Alecrim: para que serve e efeitos colaterais

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

Entre os principais benefícios do alecrim estão a melhora da digestão, o auxílio no tratamento contra a depressão e ansiedade e o controle da pressão arterial.

Esses são alguns dos efeitos benéficos citados pela musa fitness e nutricionista, Bella Falconi. “Também chamada de erva da alegria, esta é uma das que mais oferecem benefícios para a saúde e que tem sido alvo de inúmeras pesquisas científicas”, destaca.

O alecrim também é chamado de erva da alegria pois combate a depressão (Foto: depositphotos)

Além desses cuidados, o alecrim ainda tem propriedades que ajudam nos cuidados com os cabelos. Portanto, pode ser considerado amigo da saúde e da estética.

Mesmo sendo versátil nos benefícios, ainda sobra espaço para ser um coringa no dia a dia. Isso porque ele pode ser empregado em receitas e servir para fazer um chá ou óleo essencial. Mas, claro, assim como todo produto, natural ou não, possui contraindicações e efeitos colaterais.

Benefícios do alecrim

De acordo com Bella Falconi, os efeitos positivos dessa erva são resultantes da rica composição em minerais e antioxidantes. Além disso, alecrim age como diurético, desintoxicante e relaxante.

Melhora a digestão

A musa fitness explica que a propriedade digestiva presente na planta auxilia no combate à má digestão. Mas não é apenas isso, ela ainda contribui com o tratamento de gastrite, úlcera, dor no estômago e diarreia.

Por ser estimulante digestiva, diminui a inapetência, conhecida popularmente como falta de apetite. Também é carminativa, por essa razão trabalha eliminando gases. (1,2,3)

Ajuda no combate a ansiedade

O alecrim é indicado para controlar ansiedade e nervosismo, pois age como calmante. No entanto, essa é apenas uma das ações benéficas da planta para o sistema nervoso central.

Segundo Bella Falconi, a erva consegue aumentar o fluxo sanguíneo no cérebro, melhorando a memória. Inclusive, essa ação é aproveitada muito antes da ciência comprová-la, pois estudantes gregos usavam durante as provas com o intuito de reforçar a memorização dos conteúdos.

Também é recomendada  para prevenir o cansaço mental (e físico), pois tem propriedades tônicas e estimulantes. Sem contar nos óleos essenciais, que de acordo com a nutricionista, são indispensáveis na “produção de neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar.”

Outra importante descoberta é que o alecrim está relacionado com a função cognitiva, é tanto que pacientes com a doença de Alzheimer podem ser beneficiados pela aromaterapia a base dessa planta.

Assim como o Alzheimer, outros problemas que afetam o sistema nervoso central podem ser atenuados. Depressão e Parkinson são exemplos, uma vez que a erva possui ácido rosmarínico, substância com potencial contra as doenças neurodegenerativas.

Além disso, esse mesmo composto age em terminações neuromusculares e inibe a acetilcolinesterase. Em outras palavras, ele impede a quebra de moléculas que permitem a passagem dos impulsos nervosos dos neurônios para as células musculares.

Outros problemas que podem ser tratados com esse vegetal são: dor de cabeça, enxaqueca, problemas nos nervos, tontura e epilepsia. (1,2,4,5)

Auxilia no controle da pressão arterial

“Os benefícios do alecrim no tratamento da pressão alta são há muito tempo conhecidos. Hoje a ciência já sabe o motivo. O alecrim possui compostos que ajudam a melhorar a circulação sanguínea“, explica Falconi.

Mas o fato é que a planta consegue equilibrar a pressão, pois também atua em casos de hipotensão (pressão baixa). Em 2014, um estudo feito na Espanha mostrou o efeito anti-hipotensivo do óleo essencial extraído da erva.

Com esse controle, o sistema cardíaco só tende a ganhar. Doenças como trombose, angina no peito, derrame e aterosclerose podem ser evitadas. (1,2,5)

Combate problemas bucais

Mau hálito, aftas e gengivites são problemas que podem ser tratados com o alecrim, segundo Bella Falconi. Tudo isso pois a planta é considerada antisséptica, ajudando na limpeza bucal.

