Chá para refluxo: 5 receitas para o tratamento

Tomar chá para refluxo é a saída natural encontrada para diminuir os sintomas dessa condição. Entre os principais sinais estão a azia (queimação), dificuldade para engolir, tosse e náusea.

Já a causa mais comum para a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é a falha da válvula muscular que separa dois órgãos, o esôfago e o estômago. Chamada de esfíncter esofagiano, ela é a responsável por impedir que o conteúdo gástrico volte e cause regurgitação.

Quando a válvula não desempenha seu papel perfeitamente, as secreções gástricas retornam ao esôfago e causam os sintomas já mencionados. É então que entra o chá para refluxo, pois ele acalma os órgãos do sistema gastrointestinal.

O refluxo causa queimação, tosse e dificuldade para engolir (Foto: Freepik)

Chá de camomila, de gengibre e de erva doce são alguns exemplos de bebidas que auxiliam na luta contra essa condição. No entanto, é importante também saber quais alimentos consumir e quais evitar, uma vez que a alimentação pode tanto amenizar como agravar os sintomas da DRGE. (1)

Melhores chás para refluxo

Todas as bebidas feitas para tratar a doença do refluxo gastroesofágico possuem propriedades gastrointestinais. Por essa razão, elas conseguem amenizar os principais sintomas dessa condição. Confira 5 opções a seguir!

1. Chá de erva doce

Conhecida por ser um dos principais tratamentos naturais para distúrbios estomacais, a erva doce ameniza os sinais do refluxo. Uma das razões é a propriedade antiespasmódica que a planta possui. Em outras palavras, ela previne espasmos em alguns órgãos como estômago e intestino.

Ela é tão benéfica que é recomendada para ser utilizada no dia a dia em forma de chá, principalmente na ceia, antes de dormir. Torradas e queijo minas podem ser excelentes acompanhamentos para essa bebida. (1,2,3)

Mesmo se tratando de um produto natural, é comum existir contraindicações ou efeitos colaterais do uso. Mas, no caso da erva doce, não há registros desses pontos. (4)

Receita

Coloque três colheres (de café) da planta em 150 ml de água e deixe ferver. Assim que entrar em ebulição, desligue o fogo e aguarde esfriar. É indicado tomar uma xícara três vezes ao dia. (4)

2. Chá de camomila

Outra erva muito popular com propriedades digestivas é a camomila. Através do chá, essa planta atua como um calmante para os órgãos do trato gastrointestinal. 

O chá serve para refluxo pois relaxa os músculos que movem os alimentos. Além disso, é indicado para tratar cólicas, dor de estômago, flatulências, irritação da mucosa gastrointestinal e úlceras. 

Um detalhe importante é que esse chá é benéfico para adultos e para crianças. Portanto, se bebês com mais de seis meses apresentarem refluxo, eles também podem se beneficiar com essa bebida. (1,5)

Contudo, ele pode desencadear algumas reações alérgicas nos pacientes, por isso é bom fazer um teste antes. Além de que doses maiores do que o recomendado podem ter um efeito contrário, amentando náuseas, insônia e excitação dos nervos. (4)

Receita

Ferva 150 ml de água e depois adicione uma colher (de sopa) das flores de camomila. Tampe o recipiente e aguarde 5 minutos ou até a bebida ficar morna. Beba de três a quatro vezes por dia. (4)

3. Gengibre

Tradicionalmente, o Zingiber officinale, nome científico do gengibre, é utilizado para tratar os sintomas de refluxo e dispepsia (a famosa indigestão). Isso tudo porque ele é considerado um estimulante gastrintestinal.

Por isso, náuseas e vômitos podem ser evitados ou tratados com esse rizoma. Inclusive, grávidas e crianças podem aproveitar desses benefícios sem comprometer a saúde.

No entanto, é importante estar atento a quantidade consumida. De acordo com alguns estudos, doses superiores a 5 gramas por dia podem causar um efeito reverso ao esperando, aumentando sintomas como azia e desconforto abdominal. (6,7)

Receita

Coloque em uma panela 150 ml de água e duas colheres (de café) do rizoma em pó ou em pedaços. Leve a mistura para o fogo e deixe ferver. Depois desses processos, basta aguardar a decocção esfriar e tomar em seguida. Esse chá pode ser ingerido de duas a quatro vezes por dia. (4)

4. Espinheira Santa

De todos os benefícios da espinheira santa, a atividade gástrica é a mais citada pelas pesquisas científicas. Por essa razão, ela rende um chá para refluxo.

