Sem estresse! Três receitas de chás calmantes

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

Você conhece algum chá calmante? Esse tipo de chá não é indicado apenas para quem está com sintomas de estresse, mas também para pessoas ansiosas ou que sofrem com insônia.

Seria bom se a vida da gente corresse sempre no ritmo regular e perfeito que se quer, não é mesmo? Mas, quem disse que as coisas são sempre como se espera? Até tiraria um pouco da graça de viver, afinal, precisamos de doses de desafio para nos superarmos, lutarmos e aprendermos a cada dia.

Mas que o estresse e a ansiedade perturbam quando as coisas estão complicadas, ah, isso sim! Em alguns casos, outros efeitos nos “derrubam”, como dor de cabeça, enjoos e até diarreia e vômito por causa do nervoso!

Por isso, apesar dessas situações de nervosismo ou ansiedade, precisamos sempre ter em mente que as coisas boas não duram para sempre, mas as ruins também não! E, além disso, dispomos de muitos remédios naturais capazes de proporcionar alívio, relaxar um pouco e evitar que se percam noites de sono, ou que os sintomas do estresse tomem conta.

Então, faça um pequeno estoque de ervas e quando a ansiedade chegar, beba uma xícara de chá, de preferência imaginando só coisas boas, pensando em outras coisas bem distantes de seu problema. Você verá o quanto isso funciona!

Chás calmantes

Chá calmante de erva cidreira (melissa)

Xícara de chá de erva cidreira

Além de acalmar, esse chá consegue combater a dor de cabeça (Foto: depositphotos)

O nome erva cidreira comumente é confundido com outro chá, que também é calmante, chamado capim limão (falsa erva cidreira ou capim cidreira). Os dois chás podem ser usados para acalmar.

– Ferva uma xícara de água, junte 1 colher (de sopa) de folhas de cidreira picadas e deixe em infusão, tampado por 10 minutos. Coe e tome uma xícara desse chá três vezes ao dia. Caso deseje pode adoçar com uma colher (de chá) de mel.

Esse chá, além de calmante, tem poder analgésico e pode ser usado para curar dor de cabeça. Além disso, de acordo com a farmacêutica e especialista em plantas medicinais, Adriana Pereira Freire Junqueira, informa que ele ajuda a baixar a pressão e pode ser consumido durante a gravidez e amamentação. Com isso, ele ajuda a promover a calma e um sono tranquilo.

Chá calmante de maracujá

Xícara de chá de maracujá

Esse chá deve ser feitos com as folhas do maracujá por serem mais concentradas (Foto: depositphotos)

O maracujá (Passiflora incarnata) é conhecido por suas propriedades calmantes, que de acordo com Junqueira estão mais presentes nas folhas. Por isso essa é a parte usada no preparo do chá e de medicamentos fitoterápicos. O modo de preparo é bastante simples:

– Ferva uma xícara de água, junte: 1 colher (de sopa) de folhas de maracujá frescas em uma xícara de água fervente e deixe em infusão por alguns minutos. Tome uma xícara, no máximo duas vezes por dia.

Já no caso do suco de maracujá, para se obter o poder calmante, ele deve ser consumido com maior frequência, orienta a especialista. Principalmente porque as folhas possuem uma maior quantidade dos princípios calmantes.

Chá calmante de camomila

Xícara de chá de camomila

Esse chá pode acalmar e ajudar a ter um sono de melhor qualidade (Foto: depositphotos)

Todos conhecemos o poder calmante deste chá! É um dos mais usados quando se trata de acalmar os nervos, além de muitas outras aplicações.

– Ferva uma xícara de água, coloque o chá de camomila, pode ser ‘in natura’, com sementes, flores e folhas, ou até os comprados em caixas. O ideal é usar duas ou três colheres de chá por xícara. Deixe em infusão por cinco minutos, coe, se for necessário, e beba. Pode ser bebido várias vezes ao dia.

Este chá, além de tranquilizar, acalma os sintomas estomacais que possam vir do estresse, como dor de estômago ou enjoos. Junqueira indica que quem não gostar do sabor da camomila pode adicionar mel e sumo de limão à bebida.

Receita de chá calmante para ansiedade e insônia

Como já foi mencionado, os chás podem ser ótimos aliados das pessoas que sofrem com ansiedade ou insônia. O melhor de tudo é que, como eles são preparados com substâncias naturais, não existe o risco de dependência ou outros efeitos colaterais.

