Azeitona preta, roxa e verde: conheça os benefícios

Você, provavelmente, conhece os tipos de azeitona, mesmo que não goste de todos eles. Apesar de diferentes, as versões verde, roxa e preta são frutos de uma mesma planta, a oliveira.

Além de ter um sabor marcante, apreciado como petisco, esse alimento ainda possui benefícios à saúde. De uma maneira geral, seu consumo pode fazer bem para o coração, estômago e ossos

Tigela com azeitonas verdes e roxas
Apesar de ser calórica, nas quantidades ideais, a azeitona melhora a digestão e combate o colesterol ruim (Foto: depositphotos)

Também é fonte de antioxidantes, por essa razão protege as células e os tecidos do organismo. Tudo isso, sem falar na ação anti-inflamatória que possui.

Mas atenção, pois as azeitonas verde e roxa em conservas costumam ser comercializadas com muito sal. Portanto, o consumo desses tipos não é aconselhável para pessoas com hipertensão. (1)

Tipos de azeitona

  • Azeitona verde: é colhida da oliveira quando atinge seu tamanho normal e está no período de maturação. Mas não adianta pegar uma da árvore e colocar na boca, pois ela precisa passar por alguns processos para perder parte do amargor que possui nessa fase
  • Azeitona roxa ou mista: é chamada de mista porque não atinge apenas a cor roxa, mas também tons entre rosa e acastanhado. É colhida antes de completar o amadurecimento
  • Azeitona preta: depois de estar completamente madura, a azeitona ganha a cor preta ou um tom negro-avermelhado. Nessa fase, ela também é mais doce e possui mais óleos ricos em energia.

Esses são os três tipos de azeitona de mesa que são diferenciados pelo grau de maturação. Ou seja, trata-se do mesmo fruto, mas em diferentes etapas de amadurecimento.

Ainda vale ressaltar que o fruto da oliveira possui outras versões. No entanto, essas três classificações foram instituídas pelo livro Codex Alimentarius (2010) e pelo Conselho Oleícola Internacional (COI), órgão que regula azeites e azeitonas a nível internacional. (1,2,3)

Benefícios

A azeitona possui baixo teor de açúcares, é rica em vitamina E e é boa fonte de fibras. Além disso, a composição do fruto da oliveira conta com minerais importantes para o organismo como potássio, cálcio, fósforo, magnésio, ferro e zinco.

Somada a esses nutrientes, o famoso petisco brasileiro ainda conta com uma gama de polifenóis e óleos essenciais. Tudo isso resulta nos diversos benefícios do alimento à saúde. (4)

Protege as células e os tecidos

Esse papel é desempenhado por duas substâncias presentes nesse alimento, a vitamina E e os compostos fenólicos. Com eles, os radicais livres não conseguem provocar oxidação (destruição) das células e dos tecidos.

Consequentemente, as azeitonas ajudam a prevenir doenças degenerativas como alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares e problemas relacionadas ao sistema nervoso.

Além disso, elas podem contribuir para a prevenção do envelhecimento precoce da pele e da degeneração macular relacionada à idade. Neste último caso, ela age melhorando e protegendo a visão. (5)

Diminui o colesterol ruim

O fruto da oliveira é composto por gorduras insaturadas do tipo monoinsaturadas, entre elas o ácido oleico mais conhecido como ômega-9. No organismo, essas substâncias aumentam o bom colesterol (HDL) e reduzem o mau colesterol (LDL).

Outro benefício é resultante da oleuropeína, que por sua vez evita a oxidação do LDL. Mas você deve estar se perguntando o porquê dessa ação ser benéfica se ela previne um efeito contra o colesterol ruim.

Bom, uma vez que são alteradas, as moléculas do LDL acabam tendo mais capacidade de causar doenças vasculares. Ao mesmo tempo em que a substância previne esse resultado, ela também reduz os níveis de colesterol total. 

Como consequência de todas essas atividades, a saúde do coração é fortalecida. Isso porque é possível evitar doenças cardiovasculares como arritmias cardíacas e aterosclerose. (6)

Contribui com o sistema digestivo

Se os cuidados com os tecidos, células e coração não são suficientes para incluir os tipos de azeitona no dia a dia, então o poder digestivo dessa fruta vai lhe convencer.