Além disso, também pode ser utilizada no tratamento de outros distúrbios como a gastrite. Contudo, não é recomendada para crianças menores de seis anos, lactantes e grávidas até o terceiro mês de gestação. (8)

Receita

Faça uma infusão usando 150 ml de água quente e duas colheres (de chá) das folhas de espinheira. Aguarde esfriar e depois beba de três a quatro xícaras ao longo do dia. (4)

5. Chá de boldo

A doença do refluxo gastro-esofágico é um dos tipos de dispepsias, mas o boldo é uma planta que consegue atenuar esse problema. Por suas propriedades estimuladoras da bile, a erva consegue contribuir com uma melhor digestão dos alimentos.

Mesmo com esse benefício, o chá é contraindicado para crianças menores de 6 anos e para lactantes. E o tratamento feito com essa bebida não pode ultrapassar quatro semanas consecutivas. (9)

Receita

Coloque duas colheres (de chá) das folhas de boldo em 150 ml de água quente. Tampe o recipiente e aguarde esfriar. Esse chá deve ser ingerido até duas vezes por dia. (4)

Dicas para refluxo e azia

Alguns chás, como o de camomila e o de erva doce, podem aliviar a sensação de queimação (Foto: Freepik)

Os sintomas desses problemas podem ocorrer com mais facilidade após o consumo de alguns alimentos ou com a prática de hábitos considerados pouco saudáveis.

Por exemplo, produtos gordurosos, condimentados, cítricos, bebidas alcoólicas, fumo e café podem desencadear o refluxo e a azia ou acentuar seus sintomas.

Além disso, comer qualquer alimento em excesso ou deitar logo após uma refeição também podem ser práticas prejudiciais, principalmente para quem já sofre com essas condições constantemente. 

Desta forma, evite todas essas práticas mencionadas e consuma alimentos mais leves, principalmente antes de dormir. Outra dica é beber chá para refluxo para prevenir a condição e não esperar os sintomas surgirem para fazer o tratamento. (1)

Por fim, se o tratamento escolhido não surtir efeito no organismo, mesmo após alguns dias de uso, o mais indicado é procurar um profissional da saúde e relatar o histórico da condição (há quanto tempo sente o refluxo, quais os sintomas e o que já foi feito para tratá-lo).

Assim, o especialista saberá como proceder e indicar o melhor tratamento a ser seguido. 

O que faz mal para refluxo?

Confira a seguir quais são os alimentos e as bebidas que podem prejudicar ainda mais a saúde de quem sofre com a doença do refluxo gastroesofágico!

Bebidas alcoólicas e gaseificadas

Enquanto o álcool irrita a parte interna do estômago, as bebidas gaseificadas contribuem com a elevada pressão dentro do órgão. Em ambos os casos pode ocorrer o aumento do refluxo. (1)

Alimentos gordurosos e ricos em carboidratos simples

O estômago leva mais tempo para digerir as gorduras dos alimentos como frituras, bacon e carne vermelha no geral. Portanto, aumenta-se as chances de ocorrer episódios de azia.

Já no caso dos carboidratos, como é o caso dos alimentos feitos com farinha tradicional, eles são capazes de atrapalhar o desempenho da válvula que separa o esôfago do estômago, facilitando a regurgitação. (1)

Café e chocolate

Ambos podem causar um aumento da produção do suco gástrico e, consequentemente, podem elevar as chances do corpo sofrer com a queimação no estômago. (1)

Comidas apimentadas

Além de causar irritação na parte interna do estômago, a presença de pimenta nos alimentos, ou o próprio alimento, pode aumentar a acidez estomacal. (1)

Chás que causam azia

Da mesma maneira em que há chá para refluxo, também existem infusões capazes de provocar os sintomas desse problema, como é o caso dos chás com cafeína, a exemplo do chá verde e do preto. Esses são proibidos pela mesma razão do café: aumentam a produção do suco gástrico. (1)

Além desses, cáscara sagrada também é contraindicada para quem sofre com esse problema, pois ela é capaz de causar desconfortos no trato gastrointestinal. (4)

Outra bebida que deve ser evitada é o chá de hortelã. Apesar de ser uma surpresa para algumas pessoas, a hortelã-pimenta é responsável pelo agravamento dos sintomas desse problema e por isso é melhor ser excluída da base de tratamentos. (10)

Como evitar?

