Você já perguntou para que serve o cravo da Índia? Esse produto natural é bom para o cabelo, para garganta e para a saúde humana de uma maneira geral.
Muito utilizada na cozinha brasileira, essa especiaria pode ser aproveitada in natura, através do chá ou até mesmo em forma de óleo. Por isso, é utilizada de maneira interna e externa.
Cravo da Índia e os produtos derivados dele possuem um cheiro fortemente aromático. Além disso, o sabor costuma ser ardente e bem característico, o que acaba dividindo opiniões entre os consumidores.
O mais interessante com relação a ele é que seus efeitos positivos são aproveitados até mesmo em consultórios de dentistas. Isso porque, o eugenol é uma substância extraída da planta e que serve como analgésico. (1)
Índice
11 benefícios do cravo da Índia
Esse alimento é rico em fibras e vitaminas do tipo C, E e K. Também é fonte de alguns minerais como cálcio, ferro, magnésio e manganês. Mas é o eugenol o maior responsável por seus benefícios. (2)
1. Cuida da saúde bucal
A manutenção da saúde dos dentes é um dos principais benefícios do cravinho, pois ele tem propriedades antissépticas, analgésicas, antibactericidas e antinociceptivas. Isso significa dizer que o consumo limpa a boca, combate bactérias e inibe dores.
Na odontologia, a aplicação dessa especiaria se dá através do eugenol que atua com função anestésica, pois entra em um conjunto de fibras nervosas e impede a concepção e o transporte de impulsos nervosos. Além disso, não irrita a mucosa e pode ser facilmente eliminado.
Uma boa dica para aproveitar desses efeitos positivos é mascar o próprio botão floral do cravo. Dessa forma, ao mesmo tempo em que você limpa os dentes e a boca, está também eliminando o mau hálito. (1,3,4)
2. Protege o fígado
Ainda graças ao eugenol, o fígado pode ser protegido contra lesões. Assim como todas as partes do corpo, esse órgão também pode sofrer com o estresse oxidativo, principalmente decorrente do uso de medicamentos.
No entanto, essa substância inibe a proliferação de células hepáticas anormais, que a longo prazo podem se tornar um tipo de câncer. Isso tudo sem contar na proteção contra a cirrose hepática. (5)
3. Combate micro-organismos
O mesmo composto responsável pelos benefícios já citados também é capaz de controlar bactérias e fungos, favorecendo a saúde de quem consome essa especiaria.
Por exemplo, a ação antifúngica consegue impedir o desenvolvimento dos fungos do gênero Candida, uma das principais causas da candidíase. Já a atividade antibacteriana inibe o crescimento de bactérias que prejudicam o sistema gastrointestinal, como Helicobacter pylori, Salmonella e Escherichia coli. (6,7)
4. Evita e trata problemas gastrointestinais
Além de combater bactérias responsáveis por problemas gastrointestinais, o cravinho também auxilia o sistema gastro com suas fibras. Com esse composto, ele consegue tratar casos de diarreia, melhorar o funcionamento intestinal e reduzir o risco de câncer de cólon.
A especiaria ainda possui uma substância chamada clovinol que ajuda na digestão, pois protege a mucosa gástrica. Por essas razões, combate náuseas, flatulências e indigestões. Nesses casos, o mais aconselhável é fazer uso do chá. (1,2,4,8,9,10)
5. Repele insetos
A fama de inseticida dessa planta surgiu com o fenômeno da chikungunya, sendo uma alternativa natural para repelir insetos, principalmente o mosquito Aedes aegypi.
No entanto, o eugenol também age contra outros tipos como Pediculus capitis (o piolho humano), Tribolium castaneum (besouro castanho comum em grãos de alimentos) e Sitophilus zeamais (gorgulho-do-milho).
Popularmente, as pessoas costumam espetar cravos em bandas de limão no intuito de afastar os insetos. Apesar disso, a forma mais recomendada para conseguir esse benefício é usando do óleo essencial. (3,4)
6. Favorece a saúde do coração
Por ser antioxidante, o tempero consegue impedir a atividade degenerativa dos radicais livres sobre as células. Com isso ele inibe doenças como câncer, mal de Parkinson e problemas cardiovasculares.
