Manjerona: para que serve e como fazer o chá

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

A manjerona-inglesa, ou simplesmente manjerona, é uma erva perene e aromática, parente do orégano, que possui várias aplicações terapêuticas confirmadas por diversos dados científicos. 

Só para você ter uma pequena noção do poder dessa plantinha: o chá feito com as folhas da Origanum majorana ajuda a tratar a má-digestão, controla os níveis de colesterol no sangue e ainda diminui o estresse e a ansiedade

Entre os benefícios da manjerona estão o alívio da diarreia e o combate a ansiedade (Foto: depositphotos)

Tudo isso 100% natural. E aí, quer saber mais sobre ela? Então continua lendo pois separamos 8 usos dessa planta, como fazer o chá e também dicas de como cultivar na sua casa!

Para que serve o chá de manjerona?

Reduzir os riscos de doenças cardiovasculares 

O primeiro uso dessa lista para o chá de manjerona vem da capacidade de controlar os níveis de gordura e açúcar no sangue, evitando problemas cardiovasculares, além de melhorar a circulação.

Essa reação é derivada de substâncias como os compostos fenólicos, os taninos e os flavonoides, que impedem a oxidação (degradação) das gorduras ingeridas, processo que faz com que esse colesterol “cole” nos tecidos e fique se acumulando no organismo. 

Esses mesmos componentes também conseguem inibir a liberação da alfa-glucosidase, enzima liberada pelo fígado e responsável por quebrar as moléculas de carboidratos e transformá-las em açúcar, o que contribui para o controle da diabetes, que também é um fator de riscos para problemas cardíacos. (1)

A planta também tem propriedades que impedem a agregação das plaquetas, células responsáveis pela coagulação sanguínea e que são responsáveis por impedir hemorragias. (2) Mas que em excesso causa problemas circulatórios, como a trombose.

A manjerona possui fitoquímicos queque atuam para inibir a liberação de uma enzima conhecida como trombina, que é a responsável pela formação deste agrupamento de plaquetas. (3)

Por esses motivos, a infusão serve como um auxílio no combate aos fatores de riscos de várias doenças, como infarto, trombose, arteriosclerose e muitas outras, desde que o consumo dela seja feito em conjunto com uma mudança de hábitos alimentares e prática de exercícios físicos.

Tratar a diarreia 

O chá de manjerona também serve para tratar a diarreia, diminuindo a frequência das idas ao banheiro e ainda aliviando as dores abdominais. 

Isso ocorre por causa dos taninos encontrados na erva. Esses compostos agem diminuindo as contrações (espasmos) do intestino, que é o que faz uma pessoa com diarreia ir tantas vezes ao banheiro e causa as dores. 

Além do mais, os taninos também inibem a produção de um tipo de muco que deixa as fezes com consistência líquida, já que o corpo entende que precisa se livrar de tudo que está prejudicando o intestino. (4)

Estimular a digestão 

Você já se sentiu estufado, como se não conseguisse digerir os alimentos, após aquele almoço pesado do final de semana? Pois saiba que o consumo do chá de manjerona também ajuda a acabar com essa indigestão.

Isso mesmo, os fitoquímicos da erva estimulam a produção das secreções gástricas, que são as responsáveis por quebrar os alimentos em pedaços menores e diminuir esse estufamento, o que torna a infusão uma ótima opção para consumir após as refeições. (5

Diminuir a ansiedade e o estresse do dia a dia 

Uma xícara de chá de manjerona pode ajudar a relaxar após um dia super estressante ou aliviar a ansiedade que bate antes de algum evento importante.

A erva é um potente ansiolítico natural, remédio que diminui a excitação do sistema nervoso central (SNC), produzindo um efeito calmante semelhante ao diazepam, que é um medicamentos sintético. (6)

Esse efeito se dá devido aos flavonoides encontrados na planta que agem em receptores que inibem essa excitação do SNC, o que acaba produzindo os efeitos já citados. (7

Tratar infecções

Mais um uso desta erva aromática é no tratamento de infecções causadas por fungos ou bactérias, uma vez que ela apresenta efeitos que impedem a proliferação e elimina vários desses microrganismos nocivos para a saúde. 