Uma das maneiras de evitar o refluxo é optando por uma alimentação mais equilibrada. Por exemplo, substituir as carnes vermelhas por carnes brancas ou adotar uma alimentação vegetariana e/ou vegana.

Falando em refeições mais leves, o consumo de verduras, vegetais e frutas da época também é recomendado pra quem deseja prevenir azia, queimação e náuseas.

Outro bom passo para evitar a doença do refluxo gastroesofágico é adotar no dia a dia o consumo de alimentos integrais, pois eles são ricos em fibras. 

Comer a cada três horas, evitar beber líquidos durante as refeições e descansar após comer são outras práticas saudáveis que podem somar à ingestão de chá para refluxo na luta contra esse problema tão incômodo. (1)

Referências

(1) MARTINS, Danielle. “Refluxo gastroesofágico: alimentos e cuidados para amenizar os sintomas“. Hospital Central do Exército. Disponível em: http://www.hce.eb.mil.br/nutricao/276-refluxo-gastroesofagico-alimentos-e-cuidados-para-amenizar-os-sintomas. Acesso em: 14 de fevereiro de 2020.

(2) NASCIMENTO, V.T.; et al. “Controle de qualidade de produtos à base de plantas medicinais comercializados na cidade do Recife-PE: erva-doce (Pimpinella anisum L.), quebra-pedra (Phyllanthus spp.), espinheira santa (Maytenus ilicifolia Mart.) e camomila (Matricaria recutita L.)“. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 2005. Disponível em: http://www.sbpmed.org.br/download/issn_05_3/artigo8_v7_n3.pdf. Acesso em: 14 de fevereiro de 2020.

(3) FIGUEIREDO, Andrea Galdino; ALVES, Mariana Ramalhoso. “Orientação nutricional para paciente portado de hérnia hiatal e esofagite de refluxo“. Clínica Gastros. Disponível em: http://clinicagastros.com.br/assets/dieta-para-refluxo.pdf. Acesso em: 14 de fevereiro de 2020.

(4) RAMOS, Anne Caroline Dornelas; et al. “Cartilha de Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos“. Governo de Pernambuco, 2014. Disponível em: http://farmacia.saude.pe.gov.br/sites/farmacia.saude.pe.gov.br/files/cartilha.pdf. Acesso em: 14 de fevereiro de 2020.

(5) SRIVASTAVA, Janmejai K.; SHANKAR, Eswar; GUPTA, Sanjay. “Chamomile: A herbal medicine of the past with bright future“. Mol Med Report, 2011. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2995283/. Acesso em: 14 de fevereiro de 2020.

(6) YEH, Ann Ming; GOLIANU, Brenda. “Integrative treatment of reflux and functional dyspepsia in children“. Children (Basel), 2014. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4928719/. Acesso em: 14 de fevereiro de 2020.

(7) PALHARIN, Luiz Henrique Di Creddo; et al. “Estudo sobre gengibre na medicina popular“. Revista Científica Eletrônica de Agronomia, 2008. Disponível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/5D3Iu05EHeEnqPl_2013-5-10-12-17-59.pdf. Acesso em: 14 de fevereiro de 2020.

(8) SATEL, Reila; MARQUES, Natália. “Influência do fitoterápico Maytenus ilicifolia na gastroproteção“. Revista Brasileira de Nutrição Funcional, 2015. Disponível em: https://www.vponline.com.br/portal/noticia/pdf/7408763d9de403c28b93079450334335.pdf. Acesso em: 14 de fevereiro de 2020.

(9) Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira“. 2016. Disponível em: http://www.farmacia.pe.gov.br/sites/farmacia.saude.pe.gov.br/files/memento_fitoterapico.pdf. Acesso em: 14 de fevereiro de 2020.

(10) Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Formulário de fitoterápicos – Farmacopeia brasileira“. 2018. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Suplemento+FFFB.pdf/478d1f83-7a0d-48aa-9815-37dbc6b29f9a. Acesso em: 14 de fevereiro de 2020.

Sobre o autor

Formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, tem experiência em rádio e escreve para o Remédio Caseiro desde 2015. Registro Profissional MTB-PE: 6750.