Devido à presença da fibra alimentar, o aparelho digestivo é beneficiado. Apesar de não ser digerível pelo corpo, esse composto ajuda no processo de digestão e ainda auxilia na formação e eliminação das fezes.

Para quem tem um intestino preguiçoso esse benefício é ainda mais especial, uma vez que ele é de grande importância até mesmo para a prevenção de cancro do cólon. 

Vale ressaltar ainda que o teor de fibras na azeitona verde é maior que nas demais versões, seguida pela roxa e a preta. A justificativa para isso é que a medida em que o fruto amadurece, as fibras vão se desgastando.

Além disso, a oleuropeína contribui com a saúde do trato intestinal. A substância de nome complicado previne o crescimento microbiano no intestino, prevenindo infecções bacterianas. (4,6)

Previne inflamações

Mais uma vez a oleuropeína encontrada nos frutos da oliveira é capaz de ajudar a manter a saúde. Dessa vez, a atuação é na prevenção e tratamento de inflamações

De uma maneira geral, os processos inflamatórios são comuns e naturais no organismo. No entanto, eles passam a ser considerados uma problemática quando encontram-se em muita quantidade ou quando se trata de uma inflamação crônica.

Doenças cardiovasculares, doenças auto-imunes, câncer e artrite são alguns problemas que causam inflamação e que podem ser prevenidos ou tratados com a ajuda da azeitona e de todos os seus subprodutos, como o azeite extra-virgem. (7)

Cuida da saúde dos ossos

De acordo com um estudo publicado no British Journal of Clinical Pharmacology, em 2013, as azeitonas fazem parte da alimentação da população mediterrânea. E é exatamente esse mesmo público que possui uma boa massa óssea.

Para os estudiosos, a contribuição do fruto na saúde dos ossos se dá por meio dos polifenóis que protegem a massa óssea contra as inflamações. Consequentemente, a longo prazo, ele ajuda a prevenir a osteoporose. (8)

Azeitona engorda?

Sem mais delongas: sim, ela engorda. De acordo com a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), 100 gramas de azeitona preta em conserva tem 194 calorias.

Já a azeitona verde, na mesma quantidade, possui 137 calorias. Portanto, são frutos calóricos e, por essa razão, se consumidos em exagero ajudam no ganho de peso. (1,9)

Para que servem as folhas da azeitona?

O chá de azeitona é feito com as folhas da oliveira (Foto: depositphotos)

Estudos recentes voltaram-se para conhecer e desvendar as propriedades das folhas de oliveira. Como resultado, pesquisadores conseguiram encontrar benefícios para ajudar no tratamento da hipertensão, diabetes e hiperlipidemia, caracterizada pelo acúmulo de gorduras no sangue.

Através do chá das folhas da azeitona é possível prevenir doenças cardiovasculares e aumentar os glóbulos vermelhos (melhorando o sistema imunológico).

Tradicionalmente, a infusão também é utilizada para tratar doenças respiratórias, como um resfriado comum. (10)

Como fazer o chá das folhas de oliveira?

  • 1 litro de água filtrada
  • 3 colheres (de sopa) de folhas de oliveira.

Leve a água para o fogo e aguarde ferver. Em seguida, adicione as folhas, desligue o fogo, tampe a panela e aguarde entre 10 e 15 minutos. Depois, coe a bebida e tome de três a quatro vezes por dia. 

Patê de azeitona saudável

Um patê combina com qualquer refeição do dia e inclusive pode ser o protagonista de alguma. Pensando nisso, separamos três versões de patê de azeitona para você incrementar seu dia a dia. 

Todas a opções são naturais, veganas e saudáveis. Além disso, estão listadas de acordo com seu nível de dificuldade. Então, escolha aquela que mais se adapta a suas preferências e ao estoque de ingredientes que você tem em casa!

Patê de azeitona preta

  • 250 gramas de azeitona preta
  • 250 gramas de tofu

Muito rápido e fácil de fazer, esse patê só leva dois ingredientes e é uma excelente escolha para os lanches dos veganos!