O extrato de manjerona consegue inibir a proliferação de mais de 20 tipos diferentes de bactérias, entre elas algumas causadoras de problemas respiratórios e intestinais. (8)

Ela também impede que espécies de fungos, como os do gênero Candida, se espalhem. (6

Esse chá é realmente efetivo no tratamento de diversos tipos de infecções. Mas deve ser usado com cautela e sempre sob orientação médica para evitar complicações.

Diminuir os sintomas de problemas inflamatórios 

A manjerona também é rica em substâncias que inibem a liberação de prostaglandinas. “Tá, mas o que isso significa?”, você deve estar se perguntando. Isso quer dizer que ela reduz os sintomas das inflamações. Incrível, não é?

Esse processo acontece porque essas substâncias são vasodilatadoras e entram em ação quando o organismo percebe que algo está errado e envia mais sangue e, consequentemente, anticorpos para o local onde percebeu o problema.

Essa “enxurrada” de sangue e células de defesa causam inchaço, vermelhidão e a dor característica do local que fica inflamado e inibindo as prostaglandinas o processo é parado e os sintomas vão sumindo. (6)

Aliviar dores musculares 

Quer outro motivo para começar a usar a manjerona para fins medicinais? Então saiba que a infusão feita com as folhas são ótimas aliadas no combate às dores musculares

Essa ação surge graças à propriedade analgésica da erva, que bloqueia os sinais de dor antes que eles consigam chegar no cérebro, promovendo um alívio rápido. (6)

Regular o ciclo menstrual 

Outra boa notícia é que quem sofre com o ciclo menstrual desregulado também pode encontrar benefícios no consumo da infusão das folhas de manjerona, isso porque a erva tem a capacidade de reduzir os níveis de sulfato de dehidroepiandrosterona, um tipo de hormônio masculino, do sangue.

Esse hormônio, quando produzido em grandes quantidades por mulheres, desregula o ciclo menstrual e pode indicar problemas mais sério, como ovário policístico, problema que também pode ser minimizado com o uso terapêutico do chá. (5)

Como fazer o chá de manjerona

Bule e xícaras com chá de manjerona
O chá de manjerona pode ser consumido por todos os públicos, exceto grávidas e lactantes (Foto: depositphotos)

Para preparar o chá de manjerona você precisa apenas colocar duas colheres (de sopa) da erva em um litro de água filtrada e deixar ferver por 10 minutinhos. Depois basta coar e beber ao longo do dia, sem adoçar. 

Outras formas de consumo

A erva, que é descrita como tendo um gosto doce e picante, pode ser usada tanto seca, quanto desidratada e cai bem como tempero em molhos, principalmente de tomate, carnes brancas, como peixe e frango, e também em saladas de folhas, já que dá um toque especial ao prato. (2)

Existe alguma contraindicação?

A única contraindicação para o chá da manjerona é para grávidas e lactantes (mulheres que estão amamentando), dado que a infusão concentra boas quantidades do óleo essencial encontrado nas folhas e ainda não se sabe ao certo quais os efeitos que elas possam ter para o bebê em desenvolvimento.

Mas mulheres nessa fase da vida podem consumir a erva como tempero, desde que seja em quantidades moderadas.

Além disso, mesmo que não tenha indicações sobre quantidades máximas para consumo do chá, evite tomar mais do que três xícaras por dia, já que isso é o suficiente para absorver as propriedades medicinais da erva. (5)

Dicas de como cultivar a erva em vasos

Após ver todos esses usos da manjerona você ficou com vontade de ter essa erva incrível na sua casa? Pois fique tranquilo (a) que ela não requer cuidados extravagantes no cultivo e cresce até mesmo em ambientes internos. 

