Você sabia que o jaborandi, nome popular das árvores da família Pilocarpus, pode trazer alguns benefícios para os cabelos?
Pois é, as folhas dessa espécie são ricas em vários compostos fitoquímicos, como as cumarinas e o alcaloide pilocarpina, que atuam diretamente na prevenção da queda e oleosidade e no tratamento da caspa.
Além do mais, o chá de jaborandi pode ser usado de maneira interna pois é considerado um ótimo agente digestivo e ainda alivia os sintomas da xerostomia (boca seca), problema que é bem comum em pacientes de quimioterapia.
Separamos os principais usos da espécie para a saúde capilar, outras aplicações terapêuticas e ainda os modos de uso. Confere aí!
Índice
Por que aplicar jaborandi nos cabelos?
Combate a queda e estimula o crescimento
As folhas do jaborandi possuem altas concentrações do alcaloide (um tipo de substância que é base para muitas outras) pilocarpina e é justamente essa composição que faz da planta a aliada perfeita para combater a queda de cabelo e ainda estimular o crescimento.
Inclusive, vários dos fitoquímicos da espécie são usadas em shampoos e máscaras capilares para este fim.
Seus compostos agem diretamente sobre a circulação sanguínea, impulsionando uma melhora da mesma.
Quando aplicado diretamente no couro cabeludo, ele consegue aumentar a quantidade de sangue e, consequentemente de oxigênio e nutrientes, que é enviado para o local.
O resultado é uma maior proteção para os folículos, que não apenas conseguem se manter saudáveis por mais tempo, como também são incentivados a produzirem novos fios. (1)
Desse modo, o chá ou tônico dessa planta pode ser uma opção de tratamento tanto para calvície, quanto para queda de cabelo causada por deficiência nutrição ou alterações hormonais.
Trata a caspa
Os derivados de jaborandi no couro cabeludo ajudam a eliminar a caspa, descamação branca que causa coceira.
Essa dermatite seborreica é um problema inflamatório que pode ser causado pelo excesso de oleosidade ou ação de fungos.
As árvores dessa espécie possui compostos que apresentam potencial antifúngico e anti-inflamatório, dois mecanismos que auxiliam no combate a caspa ao agir diretamente na raiz do problema. (2)
A planta ainda possui propriedade adstringente, ou seja, favorece a redução do excesso de sebo. (3)
Diminui a oleosidade do couro cabeludo
O uso do chá de jaborandi pode ainda ajudar quem sofre com os cabelos excessivamente oleosos.
Fazer a aplicação da infusão na raiz dos fios ou usar o extrato dele no shampoo promove um controle do óleo produzido naturalmente pelo organismo, justamente pelo efeito adstringente. (3)
Outros usos do jaborandi
Tratar a psoríase e outros problemas de pele
A infusão preparada com as folhas da erva também são indicadas como tratamento natural para condições de pele como a psoríase e o vitiligo.
Nos dois casos a eficácia do uso está relacionada com a presença das cumarinas, pois elas deixam a pele mais sensível à luz, estimulando a produção de pigmentos nos locais onde eles foram perdidos.
Estimular a salivação e digestão
O chá, ou a tintura, possui também usos internos, sendo que o principal dele é no combate ao problemas relacionados com a falta de salivação como a xerostomia (boca seca) e indigestão.
A pilocarpina estimula parte do sistema nervoso que age no controle da liberação dos fluidos corporais. Graças a isso, o jaborandi faz o corpo produzir mais saliva e liberar mais ácido estomacal, dois mecanismos que atuam diretamente sobre o processo digestivo. (4)
Curiosidade! O nome jaborandi vem dessa propriedade. Os povos indígenas usavam os extratos dele para aumentar a salivação e a transpiração e o chamavam pelo nome ya-mbor-endi, que pode ser traduzido como “planta que faz babar” em tupi-guarani. (3)
Tratar o glaucoma
A pilocarpina extraída do jaborandi ainda é uma substância importante na produção de um colírio para controle do glaucoma, pois consegue melhorar a circulação, reduzindo a pressão ocular. (4)
Como usar?
A erva pode ser usada na forma de tônico, extrato, óleo ou ainda no preparo de uma infusão.
Para uso externo, na pele e nos cabelos, basta aplicar 5 ml dos derivados diluídos em água sobre o local desejado ou misturar no seu shampoo de uso diário.
Já o chá deve ser feito utilizando 1 colher (de chá) da erva e 1 xícara de água fervente. Deixe descansando por 5 minutos para extrair as propriedades, coe e beba ainda quente ou espere esfriar e aplique sobre o couro cabeludo, massageando bem com as pontas dos dedos.
Atenção: essa infusão e a tintura não deve ser consumida mais do que duas vezes por dia e nunca por um período maior do que 30 dias consecutivos. (5)
Quais os cuidados necessários
O jaborandi é contraindicado para grávidas e mulheres que estejam amamentando, ainda que o uso seja externo, pois é absorvido pela pele e pode causar problemas para o desenvolvimento dos bebês.
A infusão também deve ser evitada por pessoas que sofrem de problemas cardiovasculares ou possuam alguma sensibilidade a qualquer um dos compostos fitoquímicos.
Entre os efeitos adversos ocasionados pelo excesso dele estão: vômitos, diarreia e irritação na pele e nos olhos. Em casos mais graves ela pode causar insuficiência cardíaca.
Para evitar os riscos para a saúde, o tratamento deve ser indicado e acompanhado por um especialista médico. (5)
Onde encontrar o jaborandi?
O jaborandi é muito fácil de ser encontrado, as folhas secas são vendidas em lojas de produtos naturais e fitoterápicos. Elas também podem ser encontradas em feiras livres de algumas regiões do país onde o cultivo da espécie é mais frequente.
(1) SILVA, Elaine Amorim da; PATRICIO, Maiane Espíndola; PAULA, Vandressa Bueno de. Terapia capilar para o tratamento da alopecia androgenética masculina e alopecia areata. Disponível em: http://siaibib01.univali.br/pdf/Elaine%20da%20Silva,%20Maiane%20Patricio.pdf. Acesso em: 20 de dezembro de 2019.
(2) SANTOS, Ana Paula; MORENO, Paulo Roberto Hrihorowitsch. Pilocarpus spp.: A survey of its chemical constituents and biological activities. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v.40, n.2, p.115-137, 2004. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-93322004000200002. Acesso em: 20 de dezembro de 2019.
(3) NETO, Edilson Martins Rodrigues et al. Dermatite seborréica: Abordagem terapêutica no âmbito da clínica farmacêutica. Revista Eletrônica de Farmácia, v.4, p.16-26, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.5216/ref.v10i4.27451. Acesso em: 20 de dezembro de 2019.
(4) CÁPOLI, Elaine Alves. O uso de pilocarpus (jaborandi) na área farmacêutica. Universidade de Uberaba UNIUBE, 2019. Disponível em: https://repositorio.uniube.br/handle/123456789/847. Acesso em: 20 de dezembro de 2019.
(5) FLORIEN. Jaborandi.Disponível em:http://florien.com.br/wp-content/uploads/2016/06/JABORANDI.pdf. Acesso em: 20 de dezembro de 2019.