se houver um crescimento excessivo deste fungo temos um problema sério, que pode evoluir para a candidíase crônica, de difícil tratamento e erradicação.

O supercrescimento da candida causa distúrbios e sintomas em praticamente todos os sistemas do corpo: gastrointestinal, genitourinário, endócrino, cutâneo, nervoso e imunológico.

Vamos entender um pouco mais sobre os alimentos que colaboram para o crescimento desse fungo e quais são os que combatem a candidíase.

Alimentos que nutrem a candida

Diversos alimentos ajudam a estimular o crescimento excessivo de Candida. Os principais culpados são: açúcar, leite, glúten, alimentos ultraprocessados (aditivos químicos) e os que contêm alto teor de fungos e leveduras.

É essencial evitar todo e qualquer alimento que cause alergias, detectada por testes específicos.

A dieta errada causa alterações na flora intestinal (microbiota), levando à predominância de espécies bacterianas e fúngicas ligadas à inflamação. 

Leite, doces e processados contribuem para o crescimento da candida (Foto: freepik)

Açúcar

A infestação por Candida causa desejo de comer doces e carboidratos: açúcar é o seu principal nutriente.

A restrição no consumo de carboidratos simples é uma necessidade absoluta no tratamento da candidíase crônica: açúcar (branco, cristal, mascavo, demerara, orgânico, de coco), mel, suco de frutas, iogurtes adoçados, doces em geral, farináceos como pães e biscoitos, arroz branco e integral.

Leite

Deve-se restringir ou eliminar o leite, pois ele é rico em lactose, um tipo de açúcar que também alimenta a Candida.

Além disso, o leite é um dos alergênicos alimentares mais frequentes, o que piora a função de barreira intestinal, causa inflamação (disbiose) e contribui para a disseminação do fungo.

Glúten e leveduras

Glúten (presente na farinha de trigo), alimentos ultraprocessados e adoçantes artificiais podem sensibilizar a parede intestinal e modificar a flora, favorecendo a Candida.

Alimentos contendo leveduras, fungos ou mofo incluem bebidas alcoólicas fermentadas, pães, frutas secas, cogumelos, amendoim, milho seco, molho de soja.

Fermentados como iogurte natural, kefir e kombucha podem ser tomados com moderação, apesar de divergências neste quesito.

Alimentos que normalizam a cândida

A dieta anti-candida é composta por alimentos naturais (Foto: freepik)

Sabendo o que deve ser evitado (açúcar, leite, glúten, carboidratos simples, alimentos ultraprocessados e alergênicos), aqui estão algumas sugestões para o cardápio a ser adotado.

A dieta anti-Candida é feita com comida de verdade, alimentos naturais, hortaliças, legumes, frutas, proteínas e gorduras de qualidade.

Hortifruti

Vegetais com baixo teor de carboidratos podem ser consumidos à vontade: folhas verdes, aspargos, repolho, brócolis, couve-flor, aipo, pepino, tomate, berinjela, cebola, espinafre, abobrinha etc.

Batatas podem entrar com moderação. Frutas de baixo índice glicêmico estão liberadas: limão, morango, pera, maçã, kiwi, melão.

Fruta mais doces como banana, manga, caqui e uva devem ser consumidas com moderação.

Proteínas e gorduras

Proteínas como carne, frango, pescados e ovos fazem parte desta dieta e devem ser ingeridas diariamente.

Gorduras saudáveis também são bem-vindas: abacate, azeitonas, óleo de coco, azeite extravirgem.

Laticínios com baixo teor de lactose também podem fazer parte do cardápio: manteiga, ghee, kefir, iogurte natural (sem açúcar).

Sementes e especiarias

Oleaginosas são ricas em boas gorduras, vitaminas e minerais, e pobres em carboidratos simples: amêndoas, sementes de girassol e de abóbora, coco, chia, linhaça, macadâmia.

As sementes de chia normalizam a candida (Foto: freepilk)

Ervas e especiarias estimulam o sistema imunológico e podem ser usadas à vontade: pimenta do reino e vermelha, canela, alho, gengibre, orégano, alecrim, páprica, cúrcuma e tomilho.

Condimentos e adoçantes

Condimentos liberados: vinagre de maçã, aminos de coco e levedura nutricional.

Adoçantes naturais: stevia, eritritol, xilitol. Bebidas: água natural ou com gás, café, todos os chás, água com limão, água de coco, kombucha (com moderação -100 a 200 ml por dia).

Como substituir

Se tiver um desejo irresistível por doce, coma chocolates adoçados com stevia ou xilitol (há diversas opções no comércio) ou prepare algum petisco lowcarb (existem inúmeras receitas na internet).

Evite os produtos que contêm adoçantes artificiais (aspartame, sucralose, acessulfame-K, sacarina, ciclamato), pois eles alteram a composição da microbiota de forma negativa.

No caso do leite, se não houver alergia, a versão lacfree pode ser usada, porém o ideal é substituir por leites vegetais.

Referências
*Frontiers in Microbiology 2019. Sugar sensing & signaling in Candida albicans & Candida glabrata.
*Tissue Barriers 2019. Candida albicans interactions with the host: crossing the intestinal epithelial barrier.
*J Mycologie Medicale 2018. The dietary modification & treatment of intestinal Candida overgrowth – a pilot study.

Sobre o autor

Médica especializada em Nutrologia. Membro da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia. Pós-graduada em Terapia Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE. Membro titular da Sociedade Médica Brasileira de Intradermoterapia. Registro profissional: CRM 301716