Um dos mais indicados pela farmacêutica Adriana Junqueira é o feito com as raízes de valeriana. Conhecida como valeriana officinalis, essa planta possui poderes calmantes e pode melhorar a vida de quem sofre com esses problemas.

O preparo do chá é bastante simples. Basta levar meio litro de água ao fogo. Quando levantar fervura, acrescente 10 gramas de raiz de valeriana e deixe ferver por mais 10 minutos. Após isso, deixe esfriar mais cinco minutos e coe.

O indicado é beber apenas duas xícaras por dia e nunca utilizar por mais de 10 dias. Passado esse tempo é necessário fazer um intervalo de 30 dias antes de consumir o chá novamente. Além disso, grávidas não devem consumir esse produto.

Para quem não consegue encontrar a raiz de valeriana in natura ou não gosta de chás, existe a opção dos fitoterápicos. Atualmente é possível encontrar um comprimido específico para ansiedade e insônia. Sendo que a maioria deles é feita a base de valeriana, passiflora ou outras substâncias naturais com efeitos calmantes.

Quais alimentos devem ser evitados?

Uma boa alimentação também pode ajudar pessoas que sofrem com os problemas de estresse, insônia e ansiedade. Por isso, caso tenha algum destes problemas é importante ficar atento a alguns alimentos que não devem ser consumidos, principalmente ao final do dia.

Junqueira informa que os alimentos “proibidos” são os que possuem substâncias estimulantes. Um exemplo de substância a ser evitada é a cafeína que está presente em café, chá preto, chá verde e até mesmo no chá de hibisco.

Além disso, ela indica que pessoas que sofrem com insônia devem evitar o consumo de pimenta ou gengibre. Principalmente no início e final do dia, para não atrapalhar o ciclo natural do sono, já que eles possuem um efeito estimulante. Alimentos como café, chocolate, refrigerantes e energéticos também são estimulantes e podem prejudicar a qualidade do sono.

Por fim, Junqueira enfatiza que é preciso “se manter em movimento”. Por isso ela indica a prática de atividades físicas, uma vez que o organismo consegue liberar todas as energias ruins que foram acumuladas durante as situações estressantes no trabalho e em problemas do dia a dia.

O que é o estresse?

O estresse é algo bastante comum nas sociedades atuais e as suas consequências ao corpo humano vêm sendo bastante estudadas nas últimas décadas. Os primeiros registros do uso da palavra são do século 14, quando ela era usada como um sinônimo para aflição. Já no século 18 o termo passou a ser usado também para descrever desconforto, quando foi inserido nas línguas de origem latina.

Quem trouxe a palavra para o mundo da saúde foi o endocrinologista Han Selye, em 1936. Ele caracterizou o estresse como sendo o resultado inespecífico de qualquer demanda sobre o corpo, seja de efeito mental ou somático, e “estressor”, como todo agente ou demanda que evoca reação de estresse, seja de natureza física, mental ou emocional”.

Ou seja, o estresse nada mais é do que uma forma de defesa do organismo ao se deparar com algum agente estressor. Essa, por sua vez, são chamadas de situações transitórias que podem desencadear o estresse. Sendo assim, quando se retira esse agente, o corpo tende a voltar ao normal em pouco tempo. Quando isso não acontece, a situação é chamada de agente traumático, já que os sintomas são mais profundos.

Como saber que você está estressado? Como o estresse é algo que mexe com todo o organismo, alguns sintomas podem ser percebidos. Sendo eles divididos em três grupos principais: psicológicos, físicos e comportamentais. (1)

Principais sintomas

Como foi dito, o estresse costuma acarretar diversos sintomas e é comumente dividido em três fases. A primeira fase costuma ser assim que se percebe o problema. Nesse momento o organismo começa a se preparar para responder ao problema. (2)

Também chamada de fase de alarme, os sintomas costumam ser taquicardia, tensão crônica e dor de cabeça. Além disso, é comum sentir uma sensação de esgotamento físico e mental, deficiência de cloro e uma pressão no peito.

Passada essa etapa, existe a chamada fase de resistência. Nela acontece os sintomas psicológicos. Os mais comuns são sentir medo e ansiedade constantes e em alguns casos o isolamento social. Outros sintomas também podem ser perda ou excesso de apetite, impotência sexual e roer as unhas para extravasar a tensão.

