Ginkgo Biloba: para que serve e como você deve tomar

Este conteúdo faz parte da categoria Medicina Alternativa e pode conter informações que carecem de estudos científicos e/ou consenso médico.

O ginkgo biloba é uma árvore chinesa, que alcança os 40 metros de altura e pode viver mais de 4 mil anos. Ela ficou bem famosa nos últimos tempos graças às promessas de estimular a memória, melhorar a concentração e ainda acabar com a tontura. (1)

Além de cumprir tudo isso, o ginkgo ainda é excelente para favorecer a circulação sanguínea, o que contribui para a redução da pressão arterial e prevenção de varizes. O melhor de tudo é que ele pode ser consumido em chá, tintura ou ainda em cápsulas, que é a forma mais comum. 

Folhas de ginkgo biloba

(Foto: depositphotos)

Quer saber mais sobre as propriedades terapêuticas do ginkgo? Então continue lendo, pois tudo isso e muito mais será explicado pelo naturopata especialista em fitoterapia, Danilo Ramon, a seguir:

Afinal, para que serve o ginkgo biloba?

Melhorar a memória e a concentração 

“O ginkgo biloba é uma planta antiga e muito usada pelos chineses, conhecida pela sua atuação no tratamento de problemas na circulação e na memória e não é pra menos, ela é excelente para melhorar todo o sistema neural”, atesta Danilo.  

O especialista em fitoterapia explicou que isso acontece por causa das propriedades vasodilatadoras da erva que “aumentam os vasos sanguíneos, facilitando a passagem do sangue ao mesmo tempo em que oxigena a região”. O resultado é que o cérebro consegue funcionar melhor e com isso retém mais informações.

Além de aumentar o fluxo de sangue para o cérebro, alguns dos compostos encontrados na erva impedem a oxidação (degradação) e a consequente morte das células nervosas. (1)

Graças a isso a planta consegue proteger o corpo contra a perda cognitiva, que ocorre em doenças neurodegenerativas da idade, como o mal de Alzheimer, por exemplo. Outro fator que contribui para estimular a memória a longo prazo. (2)

“Nas fórmulas que recomendo aos meus pacientes sempre utilizo esta planta em casos de depressão, cansaço mental, Parkinson, Alzheimer e outros problemas neurais ou psicológicos”, informa Danilo. 

Alivia os sintomas da labirintite 

“Além disso [o ginkgo biloba] é ótimo para labirintite, principalmente se for combinado com a perobinha do campo”, salientou Danilo, explicando que isso ocorre devido à ação vasodilatadora, que melhora a oxigenação. 

Por isso a erva consegue aliviar os principais sintomas dessa doença. A inflamação que atinge uma área do ouvido chamada de labirinto, é caracterizada por tontura e zumbido insistente.

O que acontece é que uma inflamação ocorre quando o organismo manda mais sangue do que o necessário para uma determinada área do corpo, causando sintomas como dor e vermelhidão. No caso da labirintite, a infecção ainda causa um zumbido incômodo no ouvido e tontura, pois afeta o órgão que faz o equilíbrio.

Ao melhorar a circulação, o ginkgo também impede que algum lugar receba sangue em excesso, proporcionando assim a paralisação do processo inflamatório.

Reduzir a aparência de varizes 

Sabia que graças ao grande potencial que o ginkgo biloba tem de melhorar a circulação, ele auxilia na diminuição da aparência e sintomas das varizes?

Pois é, o naturopata explica que a erva alivia principalmente as dores e o inchaço, visto que faz o sangue circular melhor pela parte inferior do corpo.

O extrato do ginkgo melhora a circulação pois força o sangue a mover-se pelo organismo e com isso é capaz de tratar definitivamente os problemas relacionados com a insuficiência venosa. 

Para entender o porquê disso ser importante, é necessário saber que as varizes surgem quando as veias das pernas recebem mais do que aguentam, ficam largas e sem força para bombear o sangue. Geralmente aparecem em pessoas que passam muito tempo sentadas. 

Esses vasos ficam inchados e aparentes e surgem os sintomas. A erva faz com que todo o sistema circulatório volte a funcionar e por isso previne o aparecimento de novas varizes. (3)

Controlar a pressão arterial 

O estímulo da circulação do sangue e do aumento da sua quantidade de oxigênio auxiliam na redução e controle da pressão arterial, conforme explica Danilo.