Esse efeito é um dos benefícios proporcionados pelo eugenol, composto fenólico presente tanto no óleo como no chá de cravinho. No entanto, o clovinol também fortalece a proteção do sistema cardiovascular, pois inibe a agregação de plaquetas.
Essa última substância também trabalha facilitando o controle do colesterol e triglicérides do sangue. (1,6,9,10)
7. Fortalece o imunológico
Esse efeito só é possível graças à atividade anti-inflamatória do óleo de cravo da Índia. Quando inalado, esse produto natural limpa as vias respiratórias, agindo como um expectorante.
Portanto, ele pode ser utilizado para tratar e prevenir doenças respiratórias como resfriados, tosse, gripes, obstrução nasal, rouquidão, bronquite, sinusite e até mesmo asma. (4,6)
8. Emagrece
Assim como o gengibre e a canela, o cravinho é considerado um alimento termogênico. Isso significa dizer que ele demanda mais energia para ser digerido pelo organismo, por isso exige um maior gasto calórico durante a digestão.
Outro efeito que auxilia na perda de peso é a redução da absorção de carboidratos. Consequentemente, eles não são transformados em gorduras, diminuindo as calorias consumidas. (9,11)
9. Trata a diabetes
Também devido à redução dos carboidratos, os diabéticos podem se beneficiar com o uso desse produto. Na verdade, o que ocorre é a diminuição de uma enzima chamada α-glucosidade.
Essa substância é uma das responsáveis pela absorção e degradação desses compostos no intestino. Então, a partir do momento em que há sua redução, há também a restrição dos carboidratos ingeridos, diminuindo a quantidade de açúcar no sangue. (10)
10. Cuida dos cabelos secos
O chá da especiaria é especialmente indicado para devolver a sedosidade aos fios mais opacos e secos. A presença do eugenol na planta faz dela um importante aliado tanto na limpeza como na reposição de oleosidade para os cabelos. (12)
11. Aumenta a libido
A fama de afrodisíaco do cravinho não é a toa, pois ele atua no Sistema Nervoso Central (SNC) estimulando a libido através de compostos fenólicos e esteroídicos. (3,4)
Como consumir e usar?
É possível mastigar o cravo diariamente para conseguir os benefícios com relação à saúde bucal. Além disso, ele pode ser utilizado in natura (botão seco ou em pó) em diversos pratos.
O gosto doce que adormece a boca vai bem com repolho, beterraba, abóbora, cenoura, batata-doce e cebola. Mas também pode servir para dar um toque especial em receitas doces.
Outras formas de aproveitar os benefícios dessa especiaria é fazendo o seu chá ou aproveitando do óleo essencial. Aprenda como fazer e como usar essas alternativas.
Chá
Ferva uma xícara de água e despeje em um recipiente contendo uma colher (de chá) de cravo. Tampe e aguarde 10 minutos. Em seguida, coe e beba para tratar, principalmente, problemas gastrointestinais ou faça bochechos de três a quatro vezes por dia para cuidar da saúde bucal. (13)
Óleo de cravo da Índia
O óleo essencial é adquirido em lojas de produtos naturais e pode ser utilizado em massagens, banhos, aplicações tópicas e no difusor. Além disso, uma única gota aplicada em um pano úmido e colocada em cima do caminho feito por insetos, como formigas, é perfeito para dar adeus a esse problema. (14)
Dúvidas frequentes sobre o cravinho
Cravo da Índia aumenta a pressão arterial?
Pelo contrário, a especiaria é uma das tantas alternativas mais saudáveis para substituir o sal durante o preparo das refeições. Sendo assim, só tem a beneficiar os hipertensos. (15)
Ele tira o sono?
Não, inclusive há uma receita ótima para acabar com a insônia usando o cravinho. Para isso, basta colocar no travesseiro 6 xícaras de erva-cidreira (ou capim-santo), 2 xícaras de pétalas de rosa-branca seca, 1 xícara de macela, 10 gotas de essência de jasmim e 1 colher (de café) de cravo da Índia. (16)
Quantos podem ser mastigados por dia?
Assim como no caso do chá, é recomendado que você não ultrapasse o consumo de um cravinho de três a quatro vezes por dia. (13)
Onde encontrar e qual o preço?
Feiras livres, supermercados e lojas de produtos naturais são os lugares mais indicados para comprar a especiaria. Dependendo da forma encontrada ela pode ter diversos preços.