Ela precisa apenas de um solo argiloso, bem drenado e um clima quente e seco para crescer saudável, podendo ser plantada através de mudas ou sementes e cresce bem rápido. 

Além do mais, a plantinha precisa ficar em contato direto com o sol ou no máximo em meia-sombra, quando cultivada dentro de casas e apartamentos. A rega deve ser feita com bastante frequência para que o solo fique úmido. Mas cuidado para não regar demais e encharcar as raízes.

As folhas apresentam uma maior quantidade de óleo essencial quando não estão aflorando e para evitar a perda das propriedades terapêuticas você pode podar os botões que vão nascendo. Seguindo essas dicas você vai ter sempre a erva fresca na sua casa. (9)

Referências

(1) PIMPLE, B.P. et al. Comparative antihyperglycaemic and antihyperlipidemic effect of Origanum majorana extracts in NIDDM rats. Oriental Pharmacy and Experimental Medicine, v.12, n.1, p.41-50, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s13596-011-0047-x. Acesso em: 21 de outubro de 2019.

(2) PETER, K.V. Handbook of herbs and Spices. Woodhead Publishing Limited. Inglaterra: 2012, p.640.

(3) YAZDANPARAST, Razieh; SHAHRIYARY, Leila. Comparative effects of Artemisia dracunculus, Satureja hortensis and Origanum majorana on inhibition of blood platelet adhesion, aggregation and secretion. Vascular Pharmacology, v.48, p.32-37, 2008. Disponível em: https://dx.doi.org/10.1016/j.vph.2007.11.003. Acesso em: 21 de outubro de 2019.

(4) MAKRANE, Hanane et al. Antispasmodic and Myorelaxant Activity of Organic Fractions from Origanum majorana L. on Intestinal Smooth Muscle of Rodents. European Journal of Medicinal Plants, v.23, n.2, p.1-11, 2018. Disponível em: https://dx.doi.org/10.9734/EJMP/2018/41075. Acesso em: 21 de outubro de 2019.

(5) BINA, Fatemeh; RAHIMI, Roja. Sweet Marjoram: A Review of Ethnopharmacology, Phytochemistry, and Biological Activities. Journal of Evidence-Based Complementary & Alternative Medicine, v.22, n.1, p.175-185, 2017. Disponível em: https://dx.doi.org/10.1177%2F2156587216650793. Acesso em: 21 de outubro de 2019.

(6) TRIPATHY, Bimala et al. An Updated Review on Traditional Uses, Taxonomy, Phytochemistry, Pharmacology and Toxicology of Origanum majorana. International Journal of Pharma Research and Health Sciences, 5, n.4, p.1717-1723, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.21276/ijprhs.2017.04.01. Acesso em: 21 de outubro de 2019.

(7) REZAIE, Ali et al. Comparative Study of Sedative, Pre-Anesthetic and Anti-Anxiety Effect of Origanum majorana Extract with Diazepam on Rats. Research Journal of Biological Sciences, v.6, n.11, p.611-614, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.3923/rjbsci.2011.611.614. Acesso em: 21 de outubro de 2019.

(8) DEANS, S.G.; SVOBODA, Katerina P. The Antimicrobial Properties of Marjoram (Origanum majorana L.) Volatile Oil. Flavor and Fragrance Journal, v.5, p.187-190, 1990. Disponível em: https://doi.org/10.1002/ffj.2730050311. Acesso em: 21 de outubro de 2019.

(9)GOEL, Prerna; NEERU, Vasudeva. Origanum majorana L. – Phyto-pharmacological review. Indian Journal of Natural Products and Resources, v.6, n.4, p.261-267, 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/292161091_Origanum_majorana_L_-Phyto-pharmacological_review. Acesso em: 21 de outubro de 2019. 

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.