A última fase é conhecida como fase de exaustão. Aqui o corpo não aguenta o trabalho e gasto de energia para lidar com o problema e começam a surgir os problemas mais sérios do estresse.

Os primeiros sintomas a aparecer nessa fase costumam ser tensão e angústia, falta de concentração, insônia e episódios de ira. A longo prazo isso pode acarretar em diversas doenças e a pessoa tende a ficar em um estado depressivo e sem energia para nada. (1)

Mulher gritando

Se não tratado, o estresse pode evoluir para um quadro depressivo (Foto: depositphotos)

Quais as consequências do estresse para a saúde?

De acordo com a farmacêutica e especialista em plantas medicinais, o estresse pode acarretar em perda de cabelo e doenças de pele, como vitiligo. Além disso, a longo prazo, problemas como aumento excessivo de peso, úlceras estomacais, hipertensão, queda do sistema imune e alterações cardíacas podem aparecer.

Essas doenças costumam aparecer por causa do estresse, mas não são causadas por ele. O que acontece é que a redução das defesas do corpo o torna mais propício para esses problemas de saúde. (1)

Por isso deve ser feito um acompanhamento e tratamento específico para cada caso. Junqueira defende o uso de chás e alimentos para ajudar a diminuir o estresse e a ansiedade, principalmente porque os medicamentos controlados podem causar dependência e a piora do problema original, quando mal utilizados, defende ela.

O que é a ansiedade?

A ansiedade é um estado emocional normal e adaptativo onde ocorre o aumento da excitação do sistema nervoso central. Isso acontece geralmente em situações de perigo, que podem ser reais ou imaginárias, diz Junqueira.

Ela também afirma que atualmente cada vez mais pessoas estão desenvolvendo distúrbios de ansiedade e de sono. Sendo estes causados geralmente pelo estresse diário e acarretando o agravamento de doenças como ansiedade e depressão.

Os principais sintomas da ansiedade costumam ser a incidência de pensamentos negativos e o medo e preocupação constante de que algo ruim irá acontecer. Além disso, as pessoas ansiosas costumam sentir tensão e apresentar sintomas físicos como palpitações, respiração ofegante e aumento da frequência cardíaca.

Outros sintomas comuns são a insônia, aumento da pressão arterial, sudorese, tremores e dores de cabeça constantes. Também pode ocorrer o aumento da motilidade intestinal. Sendo que isso pode causar dores, náusea e até vômito.

Mesmo sendo considerado um estado emocional normal, a ansiedade pode se tornar um grande problema. Principalmente quando a sensação é descontrolada e não aparece apenas em momentos de tensão. Quando isso ocorre, o problema é chamado de distúrbio de ansiedade e, em alguns casos, pode evoluir para depressão e síndrome do pânico. Por isso é importante procurar ajuda médica especializada.

Quais as principais causas?

Os distúrbios de ansiedade podem ter diversas causas. As principais são a descoberta de doenças físicas e eventos traumáticos. Sendo que estes podem ter ocorrido durante a infância ou durante a idade adulta. Outras causas do problema podem ser o acúmulo de estresse. Podendo estar relacionados a acontecimentos do dia a dia ou algumas doenças graves e algumas vezes incapacitantes.

Além disso, Junqueira alerta que o abuso de algumas substâncias, como o álcool, cigarro e drogas ilícitas também podem ser um fator desencadeante para a ansiedade. Por fim, existem alguns tipos de personalidade que são mais suscetíveis ao problema. Principalmente quem já possui uma personalidade naturalmente ansiosa, como é o caso de pessoas perfeccionistas e controladoras.

*Artigo feito com a colaboração da farmacêutica especialista em Plantas Medicinais Adriana Pereira Freire Junqueira, mestre em ciência em saúde com foco em farmacologia das plantas medicinais.

Referências

(1) CAMELO, Silvia H. Henriques; ANGERAMI, Emília Luigia Saporiti. Sintomas de estresse nos trabalhadores atuantes em cinco núcleos de saúde da família, Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0104-11692004000100003&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 30 de novembro de 2018.

(2) MARGIS, Regina; PICON, Patrícia; COSNER, Annelise Formel e SILVEIRA, Ricardo de Oliveira. Relação entre estressores, estresse e ansiedade, Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 2003. disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-81082003000400008&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 30 de novembro de 2018.

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.