Além disso, inflamações na boca, dor de dente ou dente inflamado podem ser combatidos. Isso porque a erva age como anti-inflamatória e analgésica. (1,2,3,5,6)

Alivia cólicas

“O chá feito com as folhas do alecrim alivia as cólicas menstruais“, destaca a nutricionista. A planta tem propriedade emenagoga, aumentando o fluxo menstrual sem que para isso a mulher tenha mais contrações no útero. Além de ser recomendada para tratar cólicas em bebês e cólicas renais. (1,2,4)

Auxilia no emagrecimento

Apesar de diminuir a inapetência, essa erva também tem propriedades diuréticas. Na prática, o chá feito com ela pode aumentar a eliminação de líquidos que estavam retidos no corpo causando inchaço. 

Segundo Falconi, esse benefício é graças a composição rica em minerais presentes na planta. Potássio, cálcio, fósforo, sódio e magnésio são alguns dos exemplos citados pela profissional.

Limpa o fígado

Considerada antioxidante do fígado, essa espécie de vegetal é capaz de proteger o órgão contra a ação dos radicais livres. Esses últimos entram no organismo e agem destruindo (oxidando) as células. 

Por essa mesma razão, ela é tida como um hepatoprotetor. Sendo assim, protege o fígado contra substâncias tóxicas oriundas de uma alimentação de baixa qualidade e/ou outros maus hábitos de vida. (2,3,4,5,7)

Cuida dos cabelos

Por ser antisséptico, o óleo essencial dessa planta age limpando todo o couro cabeludo, auxiliando no tratamento contra a caspa, problema muito comum entre as pessoas.

Também é um estimulante dessa região, então ajuda a controlar a alopécia, que nada mais é do que a queda de cabelo. E, ao mesmo tempo, ele estimula o crescimento capilar. (2,3,4,5)

Ajuda a prevenir o câncer

Assim como no caso do fígado, os antioxidantes presentes nessa erva agem impedindo a deterioração das células, prevenindo assim o surgimento de uma das mais conhecidas doenças degenerativas, o câncer.

Mas além de prevenir essa condição, a planta também impede o desenvolvimento de tumores. Entre os tipos de cancro mais relacionados com essa ação estão o de mama, pele, cólon, fígado e leucemia. (2,5,6

Diminui dores e inflamações

Dor de cabeça e dor proveniente de cólicas não são as únicas tratadas pelo alecrim. Na verdade, ele atua nas dores em geral, pois é um analgésico natural e, de quebra, um anti-inflamatório.

Dessa forma, pode ser um aliado no combate às dores reumáticas, nas pernas e na coluna. E de forma externa ainda pode contribuir como um acelerador de cicatrizações. (1,2)

Combate micro-organismos

De acordo com um estudo publicado no Journal of Traditional and Complementary Medicine, em 2018, a planta em questão é comprovadamente antibacteriana.

Portanto, combate bactérias gram-negativas e gram-positivas, como por exemplo a Salmonella (causa intoxicação alimentar) e Estreptococos (causa pneumonia, infecções e faringite). (7

Auxilia no tratamento da diabetes

Como sabemos, a diabetes mellitus é uma doença crônica e incurável, mas medicamentos podem ajudar pacientes a viverem com essa condição. No entanto, em busca de remédios que não causem tantos efeitos adversos, novos estudos estão sendo realizados.

Nessas coletas, o alecrim se mostrou como uma esperança terapêutica, pois possui ácido carnósico e carnosol. Ambos são compostos que auxiliam no controle da glicemia. (6)

Como se usa essa erva?

A planta pode ser utilizada como um remédio natural, como aliada da estética ou como ingrediente em diversos pratos. Acompanhe como utilizar!

Chá de alecrim

(Foto: depositphotos)

De acordo com o Manual de Plantas Medicinais Farmácia Verde, o chá é feito através da infusão de uma a duas colheres (de sopa) das folhas em 150 ml de água quente. 

Depois de pronto, deve ser ingerido de uma a duas xícaras por dia. Mas também pode servir para uso tópico, aplicando no local afetado diariamente em até duas vezes. (8

Óleo nos cabelos

(Foto: depositphotos)

Para aproveitar os benefícios capilares, o óleo deve ser adicionado ao shampoo utilizado normalmente. Além de limpar o couro cabeludo, essa misturinha vai induzir o crescimento dos fios. 