O que significa o seu nome?
De acordo com o livro “Cozinha Vegetariana”, a palavra cravo vem do latim clavus que significa prego, descrevendo a forma da flor seca. (17)
Cravo da Índia contraindicações e efeitos colaterais
Por causar contrações na musculatura do útero, a especiaria não é recomendada para grávidas. Além disso, não é aconselhável abusar do uso de cravo da Índia por dia.
O consumo exacerbado pode causar irritação na mucosa da boca, dermatites, disfunção hepática e reações alérgicas diversas. (4,13)
(1) SILVESTRI, Jandimara Doninelle Fior; et al. Perfil da composição química e atividades antibacteriana e antioxidante do óleo essencial do cravo-da-índia (Eugenia caryophyllata Thunb.), Revista Ceres, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rceres/v57n5/a04v57n5.pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(2) Nutrition Data. Spices, cloves, ground. Disponível em: https://nutritiondata.self.com/facts/spices-and-herbs/181/2. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(3) SANTOS, Thamyres Agostinho Ferreira dos. Extração, caracterização e aplicações do óleo essencial do cravo-da-índia (Syzygium aromaticum), Faculdade de Pindamonhangaba, 2014. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.funvicpinda.org.br:8080/jspui/bitstream/123456789/302/1/ThamyresSANTOS.pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(4) RODELLA, Fernanda Messias. Extração e atividade antibacteriana do óleo essencial do cravo-da-Índia, 2015. Disponível em: https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/1211360043.pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(5) SHAKIR, Ali; et al. Eugenol-rich Fraction of Syzygium aromaticum (Clove) Reverses Biochemical and Histopathological Changes in Liver Cirrhosis and Inhibits Hepatic Cell Proliferation. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4285960/. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(6) MITTAL, Monika; et al. Phytochemical evaluation and pharmacological activity of syzygium aromaticum: A comprehensive review, 2014. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/282368692_Phytochemical_evaluation_and_pharmacological_activity_of_syzygium_aromaticum_A_comprehensive_review. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(7) MAHMOOD, Nasir; et al. Antibacterial Activities, Phytochemical Screening and Metal Analysis of Medicinal Plants: Traditional Recipes Used against Diarrhea, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.3390/antibiotics8040194. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(8) Ministério da Saúde. Alimentos funcionais. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/220_alimentos_funcionais.html?utm_source&. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(9) Idealfarma. Spiceuticals – Terapêutica em especiarias. Disponível em: http://www.idealfarma.com.br/upload/images/Idealfarma_Spiceuticals_01NOV16.pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(10) Idealfarma. Clovinol – Extrato concentrado de cravo-da-índia. Disponível em: http://www.idealfarma.com.br/upload/images/Idealfarma_Clovinol_01NOV16(1).pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(11) BLANCO, Maria Cláudia Silva Garcia; PAZINATO, Beatriz Cantusio; BALDAN, Denise. Alimentos termogênicos auxílio para uma dieta saudável, Casa da Agricultura, 2016. Disponível http://www.cati.sp.gov.br/revistacasadaagricultura/26/RevistaCA_Rastreabilidade_Ano19_n2.pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(12) MUNIZ, Rafael Ninno. Cosméticos caseiros naturais: ecologia interior e autogestão com a fitoterapia. Disponível em: http://sni.org.br/fraternidade/download/2016/meio-ambiente/produtos-ecologicos/cosmeticos-naturais.pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(13) VALÉRIO, Elisabete Aparecida; PINHEIRO, Valéria Cristina de Souza. Plantas medicinais e aromáticas, 2009. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2008_uem_cien_md_elisabete_aparecida_valerio.pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(14) AMARAL, Fernando. Manual técnico. 9ª edição. Disponível em: http://www.wnf.com.br/manual.pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(15) Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica hipertensão arterial sistêmica, 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_doenca_cronica.pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(16) ALMEIDA, Mara Zélia de. Almanaque, Plantas Medicinais [online]. 3rd ed. Salvador: EDUFBA, 2011. Disponível em: http://books.scielo.org/id/xf7vy/pdf/almeida-9788523212162-05.pdf. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.
(17) SANTOS, Maris. Cozinha vegetariana, The Bhaktivedanta Book Trust, 2013.