Terçol no olho: receitas práticas de soluções caseiras

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

As pessoas mais velhas da família sempre possuem dicas para tratar terçol. Mas você sabe se esses tratamentos caseiros são realmente eficazes na solução desse problema? Foi pensando em dúvidas assim que conversamos com o médico oftalmologista, Lucas Monteiro. Nesse artigo, o especialista em córnea e cirurgia refrativa vai esclarecer algumas incertezas sobre o tema.

“O terçol, nome popular do hordéolo, é uma inflamação crônica ou aguda da pálpebra. Pode acometer qualquer pálpebra (superior ou inferior) e em mais de um local. Em alguns casos, há melhora espontânea ou com tratamento clínico em poucos dias. Mas a evolução é bem imprevisível, pois pode durar semanas e necessitar de conduta cirúrgica”, explica o oftalmologista.

“Terçol”, “viuvinha”, “dordolho”, ele é chamado por vários nomes e cercado de superstições. Mas o hordéolo é apenas uma inflamação que atinge as glândulas localizadas na pálpebra. No entanto, essa inflamação não é contagiosa e, de uma maneira geral, não apresenta riscos à visão. Apesar disso, sempre causa dor e incômodo, seja em adulto ou bebê.

Olhos com terçol

O terçol pode acometer qualquer pálpebra (superior ou inferior) e em mais de um local (Foto: depositphotos)

Por isso, veja nesse artigo mais detalhes sobre causas, sintomas e tratamentos caseiros para curar o terçol. Além disso, confira como evitar esse problema e quais são as diferenças entre ele e outras doenças, como o calázio e a blefarite.

Como tratar terçol em casa?

De acordo com o médico oftalmologista, Lucas Monteiro, compressa morna é o tratamento caseiro mais indicado para curar o terçol. Isso porque, esse truque facilita a drenagem do conteúdo. Mas claro, sempre prezando pela limpeza do local e do material aplicado, assim é possível conter a infecção para evitar que ela se alastre ou piore.

“Alguns casos apresentam melhora espontânea, tendo cuidado de fazer sempre uma boa higiene palpebral. Em casos mais brandos, pode-se usar shampoo neutro para a limpeza durante o banho”, indica o especialista.

Algumas pessoas acabam fazendo uso do chá de camomila no tratamento desse problema. No entanto,  o especialista afirma não haver comprovação científica quanto ao uso dessa infusão especificamente. “A melhora pode estar associada a temperatura (morna) na qual o chá é aplicado, então facilita a emulsificação do conteúdo retido”, comenta.

Também existem diversas técnicas populares para curar o terçol, dentre elas, aquecer uma aliança friccionando-a na palma da mão e colocando-a sobre ele. Apesar de ser uma compressa quente, esse tratamento pode prejudicar ainda mais o olho caso o objeto ou a mão estejam sujos.

Outros tratamentos

Se após duas semanas de aplicações de compressas o terçol não tiver drenado, é conveniente procurar um médico. Isso porque, em alguns casos será necessária uma pequena cirurgia, uma vez que ele endurece e se transforma no que costuma-se chamar de calázio.

Depois de uma avaliação, o oftalmologista deverá receitar pomadas e higiene ciliar. “Em casos que não melhoram com o tratamento clínico, por exemplo aqueles pacientes que apresentam recorrência frequente ou que o conteúdo não drena espontaneamente está indicado a retirada cirúrgica. Trata-se de um procedimento simples realizado em bloco cirúrgico pelo oftalmologista”, esclarece Lucas Monteiro.

O que pode causar o terçol?

Essa condição surge devido ao acúmulo de sujeiras na região do olho. De acordo com o oftalmologista, as pálpebras apresentam glândulas que podem ser obstruídas por resíduos e, consequentemente, formam o terçol.

Entre os resíduos mais comuns estão a secreção, poeira, maquiagem e suor. Por isso que os médicos aconselham sempre a limpeza correta dos olhos, prevenindo esse acúmulo e suas consequências.

Além disso, é importante destacar que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o terçol não é contagioso. Para Lucas Monteiro, essa ideia de contágio é mais uma crença popular, assim como tantas outras. “Nem todo olho vermelho é conjuntivite e nem muito menos contagioso. O terçol é um desses exemplos. Ninguém ‘transmite’ terçol a ninguém”, alerta.

Quanto tempo dura um terçol?

O tempo de duração de um terçol agudo é de cinco dias, em média. No entanto, existem alguns casos que não apresentam melhoras nem com as compressas mornas e nem com as pomadas receitadas pelos médicos.

Quando isso acontece, o terçol passa a ser considerado crônico e já pode ter passado de uma ou duas semanas. Ainda assim, o mais indicado é não deixar passar da média sem ter o primeiro contato com o médico. Como já mencionado, há pacientes que só conseguem alcançar a melhora após a drenagem do conteúdo feita por um oftalmologista.

Terçol na pálpebra

Essa inflamação não é contagiosa e, de uma maneira geral, não apresenta riscos à visão (Foto: depositphotos)

Sintomas desse problema

“Os principais sintomas são: vermelhidão, edema, dor e calor no local inflamado. No quadro agudo pode apresentar um ponto amarelado, por onde pode-se drenar pus”, destaca o médico.

O terçol se parece com uma espinha, o que muitas vezes é um problema para aquelas pessoas acostumadas a “cutucar” e espremer cravos e espinhas. Não se deve tocar o terçol com as mãos, pois há o risco de infectá-lo e transformar uma simples inflamação em algo mais complicado, que necessite de procedimentos clínicos.

Como evitar essa inflamação?

A melhor forma de lidar com um problema é evitando ele. E isso também se aplica às inflamações e nesse caso ao terçol. Mas afinal, como evitá-lo? Segundo o especialista em córnea e cirurgia refrativa, em algumas pessoas é realmente complicado prevenir o terçol, uma vez que elas estão predispostas a apresentarem. Apesar disso, de uma maneira geral, a solução mais adequada é a limpeza palpebral apropriada.

“Uma das maiores dicas vai para as mulheres: nunca dormir de maquiagem. Retirá-la sempre ao final do dia, isso diminui bastante a chance de desenvolver o terçol”, recomenda Lucas Monteiro.

Diferença entre terçol, calázio e blefarite

Terçol, calázio e blefarite são doenças que possuem sintomas muito semelhantes. Por essa razão, acabam causando uma confusão entre os pacientes. No entanto, são problemas diferentes e que, por isso, necessitam de uma atenção especial com relação ao tratamento.

Segundo o médico Lucas Monteiro, o terçol é mais associado a um quadro agudo infeccioso. “Quando há melhora da infecção mas não há drenagem do conteúdo, este fica encapsulado na pálpebra e então passa a ser chamado de calázio. Neste caso, o tratamento é cirúrgico.” Portanto, é possível dizer que o calázio é a consequência de um terçol não tratado corretamente.

“A blefarite é uma inflamação difusa da que acomete pálpebras e cílios, geralmente presente nas duas pálpebras (superior e inferior) e de ambos os olhos. Trata-se de um acometimento bem mais frequente do que se imagina”, conclui o médico.

*Artigo feito com a colaboração do médico oftalmologista especialista em córnea e cirurgia refrativa, Lucas Monteiro (CRM PB – 7939).

Sobre o autor

Formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, tem experiência em rádio e escreve para o Remédio Caseiro desde 2015. Registro Profissional MTB-PE: 6750.