Mas o óleo também pode ser utilizado em banhos ou massagens para tratar dores reumáticas ou ferimentos. (3)

Nos alimentos

(Foto: depositphotos)

A plantinha é utilizada para aromatizar e melhorar o sabor dos alimentos. Portanto, serve como um tempero terapêutico em carnes, batatas, arroz e até pães. Além de servir como um aromatizante na água do cozimento de massas e em azeites. (9)

Contraindicações e efeitos colaterais

Não deve ser consumida em excesso, pois pode ser tóxico nessas situações. Sonolência, espasmos, irritação nervosa e gastrenterite são outros problemas que podem surgir depois de grandes doses.

Além disso, grávidas não devem usar da erva, pois como estimula a menstruação, pode ser abortiva. (2)

Como plantar alecrim?

A paisagista Lucia Borges, do canal Vida no Jardim, ensina todos os cuidados que o alecrim precisa para crescer. Além de explicar como plantar, a profissional também dá dicas sobre quantidade de regas, tipo de terra utilizada e quantidade de luz solar que a planta exige. Confira:

*Artigo feito com a colaboração de Bella Falconi, blogueira fitness, bacharel em Nutrição e Mestranda em Nutrição Aplicada na Northeastern University.

Referências

(1) RIBEIRO, D.A.; et al. “Potencial terapêutico e uso de plantas medicinais em uma área de Caatinga no estado do Ceará, nordeste do Brasil“. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbpm/v16n4/a18v16n4.pdf. Acesso em: 24 de janeiro de 2020.

(2) PENTEADO, Janaina Gomes; CECY, Adriana Trippia. “Alecrim Rosmarinus officinalis L Labiatae (Lamiaceae): uma revisão bibliográfica“. Disponível em: http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/farmacia/cenarium_02_02.pdf. Acesso em: 24 de janeiro de 2020.

(3) ALMEIDA, Mara Zélia de. “A cura do corpo e da alma“. In: Plantas Medicinais [online]. 3rd ed. Salvador: EDUFBA, 2011. Disponível em: http://books.scielo.org/id/xf7vy/pdf/almeida-9788523212162-04.pdf. Acesso em: 24 de janeiro de 2020.

(4) PORTE, Alexandre; GODOY, Ronoel Luiz de Oliveira. “Alecrim (Rosmarinus officinalis L.): propriedades antimicrobiana e química do óleo essencial“. Boletim Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, 2001. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/alimentos/article/view/1233/1033. Acesso em: 24 de janeiro de 2020.

(5) SANTOS, Camila Dayze Pereira; et al. “Efeitos do alecrim (Rosmarinus officinalis) na saúde humana: uma revisão de literatura“. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: https://editorarealize.com.br/revistas/conbracis/trabalhos/TRABALHO_EV071_MD4_SA6_ID956_15052017200656.pdf. Acesso em: 24 de janeiro de 2020.

(6) LADEIRAS, Diogo Filipe Bernardo. “Estudo de compostos bioactivos e actividades biológicas do alecrim (Rosmarinus officinalis L.)“. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias , 2014. Disponível em: http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/6179/Tese%20-%20R.%20officinalis%20-%20Diogo%20Ladeiras%20-%20Final%20%28PB%29.pdf?sequence=1. Acesso em: 24 de janeiro de 2020.

(7) AMARAL, Guilher Pires; et al. “Antibacterial and antioxidant effects of Rosmarinus officinalis L. extract and its fractions“. Journal of Traditional and Complementary Medicine, 2018. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6702153/#!po=86.3636. Acesso em: 24 de janeiro de 2020.

(8) NASCIMENTO, Isabela G.; VIEIRA, Marlene R. S. “Manual de Plantas Medicinais Farmácia Verde“. Universidade Católica de Santos. Disponível em: https://www.unisantos.br/wp-content/uploads/2014/02/farmacia-verde-livro.pdf. Acesso em: 24 de janeiro de 2020.

(9) RAIMUNDO, Milene Gonçalves Massaro. “Sabores da horta: do plantio ao prato“. Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios, São Paulo, 2017.  Disponível em: https://www.codeagro.sp.gov.br/uploads/publicacaoesCesans/sabores_horta_web.pdf. Acesso em: 24 de janeiro de 2020.

Sobre o autor

Formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, tem experiência em rádio e escreve para o Remédio Caseiro desde 2015. Registro Profissional MTB-PE: 6750.