Com isso, o consumo correto desse extrato é capaz de diminuir a carga posta sobre o coração, pois faz com que o sangue circule de uma maneira mais suave pelo corpo e, de quebra, alivia a dor de cabeça, que é um sintoma bem comum da pressão alta. 

Uma curiosidade é que essa diminuição da pressão também favorece o tratamento de outros problemas relacionados com a hipertensão, como é o caso do glaucoma, que acontece quando a pressão do olho está alta.

Melhorar o desempenho físico

Consumir a erva regularmente também “melhora desempenho físico, uma vez que oxigena e dilata vasos e artérias, eliminando também o cansaço nos membros inferiores”, apontou Danilo.

Mas porque isso acontece afinal?

Quando você faz algum esforço físico o corpo precisa enviar mais sangue para os membros que estão sendo usados, que precisam consumir mais oxigênio e energia. 

Desse modo, ao enviar mais sangue, os músculos conseguem trabalhar por mais tempo, o que acaba contribuindo diretamente para uma melhora na hora de fazer exercícios.

Como tomar o ginkgo biloba? 

O gingko biloba costuma ser mais consumido em cápsulas, especialmente pela praticidade. Contudo, Danilo explica que é possível preparar o chá e ainda um extrato com as folhas da árvore e que esses dois métodos também preservam as propriedades terapêuticas da mesma. 

Em relação a dosagem indicada, “em cápsulas pode se tomar 1 cápsula de 350 miligramas duas vezes ao dia, em forma de tintura ou extrato é recomendado tomar 10 gotas, também duas vezes ao dia”, disse. 

Para fazer o chá, o profissional explica que é necessário apenas colocar 1 colher (de sobremesa) das folhas da planta em 1 xícara de água fervendo. Deixe a mistura abafada por cerca de 15 minutos, para extrair todas as propriedades terapêuticas e depois coar e beber, no máximo, duas xícaras por dia.

“Essas dosagens são seguras, mas deve-se tomar cuidado pra não prolongar seu uso sem acompanhamento, pois pode fragilizar os vasos sanguíneos usando a longo prazo e sem orientação”, alerta Danilo, finalizando com a orientação de que a dosagem pode variar de acordo com a avaliação feita por um profissional de saúde, por isso, sempre busque orientação de um especialista antes de iniciar qualquer tratamento.

Cuidados e contraindicações 

O naturopata alerta que é necessário evitar o uso excessivo da erva, pois ela pode afinar o sangue. Além disso, o suplemento “não pode ser usado por que faz uso de anticoagulante ou tem histórico de hemorragias. Se a pessoa estiver prestes a realizar uma cirurgia deve falar com seu fitoterapeuta, interromper o uso e informar ao médico, pra não resultar em hemorragias durante a cirurgias” completou.

As pessoas que possuem algum risco de ter aneurisma (dilatação de uma parte enfraquecida na parede uma artéria) devem consultar um especialista, pois a dosagem diária precisa ser menor do que o normal e ainda “durante o período menstrual a mulher deve evitar, se ela sofre de muito fluxo”, pois com o aumento da circulação há o risco de aumentar ainda mais o volume de menstruação. 

Por fim, Danilo esclarece que o ginkgo biloba não é tóxico e é bastante seguro, desde que o uso dele seja acompanhado por um especialista, que indicará a dose necessária para cada caso e o tempo de duração do tratamento.

*Texto feito com a contribuição do naturopata especialista em acupuntura, fitoterapia e iridologia, Danilo Ramon (CRTH – 1224 – BR).

Referências

(1) FORLENZA, Orestes V. Ginkgo biloba e memória: mito ou realidade?. Revista de Psiquiatria clínica, v.30. n.6, p.218-220, 2003. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832003000600004. Acesso em: 30 de outubro de 2019.

(2) EDWARDS, Sarah E. et al. Phytopharmacy: An Evidence‐Based Guide to Herbal Medical Products. Wiley Online Library, fevereiro de 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1002/9781118543436. Acesso em: 30 de outubro de 2019.

(3) D’Alessandro, Aldo et al. Use of Ginkgo biloba phytosome in chronic venous disease: a pilot study. Acta Philologica, v.16, n.2, p.83-92, 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/296839675_Use_of_Ginkgo_biloba_phytosome_in_chronic_venous_disease_a_pilot_study. Acesso em: 30 de outubro de 2019.

Sobre o autor

Jornalista, possui experiência em rádio, apuração de dados para programa de televisão e produção de conteúdo para a Internet. Registro Profissional MTB-PE: 6770.