Patê de azeitona verde

  • 1 xícara de azeitonas verdes
  • 1/4 xícara de água
  • 3 colheres (de sopa) de azeite de oliva
  • Pitada de Sal
  • Tempero a gosto (manjericão, salsa, cebolinha etc)
  • 2 colheres (de sopa) de requeijão ou maionese.

A receita da Mussinha é vegena, pois ela utiliza um requeijão de origem vegetal. Mas se você quiser, pode colocar os ingredientes que encontrar na dispensa, mesmo que eles sejam de origem animal.

Patê de azeitona roxa

  • 1 xícara e ½ de castanha de caju
  • 1 xícara de azeitona preta sem caroço
  • 3 colheres (de sopa) de leite de coco (adicionar aos poucos – observar a textura enquanto mistura no liquidificador)
  • ½ dente de alho
  • 1 colher (de chá) de sal
  • Folhas de manjericão.

Sem leite, sem ovo e sem glúten. Ou seja, a versão ensinada aqui é ideal para veganos ou celíacos. No vídeo há duas receitas, sendo o patê de azeitona o segundo.

Referências

(1) FERNANDES, Jacqueline Dias. “Os prós e os contras da azeitona“. Agência Global, 2009. Disponível em: http://nutricionista.com.pt/wp-content/uploads/2008/11/jor2.pdf. Acesso em: 31 de março de 2020.

(2) NOGUEIRA, Filipa Alexandra Marçal. “Contribuição para a caracterização de ‘Azeitonas de mesa mistas ao natural’ produzidas de forma tradicional em Trás-os-Montes: aspectos morfológicos, químicos e microbiológicos“. Escola Superior Agrária, 2012. Disponível em: https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/7713/1/Tese%20Filipa%20Nogueira%20definitiva.pdf. Acesso em: 31 de março de 2020.

(3) PRATA, Jessica Juliette. “Contribuição para o estudo da produção de
azeitona de mesa da cultivar Cobrançosa: caracterização físico-química, organolética e nutricional“. Universidade do Algarve, 2015. Disponível em: https://sapientia.ualg.pt/bitstream/10400.1/8301/1/Jessica%20Prata%2C%20n%C2%BA40745%2016Nov-Vers%C3%A3oFinal.pdf. Acesso em: 31 de março de 2020.

(4) FERREIRA, Ana Catarina Eustáquio. “Caracterização da cadeia de valor da azeitona de mesa“. Universidade de Lisboa, 2015. Disponível em: https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/8511/1/caracteriza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Cadeia%20de%20valor%20de%20azeitona%20de%20mesa.pdf. Acesso em: 31 de março de 2020.

(5) KAILIS, Stan. “Health benefits“. Olive Wellness Institute. Disponível em: https://olivewellnessinstitute.org/table-olives/health-benefits/. Acesso em: 31 de março de 2020.

(6) OMAR, Syed Haris. “Oleuropein in olive and its pharmacological effectsDisponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3002804/. Acesso em: 31 de março de 2020.

(7) KREIDER, Rachel. “The potential of olive products to reduce inflammation“. Olive Wellness Institute. Disponível em: https://olivewellnessinstitute.org/article/anti-inflammatory-effects-of-extra-virgin-olive-oil-biophenols/. Acesso em: 31 de março de 2020.

(8) SACCO, Sandra Maria; HORCAJADA, Marie – Noelle; OFFORD, Elizabeth. “Phytonutrients for bone health during ageing“. British Journal of Clinical Pharmacology, 2013. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3575936/. Acesso em: 31 de março de 2020.

(9) Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação. “Tabela Brasileira de Composição de Alimentos“, 2011.Disponível em: http://www.nepa.unicamp.br/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf?arquivo=taco_4_versao_ampliada_e_revisada.pdf. Acesso em: 31 de março de 2020.

(10) Olive Wellness Institute. “Olive leaf tea“. Disponível em: https://olivewellnessinstitute.org/olive-leaf/olive-leaf-tea/. Acesso em: 31 de março de 2020.

Sobre o autor

Formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, tem experiência em rádio e escreve para o Remédio Caseiro desde 2015. Registro Profissional MTB-PE: 6750.